Capítulo XII

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Sakura.

Duas semanas haviam se passado, para mim, passaram voando. Desde então venho me empenhando em evoluir tanto profissionalmente, como estudar os livros meus de medicina que tenho em casa no escritório, o que me impressionou com a quantidade significativa de livros medicinais e de ervas que têm nas grandes prateleiras do escritório. Me empenhei em atender pequenas consultas me dirigidas, o que era mais fácil do que lidar com assuntos burocráticos do hospital sendo uma médica ninja de respeito e diretora do hospital — tantas coisas que me fazem enlouquecer! — Graças aos céus que Tsunade Senju está lidando com isso no momento, ainda não estou apta para voltar ao cargo pelo estado em que me encontro. Se tudo voltasse ao normal, seria muito mais fácil, porém se passou dias, e tenho medo de que não recupere minhas memórias, shanaro!

Essas pequenas, porém gratificantes consultas me dadas, fazem-me sentir melhor, pois estou cooperando com algo, ajudando as pessoas a se sentirem melhor, ficando saudáveis, não tem nada mais gratificante que isso. Sorrio com meu progresso.

Um sorriso largo se faz em meu rosto por me lembrar do grande progresso que fiz com Sarada, minha amada filha! Shanaro, ela é tão incrível, linda, inteligente e sarcástica — acho que isso ela puxou de mim — fofa, e meiga quando quer, às vezes seu gênio forte me deixa encucada, me lembrando do Uchiha, porém me apeguei muito a ela, sua companhia me faz bem, faz-me sentir uma mãe abençoada por ter uma incrível filha. Com isso me peguei pensando umas duas ou três vezes — momentaneamente — de como em um casamento de longa data, só tivemos uma filha. Sei que Sasuke ficou dez anos fora por ter ficado em uma missão rank S, porém esse deveria ao menos ter voltado para visitar sua família, e no momento de amor, ter gerado mais uma criança. Tsc! Que indecente Sakura. Coragem foi o que me faltou em fazer esta pergunta, mas deixo de lado. Sarada é um amor então acho que isto é muito mais que o suficiente. Agradeço Sasuke por termos Sarada.

Sasuke… Uma simples menção dele me faz arrepiar, sempre tão sério e reservado na frente das pessoas, quase não se nota uma expressão facial do mesmo, nas poucas vezes que o vi conversando com alguém, ele nem mesmo sorri, sempre sério, taciturno, responde com seus monólogos, porém é educado e ponto! Esse é o Uchiha na frente das pessoas e para as pessoas. O que não muda muito com sua família aos olhos dos outros, Sasuke tem um brilho nos olhos e uma expressão facial muito relaxada perante nossa filha, sempre atento em tudo o que ela fala, sejam suas frustrações, indagações, as missões que ela cumpre, se entendem muito bem, são parecidos em seus monólogos, mesmo que Sarada seja mais falante que ele. Perante á mim eu não entendo, é como um quebra-cabeça que tem que achar as peças que combinam e assim, montá-las. No começo com minha negação do primeiro dia a querer dormir no mesmo quarto que ele, eu vi um Sasuke impaciente, frio e rude, até que cedi por querer facilitar as coisas para ver se ajudasse com minhas memórias, àquela noite dormi estressada com o atrevimento dele. Na noite seguinte foi tudo o que eu menos esperava, com a minha irresponsabilidade bebi horrores e quando tinha chegado a meia-noite, o “ataquei” no banheiro, me lembrei de todos os momentos e sensações no dia seguinte, aquele Sasuke foi intenso, um fogo na cama — diga-se de passagem —, pois quem pensaria que um homem frio e taciturno fosse muito diferente na cama? Quente como brasa e monólogos terrivelmente sensuais, confesso sentir uma grande atração por ele, e acho que nada a mais. Seu beijo terno e rápido em minha testa na manhã seguinte me fez ver um Sasuke carinhoso. Até tudo isso mudar depois de minha estadia no quarto de hóspedes depois de dois dias que ele voltou de sua missão. Eu queria meu espaço pessoal e ele não entendeu, me dando um gelo logo de cara, tentou inutilmente me fazer voltar para o quarto mais uma vez, porem neguei, eu precisava pensar, e ter meu espaço pessoal, teria que entender isso uma hora ou outra. Confesso que acho ele meio bipolar.

Agora me encontro na lanchonete do hospital sentada numa mesa afastada dos demais, pensando em tudo isso, e como resolver minha situação com Sasuke.

— Sakura-San! Daijōbudesuka? — Disse Hiroki aparecendo em minha frente. — Você parece meio aérea…

— … Hai, hai, Hiroki-Kun. — Disse o olhando. — São só devaneios. — Menti. Hiroki se tornou um grande amigo, porém não quero revelar meus pensamentos. — Sente-se. — Assim o fez.

— Sabe... Às vezes… Devaneio para alcançar a realidade. — Disse me olhando.

— Aah é? — O olhei curiosa. — É sobre alguém, Hiroki-Kun? — Perguntei divertida.

— Digamos que sim… — Disse meio constrangido e corado. — Mas… Esse alguém é inalcançável. — Disse cabisbaixo.

— Porque, Hiroki-Kun? Se não for muito encômodo, é claro.

— Sakura-San… É que, essa pessoa já tem alguém…

— Hm… — Balbucio tentando procurar palavras certas. — Hiroki-Kun, não sou boa em concelhos, demo… Se essa pessoa já tem alguém que ama e que faça feliz, recebendo todo esse amor em troca, deixe-a, se você a ama vai ficar feliz sabendo que ela é amada. — Sou muito péssima em concelhos, shanaro!

— … Vou tentar, Sakura-San, arigatō.

                                     (…)

Depois de uma longa noite no hospital, me despeço da enfermeiras que sempre são simpáticas comigo e sigo rumo a minha casa. As ruas em Konoha está calma, com poucas pessoas na rua, mesmo tendo um grande comércio. O céu está estrelado e com um clima ameno, parece que virá uma chuva, porém não muito forte. Assim que me deparo com a casa Uchiha, relaxo os músculos instantaneamente, estou casada até de abrir a porta. Então decido sentar na escadaria da porta olhando para o céu estrelado de Konoha me perguntando quem sou, quem era Sakura Haruno antes de Sakura Uchiha?

Em uma pequena conversa descontraída com Sarada, tinha resolvido matar minha curiosidade sobre mim mesma, e fiz a pergunta para ela, sobre quem foi Sakura Haruno.

“Bom, mama, você me contou poucas vezes, mas essas foram necessárias para eu guarda-las e levá-las como uma inspiração. — Disse sorrindo arrumando a armação dos óculos. — Mama, você não vem de um clã e não possui um Kekkey Genkai, então posso lhe dizer que a mulher forte e respeitada que você é hoje foi com muito esforço e dedicação, treinou arduamente seu ninjutsu e taijutsu justo com a Godaime Hokage, um feito e tanto, conseguiu superá-la mama, uma sannin lendária e hoje você é uma também, você treinou para um propósito, porém não me disse o motivo. — Sorriu gentil. — Você me ensinou que não posso só contar com meu Kekkey Genkai e que tenho que trabalhar duro para não depender dele, bom, herdei sua monstruosa força, arigatō, se é o que me pergunta. — Sorri com sua fala atrevida. — E vou superá-la, mama.”

Uma Uchiha e tanto, uma lágrima escapou de meus olhos, sorri contente.

— Sakura.

Um frio correu por minha espinha e meus pêlos eriçaram, me virei vendo o dono da voz confusa.

— Sasuke-Kun.

Será uma noite e tanta!

Perda de memória ( Em Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora