Capítulo 1

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Capítulo 1

Eu rosnei com raiva, batendo com a parte do guarda chuva na cabeça do vampiro, que me olhava com uma das sobrancelhas levantada, revirando os olhos quando o objeto se quebrou em sua cabeça.
- Inferno! - Senti por um momento meus olhos se encherem de lágrimas de pura frustração. Eu chegara em tal ponto na vida que não podia escolher nem o meu próprio companheiro. - Eu não preciso de um marido, eu posso me proteger sozinha! Eu nem sequer conheço esse dito cujo, e com certeza não preciso de um desconhecido para me proteger, obrigada! - Tirei o cabelo de frente dos olhos, revoltada. - Como meu pai pode me entregar a um estranho? - Suspirei com pesar, olhando a sombrinha em frangalhos agora. - Deus, Alan! Como vou proteger minha cútis agora? - Franzi as sobrancelhas para o guardião, embora não me importasse com o objeto de fato, tentando só desesperadamente disfarçar o fato de quanto eu estava abalada com a notícia.

- Princesa foi... Não, é tudo para o seu bem. - O vampiro, olhou por cima do ombro, quase temeroso. - Nova Jersey não é tão seguro... - Ele resmungou para si mesmo, encarando os motoqueiros que passaram por eles com bebidas nas mãos, olhando de forma estranha para Zara, vestida elegantemente com um vestido negro, bufante da era vitoriana, com um corpete apertado, fazendo os seios saltarem, ela lembrava vagamente um bolo gótico redondo22.

- Alan... Nenhum lugar é seguro para mim agora... Mas um consorte? Isso é um ultraje... - Suspirei cansada. Não era culpa do vampiro, ela acordara a mais ou menos dois anos atrás, em um mundo tão estranho... Seus prédios era tão altos que sumiam de vistas, não existia cavalos, carroças ou carruagem normais, ao menos não via nenhum, só enormes armações de ferro com rodas de vários tamanhos e formatos, que os humanos, e até alguns sobrenaturais usavam para se locomover em longas distancias... As mulheres se vestiam mais nuas do que as rameiras, e andavam tão... Livres. Era incrível o quanto a vida dera uma guinada de forma brusca, de uma princesa a fugitiva, em um mundo completamente diferente, como se fosse de outra dimensão, e agora, meu guardião vem com a notícia bombástica de que eu fora dada em um casamento e meu suposto marido era a minha melhor chance de sobrevivência.

Embora ele pudesse ser muito útil para recuperar meu trono e a minha casa.

Eu observei com curiosidade através da vidraça do bar, quando uma mulher mostrando as polpas das nádegas subiu em uma espécie de pônei de ferro negro, e simplesmente o obrigou a voar, pela estrada em uma velocidade absurda, que quase se equiparava a da espécie vampira.

- Alan, que magia é aquela? - Toquei de leve o braço do guardião, sinalizando a mulher já longe. .

Alan engoliu em seco, observando com cautela todos do bar de motoqueiros, San'ts bar, olhar para eles como se fossem alienígenas.

- Aquilo é só uma moto, alteza... Um veículo de ferro, sem vida própria. Agora acho melhor se vossa alteza evitar dizer trejeitos tão difíceis... Não queremos ninguém ligando para um hospício.

Respirei fundo, tentando não surtar, eu estava sendo uma rameira ingrata, mas não fazia a menor idéia do que fazer, já que eu não pertencia nem minimamente a essa e
ra, e meu próprio sangue estava me caçando como um animal e é claro o jeito mais seguro de eu continuar viva era me casando com um lobisomem sanguinário. Obrigado papai.

Eu estava com medo, afinal, os vampiros foram um dos topos da verdadeira cadeia alimentar por muitos milenios, mas parecia que os mortais a cada dia que passava se aproximava cada vez mais dos seus caçadores. Não era justo.

- Sinto muito Alan. - Sussurrei para o vampiro, mas sabia que ele ouviria como se eu tivesse gritado. Ele balançou a cabeça, em respeito, e, agora que eu olhava bem, Alan era mesmo bonito, embora um pouco magro, a sua pele branca, pálida, quase translúcida e os cabelos negros, quase roxos que destacavam o abismo preto de seus olhos, disfarçados por um oculos meia taça, sem dúvidas era uma perdição, entre as mulheres, um verdadeiro pão, como as garotas dessa época dizem. Com certeza ele seria um marido muito mais ideal do que um lobisomem. Como uma meia vampira viveria no meio dos lobos? Era a mesma coisa que mandar uma ovelha para um animal carniceiro.

A Noiva Do Rei  (O Filho Do Alfa)Onde histórias criam vida. Descubra agora