O quarto n°13

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Capítulo II  

 Olhei em frente. Lá mesmo ao fundo via se um sinal neon laranja fluorescente. Estava escuro, e algumas das letras não brilhavam, mas dava para distinguir a palavra "hotel". Podia passar lá a noite, mas precisava de dinheiro. Aproveitei a falta de luz para roubar a carteira de alguém. Escolhi como alvo um sujeito velho e pequeno. Este apesar de parecer simples, aparentava ter a posse de uma grande quantia de dinheiro. Nas vestimentas dele podia se distinguir um polo da RL, um relógio rolex dourado ( muito provavelmente feito artesanalmente ) e uns sapatos de couro feitos à medida. Passei a correr por ele. Derrubei lhe a velha bengala feita de Acácia e ajudei o a levantar, roubando lhe a carteira. Continuei o meu percurso até chegar ao tal hotel... A receção estava quase vazia. Um pequeno placar com 2 estrelas desenhadas indicava que este estabelecimento não era de grande qualidade, mas era preferivel à solidão das ruas. Mostrei os meus documentos falsificados, paguei e dirigi me ao quarto n°13.

Introduzi a chave na fechadura ferrugenta da porta e aplicando alguma força, girei esta completando 3 voltas para a esquerda. À quarta volta, ouvi finalmente um estalo e a porta abriu. Ecoou pelo corredor aquele som habitual de falta de óleo nas dobradiças, enquanto lá fora um flash de luz encandeante acompanhou se de um estrondo enorme... A luz apagou e um grito agoniante vindo de debaixo da cama quase me furou os ouvidos. Todos foram a correr para ver o que se tinha passado e eu liguei a luz. No chão dava para ver uma poça com cerca de quatro litros de sangue vermelho vivo. Este ainda não tinha coagulado, o que indicava que alguém tinha acabado de morrer...

Capítulo III

Ninguém se atrevera a entrar no quarto. As expressões horrorizadas das pessoas que ali se encontravam ilustravam o susto que estas apanharam, o gerente do hotel entrou de rompante no quarto e puxou as cobertas da cama. Aqueles que não estavam chocados o suficiente quase desmaiaram ao ver um cenário digno de um filme de terror... No chão, ao lado da poça de sangue estava uma rapariga esquartejada. Apesar da veia jugular ter sido brutalmente cortada, e os olhos empurrados para dentro do crânio, a causa de morte foi uma bala de calibre 22 disparada à queima-roupa diretamente no lado direito do coração num ângulo cerca de 56° , o que causou também o colapso do pulmão esquerdo.

A rapariga tinha cabelo ruivo e sardas alaranjadas, o que indicava que talvez fosse da irlanda. Devia ter por volta de 20 anos. Os trapos que vestia mostravam que era da classe baixa, apesar de, contrariando todas as informações até agora, esta trazia consigo uma mala blindada, presa ao pulso. Enquanto estavam todos paralisados a olhar para o corpo, um homem com ar obsoleto pegou no telemóvel e ligou para o 911.

Cerca de 10 minutos depois a rua estava cheia de carros da policia e da unidade de crimes especiais, estes encontravam se cheios de homens e mulheres que ganham a vida a investigar e resolver os mais hediondos crimes. A primeira pessoa a chegar ao local do crime foi a médica forense. A seguir começaram a chegar investigadores do FBI e depois equipas de limpeza para recolher as provas tais como impressões digitais, fios de cabelo, pegadas, celulas de pele, manchas de sangue invisiveis a olho nu, entre outros... Mais tarde apareceram jornalistas e equipas de filmagem cuja presença era totalmente desnecessária... Algum tempo a seguir à confusão habitual de um local de crime, finalmente foi colocada a fita amarela com as tais letras pretas que formam as palavras " Crime scene. Do not enter" e foram afastados aqueles que tentavam observar o que se passava...

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⏰ Última atualização: Feb 06, 2015 ⏰

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