Los Angeles - Califórnia
Dia atuais- Oque faz aqui Alejandro? - Digo seu nome com desprezo na voz.
Ver ele aqui, na minha frente depois de anos, me deixa.......confusa e principalmente, cheia de raiva.
- Eu..... - ele começa a dizer mais é interrompido por uma voz fina gritando.
- Mamã!! - Rio vem correndo até mim.
Com o movimento brusco, um dos membros dos Bloods aponta a arma pra ele, fazendo meu instinto materno entrar em alerta na hora.
Me aproximo do homem que não tem amor á própria vida com passos calmos atraindo a mira da sua arma pra mim, ficamos cara a cara.
- Da próxima vez que apontar uma arma pro meu filho, vai ser a última coisa que você vai fazer na vida. -
Falo com uma voz baixa e ameaçadora e pelo seu olhar, sabe que não estou brincando. Coloco a mão na parte de cima da arma que ainda se encontra apontada pra mim, e a abaixo até apontar pro chão.Volto meu olhar pra Alejandro, não consigo decifrar o que se passa em deus olhos.
- Mamã vem, vamos voltar a blincar. - Rio fala e me abaixo na sua altura. Todos estão com os olhos nele e eu não gosto nada disso. Beijo seu rosto e me levanto.
- Já estou indo meu bem. - Olho pra Gabriella. - Entre com ele, e vê se consegue fazer um garoto de 4 anos não fugir de você. - Falo ignorante.
Eu geralmente não trato as pessoas assim, pelo menos não as próximas de mim. Mas estou sentindo coisas demais agora, sensações demais e a única em que consigo focar é a raiva. Irei pedir desculpas.
Depois que os dois voltam pra casa, foco no que está acontecendo e encaro Alejandro, que está olhando na direção pra onde Rio foi. Aproveito e o observo, ele não mudou muito nesses quase 6 anos. Está com mais músculos, o cabelo mais escuro, um pouco mais alto - lembro de sermos quase da mesma altura - agora estou praticamente batendo no seu queixo. Seu rosto tem os traços mais maduros agora, sua barba por fazer, mas seus olhos....são ainda mais penetrantes e intensos do que eu me lembro, percebo isso porque ele está me encarando de volta, está me encarando desde que eu coloquei meu olhos nele novamente. Desvio o olhar e só então percebo que começou uma pequeno discussão com algumas pessoas entre as gangue, mas isso não importa, não agora, não com Alejandro aqui.
- Mia...- Ele começa a dizer, com tanto sentimento na voz. Como se somente dizer meu nome transmitiria tudo que ele quer falar.
- Não.Te dou 5 minutos pra me convencer a não matar cada um de vocês. Não podem entrar no meu território, devia conhecer as regras.
- Eu....- fala sério, ele não consegue completar uma frase.
Agora sem a atenção dos outros, Alejandro dá um passo na minha direção me fazendo recuar, não quero ele perto de mim. Ele solta um suspiro frustado passando a mão entre os fios do cabelo , como se não soubesse oque dizer.
- Estamos sendo ameaçados pelo líder dos Hell Angels - Meu corpo todo congela quando ouço esse nome.
Nessa região de Los Angeles, as gangues - ao todo são 4 - tem um acordo, não podemos interferir nos negócios, nem entrar no território uns dos outros. Se isso acontecer é permitido invadir a gangue que quebrou as leis e tomar a liderança da mesma. Fizemos uma reunião com todos os líderes das gangues e isso foi decidido em conjunto. Nesse dia Gabriella e Guilherme (seu irmão) foram no meu lugar já que Rio tinha brigado na creche. Mas isso não torna as gangue menos rivais, na verdade torna o ódio de todos nós maior por saber que podíamos estar ganhando mais dinheiro expandindo os negócios se não tivéssemos que dividir o espaço. É, ganância pura. Mas sabemos que se inventamos de descordar, vai acabar todo mundo sem nada.
Mas essas regras não cabem á Hell Angels.
Eles são a maior gangue de Los Angeles e tenho pena de quem está no radar deles. Minha gangue - Los Latinos - com certeza não é pequena, mas não chega nem na metade de membros dos Hell Angels.
- Acho que isso é um problema seu. - Digo e viro as costas indo pra dentro de casa, até ele me parar segurando meu braço. Sinto meu corpo inteiro de arrepiar. Me solto dele com um motivo brusco.
Ele não pode me tocar!
- Los Latinos é a gangue mais perto dos Bloods. Hector está querendo aumentar o território dele. Quem você acha que são os próximos?
Hijo da Puta
- Eles não vão chegar nem perto de nenhum do meu pessoal - Digo cheio de fúria. - Mato um por um se preciso. - Olho pra ele que me encara com certa admiração. - O que sugere?
- Podemos conversar num lugar reservado? - Pergunta hesitante.
- Não hoje. - Olho pra por cima dos seus ombros e oque era uma pequeno discussão já está se tornando um briga. Volto meu olhar pra ele. - Volte amanhã de manhã, somente você e 2 pessoas de sua confiança, sem armas. Descumpra alguma dessas condições e você e eles morrem. Entiendes?
- Ele assente, me encara e se afasta meio cauteloso, como se não quisesse ir. - Guilherme! - Grito pro irmão de Gabriella que estava liderando a briga, a atenção dele se volta pra mim. - Acabe com isso. - Digo apontando com queixo pra aquela confusão, ele assente.Dou uma última olhada em Alejandro, que agora sobe em uma moto preta, como se sentisse o peso do meu olhar, ele olha pra trás e me encontra o encarando. Desvio rapidamente e entro em casa. Gabriella logo vem de encontro á mim, seu olhar é cheio de preocupação.
- Por que não me disse que ele é o líder da gangue vizinha? - Pergunto sentindo um grande nó na garganta.
- Por que você é uma bomba relógio quando se trata dele. - Diz com uma voz triste. Suspiro e me sento no sofá com as mãos no rosto.
- Como eu não sabia que ele está tão perto esse tempo todo Gabi. O que mais você sabe? - Levanto o rosto e ela se senta ao meu lado respirando fundo numa confusão interna decidindo se me fala ou não.
- Ele tomou a liderança quando o pai morreu á 3 anos. Até então eles eram de Chicago, chegaram aqui depois de nós. Ele mudou o nome da gangue como se iniciasse uma nova fase, ele não gostava de como o pai liderava as coisas. Apesar de ser a gangue com o território mais próximo da gente, não tem porque mantermos ligações com eles, e nem queremos, praticamente todos aqui sabem oque ele fez com você, e o odeiam por isso. Talvez ele não soubesse que você que é a líder do Los latinos, talvez soubesse mais não acreditasse que era você.
- E porque eu nunca soube disso? - Pergunto magoada por ela não ter me falado antes. Não é como se eu fosse sair matando a gangue dele, eu merecia saber.
- Talvez seja porque depois que você me contou sobre ele, sempre se fecha quando o nome dele é mencionado. Talvez seja porque você nunca tem contato com nenhum das outras gangues....
- E porque eu teria? - Corto sua fala me levantando. - Não é como se todas as gangues fossem uma família e nos reuníssemos nos domingos pra almoçar. EU NAO PRECISO TER CONTATO COM NENHUM DELES! - Falo mais alto do que gostaria, fazendo ela se levantar do sofá e me encarar.
- Não, não precisa, mas sabe que de tempos em tempos é preciso pra que não haja uma guerra de gangues. - Fala irritada mas logo se acalma, Gabriella sempre foi muito calma em relação á essas coisas. Respiro fundo assentindo, cansei de tanta confusão por hoje.
- Eu sei, me desculpa por estar tão irritada hoje. - Me aproximo a envolvendo em uma abraço carinhoso.
- Meu irmão gostaria de receber esse carrinho todo. - Diz me fazendo rir e empurar ela pra longe.Vou em direção às escadas.
- Alejandro virá amanhã cedo. Como você disse... temos um problema. - Solto um suspiro. - Boa noite Gabi - Digo subindo as escadas.
- Mia. - Viro a cabeça em sua direção. - Ele não tem mais poder sobre oque você sente, lembra? - Ela diz se referindo ao que eu dizia no passado quando começava a ter crises por causa de Alejandro. Dou um sorriso triste.
- É disso que eu tenho medo. - Falo a encarando. - De estar errada sobre isso.
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O que restou de nós
RomanceNessa história você verá um típico clichê não tão clichê assim Mia Fuentes e Alejandro Castilho são de gangues rivais no México e viveram uma história no passado, mas oque era uma paixão quente se transformou em dor e mágoa quando Alê colocou a gang...