ASSASSINA.

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2020

Estou indo hoje para o tribunal, pois estou sendo julgada de homicídio doloso, por simplesmente ter feito o que qualquer pessoa faria, e preciso provar a minha inocência.

*Momentos depois, na sala do interrogador de justiça*

- Então senhora, gostaria de saber toda a história, sem perder nenhum detalhe.

- Para contar essa história, temos que fazer uma pequena volta no tempo, mais exatamente, 2 anos atrás.

2018

Era uma noite de sexta feira, tinha acabado de voltar da faculdade, e estava extremamente cansada.

A maioria desse cansaço se dava, pelo fato de eu trabalhar de domingo a domingo numa loja de roupas para pagar a faculdade.

Sabe aquelas horas que você sente que está sendo vigiada? Foi isso que eu senti, e isso durante o dia todo.

Nada parecia acontecer de uma forma natural, era como se o dia estivesse se arrastando pra passar, e mesmo assim, um minuto era equivalente a uma hora.

Saí da faculdade, e nada fora do normal aconteceu.

No ônibus um cara chapado falou que eu estava carregada, e eu sorri, ele falou que eu era filha do demônio e saiu na parada que eu desço.

Ele não me seguiu, e eu só fui direto pro meu apartamento, sem olhar para trás, subi as escadas rapidamente, praticamente correndo, e quando entrei, tomei banho, me masturbei, troquei de roupa, bebi uma cerveja, e fui dormir.

Mas não consegui, porque aquela sensação de perseguição continuava.

E ela me perseguiu durante a noite toda, eu tentei trocar de posição, entrei na coberta dos pés a cabeça, mas não adiantava, então me levantei, e então tomei a decisão mais burra de toda a minha vida, resolvi tomar um ar, saí pra varanda e fumei um cigarro, depois disso só lembro de um barulho estranho, e de ter me acordado deitada no chão de uma sala completamente metálica, com a aparência de um contêiner, e com a sensação térmica de estar em um também.

Sentia meu pulso esquerdo queimar, e logo percebi que eu tinha uma marca, feita por ferro quente, em forma de 7.

O que aquilo significava? Eu não fazia ideia, mas foi assim que eu fui chamada até o meu último dia ali, Setor 7.

Todo dia eu era acordada por uma voz robótica, eu recebia roupas, água e comida no contêiner, andando um pouco pra frente, havia uma espécie de banheiro, onde só havia um vaso sanitário, um chuveiro com a água mais fria do mundo, e um buraco na parede por onde passavam as refeições, uma bandeja por dia, e foi assim durante quase 1 ano, onde todo dia eu tentava fugir, mas falhava miseravelmente.

O estado daquela comida era podre, um arroz que mais parecia papa, um pouco de frango desfiado meio cru, e todo dia uma fruta diferente.

A água tinha gosto de terra, e era servida em uma garrafa de plástico.

Por mais que aquilo fosse horrível, mas eles me davam e eu não morria nem de fome ou de sede, então logo percebi que eles me queriam viva, então aí eu montei o mais um plano de fuga, e o mais improvável de todos, fingir uma convulsão.

Na minha mente, se eles me queriam viva, eles iriam ter que me resgatar, e eu estava certa.

Fingi uma convulsão e logo vieram me resgatar, saíram não sei por onde do banheiro, e eu pensei que fosse dar pra rua, mas logo percebi que era impossível sair dali, pois era como se fosse um corredor infinito onde aos lados haviam várias entradas para contêineres diferentes.

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⏰ Última atualização: Feb 18, 2020 ⏰

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