OBRA REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL. PLÁGIO É Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
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Erin Tissot
O meu retorno a Nova Iorque não ocorreu como imaginei. Sabia que teria de lidar com algumas questões e o estresse da mudança. A maior parte da minha vida, morei na Suíça, desde que meu pai morreu, deixando-me sob os cuidados da minha avó paterna. Isso ocorreu quando eu tinha apenas sete anos e tive que ir embora daqui, onde morava com meu pai, para ir morar em Zurique. Nunca conheci a minha mãe, americana, e jamais tive o desejo de saber sobre ela. Quando nasci, ela me largou com o meu pai e sumiu no mundo. Sua carreira de modelo era mais importante do que a família, e um bebê só atrapalharia a sua vida e quase arruinou o seu corpo perfeito. Não guardo rancor dela, entendo as suas prioridades, mesmo não concordando. Sempre tive amor de sobra na minha vida, e carinho nunca me faltou.
Sinto falta do meu pai desde que ele faleceu, porém, dona Elis nunca me desamparou e, de certo modo, supriu a necessidade de uma mãe na vida de uma criança e, posteriormente, na de uma adolescente. Minha avó me aconselhou, cuidou de mim e dedicou sua vida a minha criação, e agora, após eu completar 31 anos, perdi a minha vozinha e fiquei sozinha no mundo. Meu pai era filho único, e nunca tive contato com a família da minha mãe.
Quando recebi uma proposta de emprego para trabalhar como fisioterapeuta no , não pensei duas vezes e aceitei o trabalho. Precisava recomeçar em outro lugar, conhecer novas pessoas, e nada melhor do que retornar para a cidade em que nasci. Tudo na Suíça me fazia me lembrar da minha avó, continuar morando na casa dela só me trazia recordações e tristeza. Vendi a casa, o carro e, junto à herança que recebi por ser a única herdeira dela e de meu pai, vim para Nova Iorque. Encontrei na internet um anúncio de um apartamento à venda em East Village e, antes de fechar contrato, fiz uma pesquisa rápida no Google, que me mostrou que é um excelente bairro para se morar.
Faz dois meses que cheguei à cidade, já estou instalada no apartamento novo, comecei a trabalhar na clínica e até agora tudo está ocorrendo bem na minha vida. Hoje estou de folga, resolvi aproveitar para acordar cedo e sair para correr. Gosto de me exercitar ao ar livre de vez em quando. É bom ver a paisagem do bairro e as pessoas na correria do dia a dia, indo e vindo.
Chego a casa após correr por 30 minutos, alcanço uma xícara em cima do armário e a encho com café quentinho que deixei programado para a cafeteira fazer. Sento-me à mesa da cozinha, abrindo o notebook que deixei aqui ontem e começo a navegar pela internet, vendo as notícias online para ficar informada do que anda acontecendo na cidade e no mundo. Na sessão de esportes, leio que os times estão começando a se preparar para a nova temporada – não que eu seja muito fã de futebol. Na sessão de entretenimento, mais uma vez as Kardashians são notícia – novidade.
Ao clicar em voltar para o início da página, o relato de um incêndio ocorrido em um orfanato chama a minha atenção e resolvo clicar nele para ler o que aconteceu. Meu coração fica apertado só em pensar nas pobres crianças inocentes que residiam nele. O texto diz que o orfanato Sonho de Luz pegou fogo durante a noite de ontem e que até agora ninguém sabe o que causou o incêndio, que somente as investigações poderão dizer. Houve algumas mortes, e o dano só não foi maior graças aos bombeiros da cidade, que realizaram um excelente trabalho. Um deles foi ferido durante o resgate de uma criança de cinco anos. Ao descer um pouco para poder ver a foto anexada ao artigo, meus olhos se arregalam, e o ar foge dos meus pulmões.
