desde que o mundo é sinônimo do teu nome

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Cá estou, com uma noite de sono completamente perdida, lembrando do som da tua risada e da tua voz melodiosa que cantarolava em meus ouvidos. Cá estou, com uma xícara quente de um café amargo, tentando replicar o seu, enquanto escuto o som dessa chuva que lava a manhã que acabara de nascer, lembrando das tantas outras manhãs chuvosas em que você esteve ao meu lado.

Cá estou, lembrando de todas as tortas que você queimou no meu forno novo e que você insistia em experimentar apenas para dizer o quão ruim estava.

Cá estou, lembrando da linha tênue que criamos entre nós dois, onde estávamos no nosso pequeno mundo onde mais ninguém podia entrar, a nossa pequena ilha no meio do gigantesco oceano que nos cercava, era como se pudéssemos viajar até a Lua e voltar todos os dias, visitar as sete maravilhas do mundo e as mais belas constelações num só dia, mas nada disso importava para mim, pois eu tinha a única coisa que eu julgava ser a maior maravilha e a constelação de estrelas mais linda que existia, aquela que existia dentro dos seus olhos. Você.

Houve uma segunda-feira que chovia tanto que as luzes se apagaram e aos pés da lareira pudemos nos aquecer e ali você sussurrou pela primeira vez que me amava, apenas para mim, no silêncio da escuridão e nas fagulhas do fogo, na finitude das gotas de chuva que batiam na janela pedindo abrigo e calor, você me amava, e foi ali que jurei meu amor eterno. Jurei te amar intensamente todos os dias da minha vida e até após a minha morte, porque, desde que o mundo é seu e desde que o mundo é você, "mundo" é sinônimo do teu nome, é sinônimo dos dias em que tive você por perto, ao meu lado, sussurrando todos os dias as mais belas juras de amor, apenas para que eu escutasse, apenas para que eu pudesse ouvir o teu coração ganhando fala, que gritava e clamava pelo meu nome, pedindo abrigo no meu coração, querendo ser completo.

Jurei dedicar todas as palavras para você, para que pudesse sentir um pouco do meu descomunal, grandioso, colossal e todos os sinônimos existentes do meu amor, mesmo que sejam palavras fracas demais para descrever tal sentimento.

As vezes em que vi você no parque, encantado com as folhas secas do outono que caíam de forma graciosa, dizendo um breve adeus, esperando pelo dia da sua renascença, dando espaço para o cinza e o início de uma temporada chuvosa e um tanto fria, que me fazia querer mergulhar nos teus casacos calorosos e nunca mais emergir, estas vezes, mesmo que cinzas, eram coloridas, pois tua existência inefável transformava tudo em cor, transformava tudo em belo e brilhante, trazia meu sorriso.

A nossa linha tênue jamais pôde ser explicada, éramos fogo e gelo, água e óleo, éramos completamente distintos. Enquanto você estava sempre agitado e animado para desbravar o mundo com seus olhos intensos e estrelados, eu estava em marcha lenta, apreciando o tempo e admirando tua façanha e questionando o quê, de tão bom, eu havia feito para ganhar de presente do universo alguém que conseguia me fazer sorrir mesmo quando eu queria chorar, que acalentava minhas dores e secava minhas lágrimas, que, mesmo no silêncio, era capaz de ouvir a minha voz.

Jeongguk, desde que o mundo é sinônimo do teu nome, eu vivo. Desde que você sussurrou que me amava, eu pude enxergar que eu era capaz de me amar, também. E é por isso que hoje estou aqui, torcendo por você, esperando pela tua volta.

Desde que o mundo é sinônimo do teu nome e que jurei amor eterno à ti, eu acordo em todas as manhãs chuvosas e bebo o café amargo que você costumava fazer para mim, mesmo que não tenha o mesmo gosto, e te espero ao pé da lareira, como sempre fora, te espero para viajarmos para a Lua, porque é o sentimento que temos quando nos vemos e nos deixamos levar pelo amor, te espero para poder ver todas as constelações em teus olhos e viajar pelas sete maravilhas do mundo.

Eu visto a jaqueta de couro que você me presenteou no nosso quarto aniversário de namoro e acendo as luzes coloridas que colocávamos no meu quarto todas as noites, apenas para te esperar. Porque dessa forma eu me permito te esperar sem que seja tão doloroso. Porque dessa forma eu sei que estás o mais próximo de mim, sei que você irá voltar.

Toda noite eu te espero acordada, esperando pela manhã chuvosa, e você, então, abre a porta e diz que sente tanto a minha falta que chega a doer, sussurra que me ama e temos o fogo da lareira e as gotas da chuva como testemunhas do nosso amor.

E desde que o meu mundo é você, eu te transformo em palavras e cafés amargos.