Ela respirava fundo pela boca, seus lábios estavam secos pela respiração, ja sentiu uma sensação boa e ao mesmo tempo ruim ?
Era como ela se sentia, aquilo de alguma forma tinha sido bom, doeu muito, a cada inspiração de ar aquela área gritava de dor, ela olhou para lá e viu uma grande quantidade de sangue saindo de lá.
- Tenho que cuidar disso... - Ela com muito esforço, tentando não coloca pressão sobre aquela área, se levantou. - Meus pais podem chegar a... qualquer hora.- Ela se apoiava com as mãos atrás sobre a parede, segurando perto mas não encostando na ferida, na verdade nas feridas.
Ela foi até a pia, lavou e secou bem as mãos, tirou a blusa e a camiseta com cuidado para o tecido não encostar nos ferimentos depois desabotoando a calça e ficando só de sutiã e calcinha. Pegou uma toalha de rosto limpa que tinha na gaveta, a deixou levemente molhada, para só retirar o excesso de sangue que la havia, tirou o sangue do redor da inflamação, respirou duas vezes e deu algumas suaves pressionadas para amenizar a saída de sangue e ajudar na coagulação do ferimento.
Depois de limpar muito bem com a água, ela colocou a toalha sobre a pia, abriu outra gaveta e dali pegou uma caixinha de primeiros-socorros, seus pais haviam comprado para ela, pois como sabiam que a filha mexia com agulhas de costura sendo ela muito desastrada, a chance da mesma de se machucar era muito grande. Ali não haviam agulhas para fazer pontos,não era um hospital em forma de caixa, mas ajudaria na maioria dos ferimentos que a própria poderia sofrer, eles só não imaginavam se cortar propositalmente uma das opções. Ela se focou somente em alguns itens uma anti-séptico, algodão, atadura e band-aids.
Aplicou um pouco de anti-séptico no algodão e se preparou para a ardência que iria sentir, colocou e era como um bonus da dor que sentiu ao se cortar, mas ela sabia que não poderia deixar a ferida aberta pois em primeiro lugar alguém iria ver e em segundo poderiam entrar bactérias, piorando a situação.
Depois de ter certeza de que a ferida estava bem limpinha, colocou a atadura em cima do machucado pressionando para fixa-la bem para o sangue não escorrer. Depois de bem fixada usou os band-aids para ela não sair.
- Pronto!- Soltou o ar e apoiou os braços na pia e se olhou no espelho. Seu cabelo estava solto e para trás dos ombros, seus lábios continuavam secos e estava com os olhos avermelhados pelas lágrimas que haviam caído, enquanto estava deixada no chão gelado do banheiro.
Finalmente saiu do banheiro, Tikki estava sentada em cima da mesa dela, olhando preocupada para ela. Marinette não falou nada, se direcionou para o guarda roupa e pegando uma nova roupa, mas leve. Um camisão que nela parecia um vestido. Enquanto ela pegava a peça de roupa, Tikki viu a atadura quase no quadril da moça.
- Marinette. - Ela perguntou ja sabendo a resposta. - Por que você fez um curativo ?
Marinette só olhou para a pequenina com um olhar ainda cabisbaixo.
- Desculpa Tikki...- Fez uma cara de choro, lembrando de tudo o que aconteceu no banheiro e o motivo dela ter feito aquilo.- Mas foi a única maneira que eu... encontrei pra tudo o que eu estava sentindo. - Ela parava de falar quando precisava fungar. Enquanto falava se sentou a cama com a cabeça baixa se apoiando nas mãos.
- Calma Marinette, está tudo bem. Eu estou aqui com você.- A kwami vermelhinha se aproximou ficando na frente dela.-Eu sei que esta tudo bagunçado na sua cabeça, mas algum dia voce vai se lembrar e vai ver que tudo isso, no final vai ter uma recompensa. - Ela sabia que se eles soubessem da identidade um do outro, não precisariam sofrer achando que não eram amados, porque de um jeito ou de outro eles se amavam.- Eu prometo pra você Marinette. - Ela levantou a cabeça da dona e seus olhos ficaram fixados. Azul no azul. Safira na safira. Água na água. Céu no céu. - Tudo isso, eu juro que vai acabar, confia em mim.
- Eu não sei do que você está falando Tikki, mas eu confio em você... Eu só preciso de carinho, pode me dar isso ?- Claro que eu posso.
- Obrigada, você é a melhor.
- Eu só quero te ver melhor, mas e seus pais, como vai contar para eles ?
- Eu não vou contar, eles não podem saber Tikki, eles não merecem isso, não merecem achar que a filha deles tem algum problema.
- Mas Marinette...
- Marinette está em casa ?- Era Tom perguntando pela filha.
- Oi pai... Estou sim, cheguei faz um tempo.
- Vem descer pro jantar filha, a gente prepara alguma coisa pra você. .- Sabine chamou a filha, Marinette temeu que a mãe subisse em seu quarto, as roupas e a toalha suja ainda estavam no banheiro.
- Não precisa mãe eu comi uma coisa antes de vocês chegarem não estou com fome.
- Tem certeza meu amor ?
- Tenho mãe, obrigada, vocês são os melhores pais do mundo inteiro. Eu amo vocês.
- Ta bom então.
- A gente também te ama filha, compramos algumas coisas, se quiser no meio da noite, pode vir comer, dorme bem. - Tom deu um fim a conversa.
- Ok,boa noite. Ela voltou seu olhar para a kwami.- Eles não vão saber e ponto.
A tikki coitada assentiu com a cabeçinha dela.
- Eu vou dormir, pode fazer um pouco de cafuné em mim?
Tikki sorriu e beijou a testa da dona delicadamente.
- Claro que eu posso, nem precisava pedir.
A garota se deitou virada para a parede, a kwami se deitou na bochecha dela. Marinette riu suave sentiu uma cosquinha gostosa com o toque da pequena, ela começou a fazer o carinho e depois de um tempo finalmente dormiu.
Eu vou admitir que estou amando fazer esse estilo de história, meio triste, profunda e dolorosa.
Me perdoem pelos erros.
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Couper
Non-FictionEsse é um caminho diferente, uma opção diferente, para a minha fanfic Douleur, onde Marinette vai muito mais longe na sua dor, onde sua dor chega a corta-lá por dentro... e... por fora