Capítulo 3

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FELIZ ANIVERSÁRIO FERNANDA!!! Minha linda, eu te desejo muito amor, sorte e todos os sonhos realizados, que você se cerque de MUITO amor e riso. Parabéns!

Thayná!!! Meu amor, um feliz aniversário, um desses cheio de riso, com amigos, sonhos e muito amor, dias incríveis e conquistas para sua vida. Parabéns!!!


 Jane

Os cabelos de Lydia correm por suas costas, os fios ficam caindo em seu rosto e ela passa a mão a cada instante enquanto tenta se concentrar no dever de casa.

— Ei Cinderela, quem foi o vigésimo sexto presidente? – Lydia pergunta empurrando os cabelos para o lado mais uma vez.

— Futura princesa Bela, você deveria saber algo assim, não acha? – Ela me olha abatida.

— Por favorzinho. – Junta as mãos em uma súplica risonha.

— Theodore Roosevelt. – Seu sorriso se amplia.

— Jane! Jane! – A voz de Tia Margareth se espalha pelos corredores do velho casarão. Lydia ri enquanto reviro meus olhos.

—Concentre-se nos exercícios. Eu vou atender a tia Margareth. – Aponto seu caderno e os livros sobre a escrivaninha.

—Pobre Cinderela. – Lydia brinca enquanto me apresso para seguir o som dos gritos de Tia Margareth.

—Já vou, tia! – Grito do alto da escada, escuto seus passos pesados deixando a sala e seguindo para seu escritório. A casa já foi considerada um palácio, é o que ela está sempre dizendo, mas precisa de uma reforma, ela repete feito uma ladainha enquanto nos acusa de terminar de arruinar sua vida.

Se meu pai não tivesse se casado com minha mãe, ele teria conseguido o dinheiro que precisava, mas a culpa é minha, porque mamãe ficou gravida de mim e meu pai desistiu de se casar com a ricaça a quem ele havia sido prometido em casamento ainda menino.

Quando eles morreram e viemos eu e Lydia acabar aqui, ela não parou de nos acusar de sermos um fardo. São dez anos de acusações.

Já nos acostumamos a sermos o fardo, me esforço para ajudá-la em tudo, os empregados se foram tem alguns meses, tia Margareth se recusa a fazer qualquer coisa, Lydia precisa estudar e eu me tornei a Cinderela, como minha irmãzinha de doze anos costuma brincar.

Claro que não tem príncipe para mim, tem muito trabalho, muitos sonhos e esperanças. Tem as preocupações com minha irmã e a prisão que é viver sob o teto de tia Margareth e suas acusações.

Que escolha eu tenho? Ela é responsável legal por minha irmã, eu tentei convencê-la a me entregar a guarda de Lydia desde que completei dezoito anos, mas tia Margareth não aceita, com seu nome e seu prestigio, eu jamais venceria uma briga na justiça e nem teria como pagar uma disputa como essa.

Seria uma guerra cara, eu teria que deixar essa casa, contratar advogados e no fim, ela venceria e eu ainda ficar longe de Lydia.

Ela tinha apenas dois anos quando meus pais morreram, era uma noite de inverno, com gelo na estrada, eles nos deixaram para irem ao teatro, mamãe estava angustiada, me lembro da meia dúzia de vezes em que ela voltou até Lydia para beijar seu rostinho rosado e me pedir que cuidasse bem da minha irmã. Com quatorze anos, eles acreditaram que eu tinha condições de ficar umas horas sozinha com ela.

Um policial bateu na porta as três da manhã, quando eu já estava certa de que algo tinha dado errado, mamãe morreu no exato instante em que o carro derrapou e tomou a pista contrária acertando uma caminhão de limpeza, papai chegou ao hospital e foi ele a dar todas as coordenadas aos médicos, avisar tia Margareth, cuidar de suas filhas.

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