As letras de um filósofo

||02 - Fotos||

Tom já havia perdido a contagem de vezes que já havia visto Júlio, seu companheiro, tirar uma foto sua em um momento espontâneo e pouco programado. Muitas delas eram tiradas em seus encontros e desencontros pela cidade aonde fizeram esse amor se tornar uma história documentada entre músicas de letras e fotos tiradas com o flash em meio a noite que trouxera as conversas que faziam se ambos se apaixonaram ainda mais.

-Amor, já chega... - Pediu Tom enquanto desenhava. O garoto de vinte e poucos anos ainda tinha seus cachos naturais tão negros quanto o breu, seus olhos tão brilhantes quanto o de uma criança e uma alma tanto quanto única que fizera o outro homem a sua frente se encantar no primeiro segundo que o viu. -Já tirou bastantes fotos desde que chegamos. - Continuou antes de rir.

-Só mais uma. - Pediu Júlio, seu fiel namorado de poucos meses e grandes aventuras. Júlio era não tão oposto a Tom mas carregava traços fortes junto a barba que se mexia enquanto ele sorria por ver seu amante um tanto envergonhado e que mesmo com as luzes fracas carregava bochechas avermelhadas.

-Tudo bem, mas vai ser como eu quero. - Ordenou o garoto antes de colocar seus braços em cima da mesa, abandonar o desenho quase pronto e o olhar, assim sendo para câmera, sorrindo. -Tira uma foto minha fazendo uma coisa. - Pediu antes de olhar pros lados e logo voltar sua total atenção ao homem que ali o acompanhava.

-Tira uma foto minha... Dizendo que eu te amo. - Continuou sua fala e assim a terminou com um sorriso maior surgindo em seu rosto e pela tela do celular fazer Júlio ver que aquilo era tão sério quanto as mil e uma verdades que Tom já havia falado. Após uma risada dele, o barbudo o olhou no fundo de seus olhos e tombou sua cabeça pro lado.
Aquela cena era tão linda de se sentir, ainda mais quando se sabia que o coração de Tom batia forte, ainda mais quando sabia que olhos de Júlio lacrimejaram ao ouvir tal coisa sair da boca de seu amado.

-Eu te amo, Júlio César. - Repetiu.

Ainda mais quando se sabia que ela era a primeira vez que aquilo estava sendo dito.