Mesmo sabendo que nada é eterno, eu costumava pensar no nosso relacionamento como algo firme e inabalável. Se nós dois nos amávamos, o que mais poderia dar errado?
Estava tão enganada… aquela noite jamais sairá da minha memória, muito menos suas palavras, que me cortariam em pedaços, como lâminas afiadas.— As vezes o "amor" simplesmente acaba, Annelize. Entenda isso e me deixe em paz! — apesar das palavras saírem ferozes dos seus lábios, eu jurava que poderia ver o desespero nos seus olhos lacrimejantes. Ah… eu o conhecia mais do que qualquer ser humano nessa terra.
Mas naquele momento fiquei paralizada, vendo o homem que eu amo ir embora após uma discussão maluca. — Adeus!
Quando falo assim, parece que foi ontem que o vi pela ultima vez, mas ja se passaram quatro meses. Quatro meses que não sinto o conforto do seu abraço, e não ouço sua voz me desejando bom dia, para que meu dia realmente fizesse sentido. Não há como descrever a falta que sinto disso diariamente.
Não conversamos mais depois que ele me deu as costas, não fui inconveniente de procurá-lo novamente. Porém, como as notícias correm rápido por aqui, eu fiquei sabendo pela boca de alguns colegas em comum, que Oliver esteve internado em um manicômio, por surtos de loucura e agressividade, e também estaria vivendo a base de calmantes para dormir.
Ainda custo a acreditar nas fofocas, mas serei obrigada a continuar com essa dúvida, mesmo desejando ir vê-lo só para saber como ele está de verdade.Sim, eu sei que deveria odia-lo, mas é uma tarefa impossível para mim.
Estando absorta em meus pensamentos profundos, Amanda surge de repente na sala de estar, me tirando a paz.— Sua vida é de casa para o trabalho agora, não aguento mais te ver desse jeito. Você precisa sair! — ela gesticulava irritada na minha frente, após ver meu estado físico ( descabelada e com pijama velho), largada no sofá.
Minha irmã achava que tudo na vida de resolveria saindo com uns amigos e indo tomar "todas" num barzinho. Talvez isso sirva para alguns, ou está interligado com a sua idade. No auge dos meus dezoito anos eu também pensaria isso, bom se fosse tão facil assim…
— Já tenho vinte e sete anos, se antes não tinha ânimo para essas saidas, imagine agora. — afundei-me ainda mais no sofá macio, procurando uma posição confortável, enquanto me sentia uma idosa. — Só quero dormir, amanhã entro no escritório mais cedo.— Ficar em casa se afundando numa bad maldita vai te ajudar a melhorar? — ela continuava a minha frente, mas agora estava mais perto e com as mãos nos quadris, claramente querendo me intimidar.
— Bad? Só estou cansada, me deixa! — agora senti como se eu fosse a irmã mais nova.
Amanda revirou os olhos e respirou fundo em tom de reprovação, caminhou até a porta de saida pegando sua mochila. Isso significava que eu iria dormir sozinha mais uma noite.
— O cara ficou louco, eu só não quero te ver entrar pelo mesmo buraco que ele. — E então, bateu a porta e saiu, sem aguardar minha resposta.
Talvez ela tivesse um pouco de razão, mas a essa altura da minha vida eu tentava ser pelo menos mais responsável que minha irmã, e cuidar das obrigações da casa. Só tínhamos uma a outra.
Hoje seria uma noite que eu aproveitaria para chorar em paz, pena que isso não aconteceu, com o tempo a dor se tornou mais controlável. Direcionei-me até a cozinha para preparar alguma comida: dos dois vazios que eu sentia, um deles era fome!
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Ainda te amo
RomantikApós cinco anos de um relacionamento praticamente perfeito, eu me vejo largada por ele, numa esquina qualquer, no frio de uma noite londrina dramática e melancólica. Mas agora "Já era", ele se foi... E tudo que consigo pensar é em como eu queria vê...