As pernas de Eda tremiam devido ao choque.
Uma semana após o desaparecimento de Serkan e ainda não haviam notícias, não havia nada que se quer mostrasse que ele estava vivo.Eda estava dirigindo-se até sua casa, até a casa deles, porque ela não podia evitar, ela se sentia melhor lá, onde a presença dele ainda existia.
Ela nem mesmo sentia a pista, só sentia o aperto em seu peito, o que a fez em poucos minutos estar na casa dele.O trinque da porta foi um dos barulhos que ela não ouviu, ela só ouviu Sirius correr para a sacada. Ela não era a única a procurar por ele. Dando um sorriso triste, ela trancou o mesmo trinque e se deixou cair ao chão, não suportando o peso que isso exercia sobre ela.
Seu rosto foi parar em suas mãos enquanto chorava compulsivamente. Seus cabelos caíam por seus ombros trêmulos e Sirius corria até ela para deitar aos seus pés, como se estivesse de guarda por ela e a protegendo.
"— Serkan, não podemos fazer isso. — disse entre risadas.
— É claro que podemos, Eda Yildiz. Aqui podemos fazer tudo e só as estrelas saberão. — ele disse a ela enquanto pegava sua mão e a puxava para a sacada.
— Eu não sei dançar, Serkan.
— Não se preocupe com isso. — Então as mãos dele pegaram as dela e as colocaram em seu pescoço, enquanto as dele iriam para sua cintura. — Apenas me acompanhe.
Em poucos minutos, ela estava aos risos, completamente entregue ao abraço e balanço dele, mesmo tendo pisado em seu pé milhares de vezes.
— Eu sou péssima nisso.
— Eu te acho ótima em tudo o que você faz. — Os braços dele a guiaram para um giro e então a trouxeram de volta a seu abraço. — Você é perfeita, Eda."
As memórias apertaram o peito dela mais ainda, enquanto as lágrimas se acumulavam em seus olhos inchados e escorriam por suas bochechas vermelhas. Seu coração se quebrou com a possibilidade de nunca mais poder fazer isso com ele. Ser feliz com ele.
Antes que conseguisse evitar, ela ligou o rádio com a música favorita deles e o deixou tocar, enquanto seguia para a sacada onde a escuridão a abraçaria. Onde as estrelas olhariam por ela.
"— As estrelas estão lindas, Serkan. Venha aqui dar uma olhada.
— Eu não preciso ver as estrelas, Eda, a mais linda delas está bem aqui na minha frente. — ele disse enquanto a fitava, o que a fez corar e o fez ir abraçá-la.
— Tudo bem, Eda. Foque-se em Sirius por um momento.Ela então fechou os olhos e os abriu, olhando para a única estrela que importava no momento.
— Sempre que eu não estiver aqui com você, você me encontrará se olhar para Sirius. Eu sempre estarei te olhando de volta. Ainda estaremos vendo
o mesmo céu."M
ais lágrimas escorriam de seu rosto enquanto ela observava mais uma vez a estrela brilhante no céu noturno. Ela tentou limpar as lágrimas em vão, já que isso só deu espaço para que outras escorressem até seu rosto.
Eda aumentou o aperto nas grades da sacada e se virou para dentro, então se posicionou, como fizera diversas vezes, e abraçou o Serkan para uma dança, só que esse existia apenas em suas memórias.
Assim ela seguiu, bailando pela sacada com o fantasma de Serkan, mas sabendo que seus pés não dançavam da mesma maneira que dançavam com ele, embora isso não a tenha impedido de continuar e dançar, adentrando o apartamento.
"— Serkan, me solte. — ela dizia entre risadas. — Eu quero dançar mais.
— Dançaremos lá em cima, apenas nós. — ele dizia enquanto a carregava até o quarto no andar de cima.
Então ele a colocou no centro do quarto e rapidamente a guiou para uma valsa, algo simples, mas que a fazia sorrir como se possuísse mil estrelas em seu sorriso, o que iluminou todo o ambiente para Serkan. Eles riam e gargalhavam como nunca antes, eles estavam felizes."
Seu corpo balançava ao ritmo da música numa valsa simples, a mesma que eles repetiram diversas vezes até que estivessem tão cansados e felizes que ao se deitar, só conseguissem pensar em dormir.
As lágrimas brotavam dos olhos de Eda, mesmo que ela mantesse seu rosto impassível, seu olhos ainda deixavam lágrimas caírem por suas bochechas, mas ela continuava de cabeça erguida, mesmo quando subia as escadas e continuou sua dança no quarto.
Mesmo quando a música acabou e ela continuou dançando por mais uma hora, até ela estar tão cansada e ter que dormir. Até isso fazê-la sonhar com todas as danças que teve com ele e com todas que ela pensou que iria ter.
Parece que ela teria que se contentar em dançar apenas com os lampejos dele que ela tinha em sua memória, foi a única coisa que restou.

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saturn - [one-shot]
FanficCom o desaparecimento de Serkan Bolat, seu noivo, após a queda do avião ser confirmada, a única coisa que restou para Eda Yildiz foi lidar com essa dor.