Cheerleader - Joalina

24 - Bad Vase Doesn't Break

Joalin POV

2 meses depois...

Dois meses já tinham se passado e ir para a escola estava cada vez mais difícil. Para todo lugar que eu ia, tinha alguém apontando e rindo de mim. Aquilo me feria de uma maneira absurda, porque só estava acontecendo porque a Sabina quis que acontecesse. Toda semana ela tinha uma nova pegadinha esperando por mim. Eu acabei virando alvo de piada de todos. Até o mais nerd dos nerds ria de mim. As únicas pessoas que nunca me deixaram na mão foram a Sofya e o Joel.

Nesse meio tempo Joel acabou me pedindo em namoro em um dos jogos. Foi tão fofo da parte dele. Ele mostrou para todos que mesmo eu sendo alvo de piadinhas, ele gostava de mim e estava disposto a me ajudar a enfrentar tudo aquilo.

~ Flashback on ~

O jogo já tinha acabado, mas eu permanecia quietinha no meu canto enquanto observava os jogadores e as cheerleaders conversando empolgados no meio do campo, provavelmente comemorando mais uma vitória. As arquibancadas continuavam lotadas de alunos, professores e visitantes. Me levantei para ir embora, mas Sofya me puxou, me fazendo sentar de novo.

- O que foi? - perguntei confusa e ela apenas sorriu.

- Joalin. - ouvi a voz de Joel me chamar. Voltei meu rosto para o enorme campo. Ele segurava um microfone. - Sei que você está passando por muita coisa agora, sei que chamar atenção é a última coisa que você quer no momento, sei que talvez esse não seja o momento certo, sei que talvez você não me considere o cara certo, mas também sei que eu te amo. - arregalei os olhos. Sofya me deu uma cotovelada e apontou para o telão, onde aparecia nós duas.

- Que porra tá acontecendo? - Sofya riu.

- Me desculpe por tudo isso, talvez eu tenha exagerado um pouco. - riu nervoso. - Joalin, você é sem dúvidas a garota mais linda, mais divertida, mais companheira que já conheci, e esse seu jeito me fez te amar. Eu amo cada detalhe seu, eu amo você. E é com muito nervosismo e orgulho que estou aqui, pronto para pedir a garota mais especial que já conheci em namoro, na frente de todos. - um enorme sorriso surgiu em meu rosto. - Joalin, quer namorar comigo?

~ Flashback off ~

Logicamente minha resposta foi "sim", mas parece que Sabina não gostou muito da minha resposta, porque desde então, ela passou a pegar muito mais no meu pé, e como agora moramos juntas, não tenho paz nem em casa.

Toda aquela situação me fazia pensar se algum dia as coisas voltariam ao normal, se algum dia eu teria a minha Sabi de novo, ou até mesmo a minha vida antes de vir para Miami. Talvez nem demorasse tanto, mas meu pessimismo impedia que qualquer esperança pairasse pela minha mente. Talvez eu estivesse certa, eu não teria paz enquanto estivesse em Miami.

- Certo, eu só preciso sair de Miami. - pensei alto enquanto levava meu copo de água até minha boca.

- O que? - ouvi a voz de Sabina atrás de mim, o que me fez derramar toda a água.

- Porra, Sabina! - bufei, tentando me secar com alguns guardanapos.

- Juro que dessa vez não foi de propósito. - se aproximou. - Quer ajuda?

- De você eu só quero distância. - saí da cozinha pisando duro, indo em direção ao meu quarto.

- Joalin, espera! - Sabina me seguia. - Que história é essa de sair de Miami? - eu apenas a ignorei. - Joalin, dá pra parar de me ignorar? Isso é tão irritante. - quando cheguei no meu quarto, tentei fechar a porta, mas Sabina botou o pé na frente, impedindo que a mesma fechasse.

- Dá pra dar licença?

- Não. - empurrou a porta e entrou, me fazendo fechar os olhos e respirar fundo. - Já pode começar a falar. - deitou-se na minha cama e eu revirei os olhos.

- Não tenho nada para falar.

- Isso não é verdade.

- Está me chamando de mentirosa? - cruzei os braços.

- Sim. - se sentou. - Não vai mesmo me falar? - neguei com a cabeça. - Isso é realmente uma pena, porque eu tranquei a porta e você nem percebeu. - mostrou a chave. - Nós só vamos sair daqui quando você me contar o que está acontecendo. - deu um sorriso sapeca.

- Me dá essa chave. - negou com a cabeça. - SABINA! - gritei antes de pular encima dela, na tentativa de conseguir tirar a chave da mão dela, a qual foi em vão.

- Você me molhou. - me empurrou e eu cai no chão.

- Foda-se. - me levantei. - agora me dá logo a porra da chave!

- Vem cá pegar. - colocou a chave dentro da calcinha. E como que eu sei que foi na calcinha? Porque a vadia estava de saia, e ela não costuma usar short por baixo.

- Eu te odeio.

- Não mais do que eu te odeio.

- Ótimo!

- Ótimo!

- ÓTIMO!

- ÓTIMO! - virei as costas e entrei no closet. - O que vai fazer?

- Ver se a fada do coelhinho Noel deixou algum presente, chocolate ou dinheiro no meu closet.

- Que? - revirei os olhos.

- Vou trocar de roupa, não quero morrer de pneumonia.

- Quanto exagero.

- Sabina, não enche, ta? - tirei a camisa encharcada e joguei no chão.

- Me fala logo o que está pegando que eu te deixo em paz pelo resto do dia. - ouvi passos em minha direção. - É uma proposta única, não tem como recusar. - me virei para olha-la.

- Eu estou trocando de roupa, será que dá para dar licença?

- Eu já te vi com menos roupa do que agora, esqueceu, Bebê? - sorriu safada. - Voltando ao assunto, você vai recusar essa oferta maravilhosa? - suspirei.

- Okay, você venceu. - vesti uma blusa qualquer. - Eu não aguento mais, Sabina. - ela me olhou confusa, mas quando a ficha caiu, ela me puxou para fora do closet, fazendo nós duas sentarmos uma de frente para a outra em minha cama. - Tudo isso que você faz... me... machuca. - abaixei a cabeça. - Você nem imagina o quanto.

- Joalin, você é um vaso.

- Que? - ergui a cabeça.

- Você é um vaso forte, que por mais que caia, não quebra. Essa é você. Você é sem dúvidas a garota mais forte que já conheci, e é por isso que eu me recuso a acreditar que você "não aguenta mais". - fez aspas com os dedos. - É aquele ditado, vaso ruim não quebra.

- Se você taca ele no chão de um em um minuto, ele quebra sim. - ela abria a boca e fechava inúmeras vezes, mas não saía uma palavra sequer.

- Eu tenho que ir. - se levantou e foi até a porta, a abrindo em seguida. - Até. - me deixou sozinha ali, sem entender nada.

-

Sabina vacilona.