Los Demonios Asesinos

capítulo 2

Cenas iam e vinham em minha mente, não queria que aquilo se repetisse, não com ele. Não quero que ele entre pra esse mundo, que muitas vezes a passagem é só de ida, eu consegui sair, mas e ele?

   Talvez por esse motivo mamãe não esteja mais aqui, lembro-me dele me pedindo dinheiro emprestado à algumas semanas, seria para pagar o que estaria devendo? Los Demonios Asesinos é uma gangue perigosa, sei o que eles são capazes de fazer, sei que matariam um ser humano eu um piscar de olhos, seria por isso que mi madre não está mais entre nós. O que ele está sentindo é culpa? Não dor, certo?

Sinto minha visão escurecendo, e em quanto procuro algum lugar para me sentar, mesmo sem ver nada, acabo tropeçando e caindo. Sinto uma dor alarmante se espalhar por minha perna, aquilo queimava, como se o inferno estivesse fazendo festa, estava fraca, fazia mais ou menos um dia que não comia nada. Achei que ia morrer. Sinto duas mãos envolverem meu corpo e me colocarem em uma superfície fofa que concluo ser o sofá...

Algum tempo depois me levanto.
Após ver meu irmão sair sem poder fazer nada, parecia que minha cabeça iria explodir. Eu perdi a mamãe, não perderia ele também.

Fui até seu quarto caçar alguma coisa que me falasse o que eu pedia a Deus para não ser. O seu quarto ainda estava todo revirad , mas procurei entre suas gavetas. Nada, além de um formulário da faculdade que ficava a duas cidades de casa. Mas se é isso, eu ficaria feliz, mas algo me dizia que não era apenas isso.

Eu passava a mão pela minha cabeça por que ela parecia mesmo querer explodir. Não fazia ideia de como ajudá-lo. Isso me bateu uma tristeza incondicional que não pude conter no meu peito. Logo algumas lágrimas quentes escorriam sobre minha pele.
Me joguei ali mesmo no chão e me sentei encolhida na parede próxima a janela. Por alguns instantes eu fiquei de olhos fechados enquanto as lágrimas escorriam. Mas convenci a mim mesma de não ficar apenas me lamentando, eu precisava levantar e fazer algo.

- Vai ficar tudo bem ! — posicionei minhas mãos no chão na intenção de me equilibrar para levantar. Mas quando a minha mão esquerda tocou o "chão" sentir um plástico entre meus dedos.

    Inocentemente eu olhei para aquilo e tive uma decepção ainda maior. O plástico que encontrei era da Família Fernández. Ou melhor dizendo, do quartel deles, Los Demonios Asesinos.
  

Peguei na mão e pus dentro do meu bolso. Essa foi a minha primeira reação desesperada.

Adentrei meu quarto, não saberia o que dizer ao mesmo quando chegasse, mas precisaria pensar em algo, e logo.

[...]

Realmente estava muito fraca, precisaria por alguma coisa na boca, mesma que sem vontade alguma. Desço as escadas bem devagar, pois não queria cair dali e ser a próxima da família a ser enterrada.

Vou bem devagar, mas meus passos diminuíram mais ainda quando ouvir a voz de Ruan na cozinha conversando com certo alguém.

– Diego, já disse que irei entrar naquela droga... desculpa por me alterar, mas eu irei entrar na faculdade na próxima semana e então irei espalhar a droga por lá.. não, acho que ninguém desconfia...

Foi quando ouvir essas palavras que senti meu coração palpitar bem mais forte. Não estava preparada pra isso... não, meu irmão não.

Então era pra isso? E quem é Diego? Não faço ideia de quem seja, mas não é boa gente e, pelo o que eu percebi, ele está fazendo com que meu irmão venda essas porcarias. Mas eu não deixaria as coisas assim.

Parece estranho, mas ouvir aquilo me deu mais um motivo pra continuar forte. Protegeria meu irmãozinho de qualquer coisa, nem que pra isso eu precise entrar na faculdade... afinal, minhas notas não são tão ruins e, eu sempre quis fazer faculdade de veterinária.

Então era isso, entraria na mesma faculdade que meu irmão e, tentaria derrubar de vez essa gangue, ou pelo menos tirar meu irmão dessa. Sei que não é fácil, e sei que Ruan e frágil, por isso teria que intervir por ele.