Capítulo 01

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Essa estória era para ser um oneshot, mas depois de começar a escrever resolvi dividi-la em alguns capítulos porque está ficando grande demais, acho que vão ter oito capítulos, independente de acabar tendo um pouco menos ou mais do que isso eu espero que vocês gostem.

Boa leitura

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Camila

Eu não acredito em destino, para mim nós fazemos o nosso próprio destino, a nossa vida segue o seu curso baseado nas escolhas que fazemos, está tudo em nossas mãos. Algumas das escolhas que eu fiz quase fizeram com que eu acabasse morta muito antes do que eu imaginava que isso aconteceria, felizmente eu continuo viva, mas sem a pessoa mais importante da minha vida ao meu lado então preciso encontra-lo.

As escolhas que me fizeram estar voltando agora para o meu país de nascença somente carregando uma bolsa de mão e sem a pessoa mais importante da minha vida foram muitas, mas nem todas foram ruins. Tudo começou a cinco anos e meio atrás quando eu conheci o Paul, eu era uma simples camareira no hotel aonde ele se hospedou ao vir para o Brasil e ele era o braço direito de Aziz Abdallah um empresário bilionário, um dos homens mais ricos da Síria. O Paul passou três meses no Brasil com o seu chefe a negócios e nesse meio tempo a gente se conheceu, se apaixonou e ele me pediu pra ir para a Síria quando o seu tempo no meu país tinha acabado, me prometeu que eu poderia voltar quando quisesse, mas eu nunca quis voltar.

Paul me deu uma vida de princesa assim que chegamos na Síria, ele que era filho de um casal de americanos não teve a infância regada de regalias, mas lutou com tudo o que tinha para conseguir chegar à posição que estava quando nos conhecemos. Tivemos anos maravilhosos juntos, nos casamos, tivemos um filho e tudo isso foi destruído quando a ganância do meu marido cresceu ao ponto de ele tentar trair o seu próprio chefe. Aziz sendo o homem que é, no segundo que descobriu que o Paul estava tentando roubar o seu dinheiro e fugir do país mandou matar nós três, eu, o Paul e o nosso filho que na época tinha acabado de completar dois anos de idade.

Na nossa tentativa de fuga para o aeroporto acabamos tendo que nos separar, Paul e o meu filho junto com alguns amigos do meu marido que estavam nos ajudando, seguiram por um caminho num carro separado e eu estava no outro com o seu melhor amigo ao meu lado dirigindo, os homens que o Aziz tinha contratado para nos matar conseguiram interceptar o carro aonde o Paul estava e ele se sacrificou para que os seus amigos conseguissem levar o nosso filho até o aeroporto, o caminho por onde eu estava indo também se encontrava bloqueado pelos homens do Aziz então eu não consegui chegar ao aeroporto, meu marido foi morto, meu filho foi mandado para o Brasil sem eu ter a menor ideia de aonde e/ou com quem ele vai parar e eu tive que passar um ano e sete meses na Síria escondida até conseguir achar um jeito de sair do país sem ser detectada, o que nos traz ao momento atual, eu de volta ao Brasil a caminho de rever a minha família e tentar encontrar o meu filho.

Gastei o restante do pouco dinheiro que eu tinha pagando o táxi que me levou a casa dos meus pais, não falo com eles a muito tempo e não tenho ideia do que a minha família acha que aconteceu quando eu sumi do mapa, não podia arriscar ser encontrada então cortei toda a comunicação com amigos e família, exceto pelo melhor amigo do Paul e a sua esposa que me abrigaram nesse último um ano e sete meses, e que me ajudaram a conseguir voltar para o Brasil.

Parei em frente a porta da casa aonde cresci estando extremamente nervosa, não sei qual vai ser a reação deles ao me verem antes deu poder explicar o que aconteceu, respirei fundo e toquei a campainha, a minha mãe abriu a porta pouco tempo depois com um sorriso no rosto e uma xícara de café em mãos, assim que ela me viu o seu sorriso desapareceu e a xícara foi parar no chão, pedaços de porcelana e o líquido preto agora espalhados pelo piso. A expressão de choque no seu rosto perdurou por mais alguns segundos antes dela me puxar para os seus braços num abraço apertado, relaxei e retribuí o abraço me sentindo em casa pela primeira vez em muito tempo.

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