Meu nome é Emily. Eu sou uma simples aluna do último ano do ensino médio que está sempre distraída pensando em qualquer coisa... Bom, menos da aula de química, porque meu parceiro de laboratório é o Lucas.
Lucas Kevin. O nome composto mais estranho que já vi. Bom, ele é tipo, o cara que eu tenho uma paixonite secreta desde o sexto ano... Um idiota.
Nós nunca falamos mais que o necessário na aula de química, até porque eu não consigo. Apenas o necessário para a aula, nada a mais. Até hoje, pelo menos.
— Você quer sair comigo? — Ele pergunta como se estivesse dizendo "bom dia": com calmaria e falta de entusiasmo.
— Quê? — Pergunto confusa e me viro vendo ele prender o lápis entre os dentes.
— Perguntei se você quer sair comigo. Talvez hoje? Às sete na sorveteria da rua quinze?
Eu estava paralisada. Não sabia o que responder.
— Emily?
— Tudo bem... Hoje, então. — Ele sorriu e virou para as amostras que a professora distribuiu para a aula de hoje.
A aula foi estranha. Não conseguia conter meu olhar e sempre acabava olhando pra ele. Pegava minha agenda a cada segundo pra tentar me distrair, mas não conseguia parar de pensar naquilo.
— Quer que eu vá te buscar? Ou nos encontramos lá?
— Não, não... Não precisa me buscar. — Eu quase travo e meu nervosismo é completamente perceptível.
Cheguei em casa completamente perdida. Não sabia o que usaria, se aquilo tinha sido uma boa idéia. Eu estava tendo a chance de sair com o cara que eu sempre gostei e estava completamente confusa e desesperada.
A hora passava e eu não conseguia me concentrar na tarefa de casa. Todos os meus pensamentos iam para o que aconteceria em algumas horas.
Às 19:05, eu cheguei na sorveteria. Estava usando uma camiseta e um short... Eu sinceramente não acho que essa é a roupa ideal para um "encontro", mas eu estou muito avoada pra pensar nisso.
Olho para as poucas mesas na sorveteria e vejo Lucas acenando para mim.
Bom, isso pode ser uma pegadinha, um trote e ele só quer fazer piada da minha cara, ou ele ter certo interesse romântico ou sexual, ou ele só quer pegar alguém e pensou que eu seria um alvo mais fácil. Seja o que o universo quiser.
— Oi. — Eu disse com vergonha em frente à mesa que ele escolheu. Era uma mesa mais ao canto com um sofá preso na parede para duas pessoas. Com licença, mas era a mesa perfeita para dar uns beijos.
— Oi. — Ele responde sorrindo. — Senta aqui.
Eu me senti uma completa estranha, mas eu obedeci e me sentei ao seu lado. Exatamente como na aula de química, só que com menos iluminação e sem uma professora explicando fórmulas ou propriedades de um elemento.
— O que vai querer? Eu pago. — Ele se prontificou pegando o cardápio.
— Acho que um milk shake... de chocolate. — Eu estava nervosa, muito nervosa.
Ele pediu o meu milk shake e uma taça pequena para ele. Não conseguia parar de balançar as pernas que ficaram penduradas pela altura do sofá.
— Emily, eu não vou enrolar muito... Eu quero te conhecer melhor. Quero sair com você ou fazer qualquer coisa que quiser.
— Hm? Que? Por quê? — O sorriso dele se abriu em meio a minha confusão. Puta que pariu, que sorriso lindo da porra.
— Eu sei que você gosta de mim faz um tempo... E você me parece ser legal... quer dizer, os memes e vídeos de gatinhos que vou dá RT são engraçados. — Coro de vergonha por saber que ele abriu meu perfil do Twitter. — Eu quero te conhecer melhor Emily.
O silêncio reina entre nós pela minha vergonha. Isso só é muito estranho.
— Você viu todos os meus posts? — Meu Twitter não era do conhecimento de pessoas da escola. Apesar do memes e os vídeos fofos de animais tinha... "coisa impróprias"? Digamos assim.
— Eu vi grande parte. Tem uns dez mil. — Ele deu risada e nosso pedido chegou.
— Você viu... os...?
— Eu vi. — Ele sorriu de lado. — Não me surpreendi nem um pouco.
— Ei! — Esbarrei em ombro no dele enquanto riamos.
O clima bom se instalou e a sua destra parou em cima da própria coxa.
— Acha que pode confiar em mim? — Ele perguntou um pouco apreensivo.
Essa é, com certeza, uma das sensações mais estranhamente boas que eu senti na vida.
— Hurum. — Respondi encarando os seus olhos vidrados nos meus.
— Sabe, eu desconfiava que você gostava de um pouquinho de submissão, — sua destra apertou minha coxa de leve — de age play... No ano passado, eu notei você com uma presilha rosa no cabelo... E o colar... — A mão dele volta para onde estava e ele coloca a mão no bolso
— Eu perdi ele na viagem pra esquiar. — Digo me lembrando do cordão que perdi. Tinha um pingente rosa gravado "Little one". Não me julgue, era fofo.
— Pra você. — Ele tira uma simples correntinha dourada com um pingente de coração. — Não é rosa, mas...
— Eu amei. — Digo rápido dando um beijo apressado em sua bochecha.
— Você tem sorte que é nosso primeiro encontro. Se não fosse, te ensinaria como me agradecer da forma certa.
Minhas bochechas queimaram de vergonha e mordi o lábio inferior imaginando o que ele faria.
Cinco segundos de coragem insana.
Me apoiei na mesa e dei um selinho demorado antes de o encarar respirando pesado pela adrenalina que me cobriu imediatamente.
— Não era bem assim, mas tudo bem, eu aceito esse seu agradecimento.
Me encolhi de novo com vergonha. Não acredito que fiz isso.
— Você me parece ser uma boa menina, Emily.
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Contos Eróticos
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