O primeiro ano estava indo tão bem que nada poderia abalar os alunos da 1-A, mas isso só até eles receberem uma tarefa que ninguém esperava, poucos gostavam e muitos sentiam que ia ser complicado.
Eles teriam que ser tutores das crianças do primário por uma semana, duplas seriam formadas e eles supervisionariam uma sala cheia de pequenos seres humanos que estavam aos poucos descobrindo suas individualidades. Ou seja, uma loucura. Teriam que proteger as crianças umas das outras e delas mesmas. Se todos tivessem o poder de Aizawa, seria fácil demais, porém essa tarefa ainda tinha muito o que lhes mostrar.
Todoroki se sentia indiferente, não costumava interagir com muitas pessoas, quem dirá com crianças. Portanto, não imaginava os trejeitos desses pequenos humanos em desenvolvimento. Midoriya, por outro lado, se sentia animado para trabalhar com os pequenos, ele amava brincar com as crianças e responder as perguntas bobas que faziam com cada detalhe do mundo.
Ambos acabaram formando uma dupla e no mesmo dia que souberam da atividade, já foram em direção a uma das salas para passar algumas horas com as crianças.
Quando pararam em frente a porta que os daria acesso aos seres curiosos e agitados, Shouto se sentiu um tanto inseguro. Ele não era bom em se relacionar, deveria apenas observar? Eles irão tentar interagir com ele? O que ele deveria dizer? Todas as dúvidas inundaram seus pensamentos e um passo para trás foi instintivo diante o ataque de insegurança.
- Ta tudo bem, Todoroki? – Deku questiona o olhando com cautela, o bicolor de repente parecera pálido e suas sobrancelhas uniam-se quase imperceptivelmente, coisa que poucas pessoas de fato notariam em vista da face sempre impassível do maior.
- Eu... não sei fazer isso – Ele diz com pesar, desviando o olhar para o lado quando Izuku sorri, o olhar do esverdeado sobre sua face era doce e meigo, assim como sua expressão suave que trazia uma tranquilidade inexplicável no momento de tensão.
- Relaxa, você pega o jeito, só não seja muito... realista? Não sei. Tente pensar um pouco antes de responder alguma coisa, ta bom? – Aquelas palavras o deixaram mais aliviado e ansioso ao mesmo tempo. Shouto apenas acena com a cabeça e tenta ficar frio, mas também nem tanto.
Eles entram na sala e o professor que estava por ali os cumprimenta chamando as crianças para apresenta-los.
- Crianças, esses serão os alunos que ficarão com vocês hoje. Eu volto de vez em quando pra ver se estão se divertindo, tudo bem? – O professor moreno sorria com calma e poucas crianças de fato lhes deram atenção. O homem se despede dos alunos desejando um boa sorte suspeito, ainda mais por sua risada no fim da frase.
Aos poucos, sozinhos com as crianças, elas começaram a se interessar pelos novos visitantes. Midoriya interagia mais com os pequenos, já se enturmando com algumas que queriam brincar com bonecos de heróis. Shouto se sentia deslocado no meio de tantos sorrisos, conversas meio sem pé nem cabeça e olhos curiosos o encarando sem qualquer constrangimento.
Não demora muito para que uma primeira corajosa se aproxime do mais velho, olhando para cima com os olhinhos azuis inocentes, sem temer a face contraída de nervosismo do rapaz.
- Moço, vem aqui – ela puxa a camisa do bicolor pedindo para que ele se abaixe para falar com ela. Ele olha ao redor, notando Midoriya muito entretido com outros garotos e acaba por fazer o que a pequena pede. Ele olha para ela com vergonha, desviando o olhar algumas vezes até ela finalmente falar algo mais – Qual é sua magia?
- Magia? Como assim? – Ele questiona ficando ainda mais aflito por nem sequer entender as perguntas deles. Nem realista conseguiria ser dessa forma.
- É, eu faço isso, olha – Ela segura as bochechas gordinhas com as mãozinhas e estica a pele de uma forma que uma pessoa normal não deveria ser capaz de fazer. Shouto entende o que ela quer dizer, mostrando sua individualidade ainda bem pouco desenvolvida. Ele inclina a cabeça para o lado e tenta achar algo para dizer sobre isso.
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Flocos de Neve
FanficCuidar de crianças não era algo comum para Todoroki. Isso já era de se esperar. O que ele realmente não esperava, era que uma das crianças o considerasse a mais nova princesa da Disney, ou pelo menos, uma cópia quase idêntica da própria Elsa.