desculpa.

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11 de janeiro de 2O2O, O2:57AM.

sempre questionei as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos mas com certeza, a imensidão de um oceano que eu fiz em meu travesseiro em menos de vinte minutos está me desidratando, é loucura. encontro-me em um estado de pura confusão onde não tenho forças para nada, agora eu entendi o porquê do nosso azul, ele faz todo sentido agora para mim. sinto falta do colo de minha vó ou a maneira em que encontrava um aconchego na curvatura do pescoço de meu avô, ele dizia que algum dia eu encontraria o motivo de minha tão depravadora melancolia, torço para que eu não chegue a este estado mas creio que com a dor que sinto, não será difícil chegar por lá.

as lágrimas que antes saíam de meu olho direito — Felicidade — agora insistem com razão em sair pelo meu olho esquerdo — Tristeza, dor, pêsames, lástima, culpa — que já se encontra sem forças ou completamente vazio. ninguém dura nessa porra, nunca, entretanto eu nunca quis acreditar nisso era uma realidade muito dura para mim creio que acabaria morrendo.
querido, agora eu entendo o motivo para não me deixar partir mas me diga, com que forças eu permitirei o seu bater de asas? a felicidade é como uma borboleta.

é mentira agora, vou reformular!

‘ ao meu lado, eu entendo que no bater de suas asas um furacão no meu coração e um tsunami em meus olhos marejados se forma  ’

acessível. doloroso. a arte do partir nunca se tornou tão assustadora. minha animação se foi mas, assim como a certeza de que também terei de ir embora e voar longe, muito longe e nunca mais voltar.
o que será de mim em um lugar que só me resta pena? o que será de mim se todas as minhas tentativas de encontrar alguém são válidas mas, puta que pariu porque ninguém é para sempre? ninguém dura. nem ao menos eu, já estou destroçada.

eu só vi verdade onde eu sei que era para viver, mas eu fiquei com o que dói. é sempre assim.

preciso morrer e partir de vez antes do inverno, é sério. já não me cabe dor, se continuar, é suicídio interno.

vovô Henry, a melancolia nunca foi tão bela.

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