Uma ponte
Entre pensamentos e alterações sonoras não tão vazias
Pensamentos vazios, despreocupados
Desejando o vácuo
Desejando, por vezes, só preenchê-lo
E então destruì-lo
Numa explosão de dimensões anormais
Recomeçando o ciclo
De uma construção cíclica
Vivendo mais ciclos monótonos
Temperados de forma a deixar essa sopa insossa
Meus dias chatos
Ao alvorecer de uma nova cena
Aquelas ligadas a mim, me marcam
Meus dedos se movem
A procura de minhas posses
Preciso lembrar de quem eu sou
Qual o porquê de tanta sabotagem?
Aquelas ligadas a mim são um fardo
Que me pesa as costas e me desgasta os músculos
Para lembrar-me de minha origem misteriosa
Da qual nunca serei capaz de desvendar os mistérios
Uma caixa pesada e fria
Se apresenta para mim todos os dias
E faz a mesma pergunta:
"Já é capaz de lidar com minha existência?"
Sua voz áspera me dá calafrios
A falta de humanidade em sua postura me provoca perguntas sobre sua verdadeira essência
Da qual nunca serei capaz de contemplar a existência
Sua metamorfose
E finalmente
Sua construção
Reforçada
De madeira e ferro
Dada como um presente com juros
Enviada pelos eternos
Que contorcem os valores humanos como se fosse um pano
Molhado
Sujo de forma
Que somente um contato rápido
É capaz de causar náuseas
Suas força aplicada
Diminui o que não podia ser diminuído
A meros reflexos
Nesse líquido turvo e insosso
Do que há de acontecer
