VICENT (Volume Único)

Capítulo 28

Vicent

Assim que sai daquele hospital, contratei os melhores médicos e no dia seguinte Giovanna estava aqui.

Entrei em contato com um grande engenheiro que modificou uma parte da nossa casa, afinal, um quarto era muito pequeno, ela precisaria de uma estrutura maior.

Eu quase não ia pra casa, mas, resolvi mudar isso. Então, passei a trabalhar aqui, as reuniões e os jantares de negócio também eram aqui, eu não queria me ausentar e ter algum problema com Giovanna.

A minha casa mudou boa parte da sua estrutura, muitos médicos de todos os países eram contratados para estarem constantemente realizando exames e ela era monitorada durante todo o tempo.

Não foi fácil. Ainda não é. Eu passei noites em claro sem conseguir dormir, então eu apenas ia até seu quarto e a fazia companhia.

Eu ficava fascinado em como a sua barriga crescia a cada dia que se passava, e em um dos exames a médica foi até o meu escritório.

- Senhor, Giovanna já está no 9° mês de gravidez. Nessa próximos 15 dias ela certamente dará a luz a uma menina... - assim que ela percebeu o que falou, a sua mão foi até a boca e ela começou a pedir enumeras desculpas.

Assim que Giovanna fez as primeiras ultrasonografia eu avisei que nao queria saber o sexo, afinal, eu não queria me apegar aquela criança.

Eu havia decidido que o bebê seria encaminhado a um lar adotivo, afinal, eu não poderia cuidar de uma criança. Todas as vezes que eu a olhasse eu veria o rosto do meu inimigo e as lembranças de tudo que havia acontecido estariam diante de mim.

Não. Eu não poderia, eu não sei amar e não saberia como tratar uma criança. A lembrança do que Giovanna me disse, veio a minha mente como um turbilhão de sentimentos.

Lembrança on

- Vicent, quando você tiver um filho, você ter uma chance para escolher. Você poderá fazer com ela, o que seu pai fez, ou poderá salvar essa criança. O futuro dela, está em suas mãos. - Falou séria...

Lembrança off

- Doutora, se retire imediatamente. - falei grosso.

Ela se levantou rápido e saiu caminhando mais rápido ainda.

Me concentrei em organizar tudo para o parto, que podia acontecer a qualquer momento.

Nos dias seguires praticamente não dormi. Passei a maior parte do tempo olhando para Giovanna, enquanto dormia, eu fiquei como todas as vezes analisando a sua barriga e imaginando que mesmo privando a criança de sofrer, ela já sofria, afinal, aquele lugar era pequeno demais para alguém estar.

- Eu não vou cuidar você. Eu não sei cuidar de nada, e no momento a sua mãe não consegue nem ficar acordada, sem tentar te machucar. Eu tentei te livrar do sofrimento, mas você já deveria sair daí. Você é uma menina... Eu não queria saber... Agora não consigo parar de imaginar você parecida com a sua mãe... Ou você também pode parecer com seu pai... Eu não consigo, eu não sei o que fazer... Saia logo daí, eu preciso me livrar de você, eu estou enlouquecendo... - A sua barriga se mexeu como se o bebê me entendesse, e a única coisa que eu fiz foi sair correndo de lá.