Quem tem boca... Beija.

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Anime: Love stage (Obrigada Amanadakar)

Amanda chegou até onde Thiago estava, quando ele notou a presença da garota, se virou e sorriu.

- Oi. - Thiago falou.

- Oi! - Ela disse animada.

- Ficou legal essa sorveteria aqui.

- A diretora tem bom gosto. - Amanda riu.

- Então, vão pedir o que? - Uma moça simpática perguntou para os dois.

- Maracujá com creme do céu. - Amanda falou e a mulher anotou em uma caderneta.

- Eu vou querer... - Thiago parecia um pouco indeciso. - Menta e flocos.

A mulher anotou o pedido e saiu, os dois conversaram mais um pouco até a mulher trazer os dois sorvetes.

Eles pegaram e saíram caminhar, foram até o gramado e sentaram.

- E aí, como você está com o seu irmão? - Amanda perguntou enquanto colocava um pouco de sorvete na boca.

- Não muito bem, como sempre. - Ele falou um pouco baixo.

- Desculpe, se não quiser falar sobre isso.

- Tudo bem. Eu comecei a me dar mau com ele quando percebi as coisas que ele fazia. - Thiago disse com um sorriso triste.

- O que ele fazia?

- Além de roubar e vender drogas? - Thiago olhou para a garota. - Fiquei sabendo de algumas vezes que meu pai teve que tirar ele da cadeia e de um reformatório por matar e abusar de algumas garotas.

- Mas como ele entrou aqui com todas essas coisas na ficha dele? - Amanda parecia assustada.

- Dinheiro. Você consegue qualquer coisa pagando. Até "limpar" a ficha criminal de alguém. - Ele fez aspas com a mão.

- Realmente.

- E era isso que eu mais odiava no meu pai, ele acobertava o meu irmão, ele até ficava orgulhoso do filho que estava criando. - Dava pra notar a raiva na voz dele.

- Ainda bem que você não seguiu o mesmo caminho que ele. - A garota falou com um sorriso fraco.

- Por pouco...

- Como assim?

- Antes da minha mãe morrer, eu saía com o meu irmão, achava ele o máximo. - O garoto passou a mão nos cabelos. - Ele me levava fazer algumas coisas junto com ele, eu ficava feliz por passar um tempo com o meu irmão. Eu acabei entrando na conversa dele e comecei a sair em festas e usar drogas. - Ele desviou o olhar. - Isso durou até o dia em que eu soube que a minha mãe morreu, depois disso eu não saía mais para lugar nenhum, ficava o dia inteiro trancado no quarto.

- Nossa...

- Eu só queria saber de morrer, não tinha mais porquê viver. Foi aí que a Carla entra na história.

- Carla é aquela loira que estava com você de manhã na sala? - Amanda perguntou lambendo a mão onde o sorvete tinha derretido.

- É. - Ele continuou. - A gente sempre foi amigos desde que éramos pequenos, mas foi nessa fase que acabamos ficando mais próximos. - Thiago limpou as mãos com o papel que vinha no sorvete. - Eu precisava de alguém para me apoiar e ela era a única que estava alí comigo. Mas as coisas mudaram depois da noite de ano novo daquele ano. Se eu bem me lembro, eu devia ter uns quatorze anos. Eu sempre deixei bem claro para ela que nós éramos só amigos, nada mais que isso.

Stalker [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora