Ali havia amor.

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P.O.V Mutano

Eram aproximadamente 18:00 da tarde, ainda não tinha comido nada desde o café da manhã. Robin e Estelar estavam sentados no sofá conversando sobre algo, Robin adorava contar suas histórias para impressioná-la, eu até que achava um tanto quanto fofo a maneira como ele tentava conquistá-la. Cyborg estava em sua oficina consertando seu braço que fora quebrado na luta de hoje mais cedo.

P.O.V Ravena

Eles não podiam saber. Cada dia ficava mais difícil esconder o meu lado mais sombrio. Minhas mãos haviam virado garras e eu estava vermelha. Meus olhos viraram pretos. Eu não conseguia me controlar. Nada estava ajudando, nem meditação, nem leitura. Não queria assustar meus amigos. Mas eu era um monstro. Meu lado demônio estava ficando cada vez mais descontrolado, minhas emoções me consumiam por completo. Eu tinha medo de mim.

Depois de um tempo e muita concentração voltei ao normal, estava fraca e cansada, decidi me deitar para descansar. Até que um apagão na cidade me deixou alerta novamente. Algo me dizia que as coisas iriam ficar tensas.
- Ei! Pessoal? O que aconteceu? - Saí do quarto sem enxergar nada, com os olhos arregalados, meus poderes haviam ficado fracos e eu me senti impotente.
- Ravena? Eu não sei, mas isso parece obra do Dr. Luz, talvez ele tenha escapado mais uma vez da prisão. - Só pude ouvir a voz de Robin que não estava muito perto de mim.
Senti uma respiração em meu rosto, dei um passo pra frente e esbarrei em alguém.
- Cyborg? Estelar? - perguntei.
- N-não, sou eu. - Mutano falou em um tom baixo.
- Desculpa, eu só...Não tô enxergando nada, assim como você. - ele tocou em meu braço em um movimento involuntário.
- Tudo bem. - dei um sorriso, e graças aos demônios ele não podia ver essa cena.
- Eu vou ver se tem velas para acendermos, será meio difícil chegar na cozinha. - Estelar saiu andando, pude ouvir seus passos.
- Não se preocupe Estelar, eu vou com você! - disse Robin em um tom heroico, ele se tornava engraçado quando tentava impressionar Estelar.

O apagão parecia não ter fim, não tínhamos como sair na rua sem enxergar nada. A Torre estava apagada completamente e eu não podia ajudar. Depois de algum tempo Estelar distribuiu velas pelos quartos e corredores, o resto do grupo me viu cansada e disse pra eu ir dormir. Fui imediatamente.
Tirei um cochilo e acordei com batidas na porta. Batidas leves.
- Me desculpa, eu não queria incomodar, mas sei que não comeu nada e trouxe algo. - Era Mutano, ele havia feio sanduíche para mim, que era como se fosse pra ele, pois não tinha carne. - Eu posso? - ele parecia nervoso. - Quer dizer, posso entrar?
- Pode sim. - dei um meio sorriso - Obrigada pela preocupação. - Peguei o sanduíche e mordi a ponta. Realmente, de comida ele entendia, estava ótimo.
- Huuum! - fechei meus olhos e murmurei - está muito bom, obrigada de novo.
- Que bom que gostou. - ele se virou em direção a porta - Bom, eu vou indo.
- Espera! - larguei o sanduíche e me aproximei calmamente. - Eu não deveria ter agido daquela forma com você. Eu sei que ainda gosta de mim, mas há coisas acontecendo comigo e eu não quero te assustar. - Peguei em sua mão que estava fria, encarei o chão e depois fitei o garoto a minha frente - Eu nunca esqueci de você. Mas não me acho digna de receber o amor.
- Rachel...- ele me puxou pela cintura, acariciou meu rosto - Por mais desumana que você seja, ninguém merece desamor.
Garfield me soltou e foi em direção a saída. Agora ele sabia que eu ainda sentia algo, mas sou péssima com sentimentos.
Sentei na ponta da cama encarando o sanduíche que ele tinha feito e pude perceber; ali havia amor.

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