Capítulo 11

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Corri para segurar Perrie que estava no chão, ela chorava muito, eram quase gritos. Foi quando olhei para trás e tomei um susto enorme! Alex havia se suicidado, estava pendurado em uma corda amarrada no lustre. Fui forte, mesmo querendo desmaiar ali, pois eu odiava ver essas coisas, mas pela Perrie me mantive, virei ela ao contrário daquela cena e segurei seu rosto em meu peito. Fui me arrastando pelo chão junto dela até fora do apartamento. Peguei o celular e liguei para a emergência.
- Preciso de uma ambulância aqui no edifício Morrison, esquina das ruas Madison e Clark. É uma tentativa de suicídio. -- Por causa dos gritos de desespero de Perrie a atenção dos vizinhos foi chamada. Uma senhora entrou com seu marido no apartamento onde Alex estava eles se identificaram como médicos, deixei Perrie que estava em choque com alguns moradores que a conheciam. Fui ver o que dava pra ser feito por Alex, afinal ele poderia ainda ter um resquício de vida. Os dois o examinaram por cima e não me deram boas notícias.
- Melhor não mexer no corpo... -- Ela falou triste. Poxa, como eu daria uma notícias dessas a Perrie?
- Preciso de ajuda com Perrie. Ela está desolada.
- Claro, pode deixar que vamos cuidar dela.
- Obrigado. Vou chamar a polícia e tentar localizar a família dele. -- Eu não estava acreditando no que estava acontecendo. Como que Alex resolveu se matar? Por que essa desumanidade com a Perrie em fazer isso dentro da casa que era dos dois? Com a ajuda de vizinhos que eram próximos dos dois, consegui localizar o irmão dele, pedi que viesse até aqui. Desci o elevador, encontrei com a polícia subindo, junto de paramédicos. Eu estava muito nervoso com tudo, afinal não é todo dia que a gente vê uma pessoa pendurada pelo pescoço no meio de uma sala, comecei a sentir vertigem, meu estômago embrulhou e vomitei na primeira lata de lixo que vi na rua. Percebi a movimentação em frente ao prédio, eram paparazzi. Meu Deus, como as notícias voam! Notei que estavam vindo em minha direção, voltei rápido para dentro e pedi na portaria que reforçasse a segurança e não deixasse ninguém subir. O pessoal já estava ciente do que estava acontecendo no 15° andar e fecharam as portas de entrada do edifício. Entrei no banheiro do hall de entrada e lavei o rosto, eu precisava estar firme lá em cima com Perrie, agora que a família de Alexander estava chegando.
De volta ao caos vi que Perrie estava sendo atendida pelos paramédicos.
- O que houve? -- Perguntei.
- O senhor é parente? Está com ela? -- Perguntou.
- Sim, estou com ela. -- Afirmei.
- Estamos medicando ela, pois sofreu uma crise de ansiedade. Logo ela se sentirá melhor. -- Perrie estava muito abatida, ela estendeu a mão para segurar a minha. Aquilo parecia um pesadelo.

Depois de algumas horas, a perícia já havia terminado todo o procedimento e estava na hora de retirar o corpo de Alex. Sua mãe estava lá no saguão do prédio, não a deixaram subir e vê-lo daquela forma. Achei justo, pois nenhuma mãe merece ver um filho naquela situação. Mas seus irmãos subiram, sua irmã mais nova passou mal e também teve de ser socorrida pela equipe de médicos que estavam no local.
- Senhora Perrie Edwards?
- Sim, sou eu. -- Perrie estava muito dopada de remédios.
- Sou o investigador, Telles. Gostaria de fazer algumas perguntas para a senhora a respeito da sua relação com Alexander Ludwig.
- Olha, ela acabou de ser medicada, está sob efeito de ansiolíticos, não seria uma boa hora para perguntas. -- Falei.
- Entendo. Quem seria o senhor? -- Ele perguntou.
- James Scully. Sou amigo de Perrie.
- Se pudessem comparecer até a delegacia pelo menos até amanhã, eu agradeceria. -- Ele me entregou um cartão com seu telefone. Apertei sua mão e ele saiu.
Os pais de Perrie chegaram, eu os avisei de tudo que estava acontecendo. Sua mãe chorava e a abraçava.
- Bom te ver, filho. -- O pai de Perrie sempre gostou muito de mim, me abraçou forte.
- Bom ver o senhor também. Que situação essa! -- Falei balançando a cabeça.
- Nem me fale. Vamos indo, chamei um helicóptero para sairmos daqui, logo vai estar no heliponto do edifício aqui em cima. -- Fomos subindo, as meninas vinham atrás. - Vou te falar que nunca gostei da relação de minha filha com aquele rapaz, ele não a tratava bem, desconfio de que ele a agredia. Mas nunca tive provas para poder agir, Perrie nunca confessou. -- Fiquei chocado em saber disso.
Chegamos no heliponto e o helicóptero já estava lá nos aguardando. Entramos e ele deu partida. Olhei para baixo e vi a avenida principal em frente trancada, milhares de pessoas e jornalistas cobrindo o suicídio de Alexander.

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