Um tempo para seu coração

Capítulo 13

Meu Deus, mais essa agora de homicídio, quem queria matar esse cara?
- Como soube disso? -- Perguntei.
- Os investigadores estão por todo o lado aqui no funeral olhando para todos como suspeitos. Pedi para meu pai ligar para o advogado da família, tenho certeza que irei ser chamada para depor. Eu escutei um deles conversando sobre isso.
- Quem você acha que foi? -- Eu estava atordoado com aquela notícia.
- Não tenho ideia, Alex era muito querido por todos, difícil ele estar de mal com alguém. -- Ela sussurrava.
- Vem, vamos sentar. -- Percebi que estávamos sendo observados. Não poderíamos mais dar motivos para desconfiarem de nós dois. Sentamos, Perrie na primeira fileira e eu logo atrás. Não fazia sentido eu sentar ao seu lado, afinal nem conhecia direito Alexander para me dar o direito de sentar na primeira fileira da igreja. O padre começou aquela ladainha de sempre, lembrei o por que eu odiava tanto ir em funerais. A família de Alex pediu que toda a polícia que estivesse dentro da igreja saísse, pois não era momento de suspeitar de ninguém. Os seguranças os tiraram dali rapidinho.
O padre enfim terminou e já iriam enterrar Alex, mas antes deixaram a família se despedir dele com caixão aberto. Dei uma olhada por cima e Alex era bonito até morto, pelo amor de Deus. Saí da igreja e esperei embaixo de uma árvore distante. Logo vi o caixão saindo da igreja e todos o acompanhavam, a cova já estava pronta. Os acompanhei, pude estar do lado de Perrie nesse momento, pois não haviam fotógrafos por ali, foram barrado de entrarem no cemitério naquele momento.
Perrie chorava, mas depois de saber que talvez Alex não havia se suicidado ela parecia estar mais tranquila em relação aquela culpa que estava carregando. O caixão descia lentamente, Perrie recorreu ao meu abraço, escondeu seu rosto em meu peito e evitou em olhar o caixão descer.
Saimos dali e a deixei com seus pais e fui para minha casa, eu não aguentava mais toda aquela história de Alex, de morte, funeral... Eu estava esgotado psicologicamente.
Cheguei em casa, deitei no sofá e adormeci rápido.

Meu telefone tocou me despertando assustado:
- Alô?
- James Scully?
- Eu mesmo!
- Investigador Bryan Telles, tudo bem?
- Tudo sim.
- Eu gostaria de fazer algumas perguntas sobre a morte de Alexander Ludwig, poderia comparecer na delegacia ainda hoje?
- Claro, com certeza. Logo mais passo aí.
- Obrigado, aguardo você.
Peguei minha carteira e chaves e saí, iria resolver tudo de uma vez. Afinal, eu não tinha nada a esconder.

- Boa noite, senhor Scully. Obrigado por ter vindo. -- Ele apertou minha mão.
- Boa noite.
- Então, como conheceu Alexander?
- Conheci ele por meio de minha amiga, a ex namorada dele, Perrie. Jantamos juntos uma vez.
- Desde quando vocês se conhecem?
- Desde a faculdade, fizemos juntos. Nos formamos e acabamos nos distanciando. Nos reencontramos agora a pouco há uns três meses.
- Por que voltaram a se ver? -- Ele perguntava desconfiado.
- Fomos convidados para gravar uma série juntos.
- E vocês já tiveram algum tipo de relação amorosa?
- Nunca, somos amigos. Na época de faculdade Perrie e eu vivíamos juntos,mas nunca nos vimos com outros olhos. E hoje, continua a mesma coisa. Afinal, ela estava praticamente casada com Alex e eu tinha alguns rolos por aí. -- Dei de ombros.
- Então é isso, muito obrigado por ter vindo. Qualquer novidade nós informamos. -- Agradeci me levantei e fui embora. Quando estava saindo dei de cara com Perrie.
- Jimmy?
- Hey, o que faz aqui?
- Eu que te pergunto. -- Perrie riu fraco.
- Telles me chamou para algumas perguntas.
- Eu também. -- Ela baixou a cabeça.
- Tudo bem? -- Perguntei a puxando para um canto, já que ela estava com os pais e um homem que eu não conhecia.
- Não... -- Ela começou a chorar. - Telles me colocou com umas das principais suspeitas da morte de Alex...