Capítulo 2 - A Invocação

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Finalmente anoiteceu, verifiquei para ter total certeza de que meus pais já estavam dormindo, não podia cometer um erro e deixasse que eles descobrissem isso.

Logo depois de verificar, voltei para meu quarto e preparei tudo, fiz um pequeno pentagrama no chão, coloquei todos os ingredientes em uma pequena vasilha de metal, e comecei a recitar as palavras.

E para minha surpresa... simplesmente não aconteceu nada.

Não acreditei, não era possível, eu não tinha feito aquilo tudo para nada, gastei quase todo meu dinheiro naqueles ingredientes, não poderia ser apenas uma brincadeira de mal gosto de alguém.

Felizmente, procuro mais alguma coisa no livro e acho uma pequena frase ao verso da folha, e pelo que parece, eu teria que recitar todas as palavras palavras em latim.

Peguei um celular velho que eu tinha, entro no tradutor, e traduzo todas aquelas frases para latim, finalmente eu poderia realizar o "ritual".

Com voz baixa e todos os ingredientes à minha frente, comecei a recitar:

"Spiritus hic falsa, ostende nobis vestra virtute, venit ad me voca hercle incommutabilitatem Dei".

Ou em nossa língua;

"Demônio que aqui reside, nos mostre seu poder, venha até mim, atenda meu sublime chamado."

Logo em seguida, me sinto meio tonto, como se estivesse em um pequeno precipício e não parasse de cair, alguns segundos depois eu desmaio e acordo em um local totalmente inédito.

Foi uma sensação tão estranha, era como se eu estivesse dentro da minha própria cabeça, a paisagem muda constantemente, e parecia estar mudando para aquilo em que eu pensava, o que concretizava ainda mais minha teoria.

Logo a minha frente estava o "demônio", ele não tinha corpo, nem se parecia com um humano, tinha apenas um formato de fumaça, uma densa fumaça preta, mal dava pra ver se tinha algo dentro.

Ele não tinha boca nem olho, mas de alguma forma começou a conversar comigo. Sua primeira fala foi:

- Filho, o que você quer ?

Meio assustado e tremendo, respondi:

- Quero apenas uma coisa, sei que o preço será grande, mas quero que você traga meu irmão de volta à vida.

- É uma coisa bem complicada de se fazer, e uma simples oferenda não será o suficiente, eu preciso de muito mais.

- Pensativo, relutei sobre aquilo que estava fazendo, mas mesmo assim o respondi:

- Sei como isso funciona, já li diversos livros sobre isso, do que você precisa?

- Para ressuscitar alguém, eu preciso da morte de uma pessoa. Uma alma por uma alma.

- Uma alma? Eu vou ter que matar alguém? Mas quem?

- De preferência, sua mãe. Tem que ser alguém amado pelas duas pessoas, pela que está sendo ressuscitada, e pela que está tentando ressuscitar.

Nesse exato momento, a fumaça se dissipou por completo, e eu simplesmente acordei com um estrondo vindo da cozinha.

Corri para lá, a luz estava acesa, tinha uma faca ensanguentada em cima da pia, e na janela de vidro a minha frente, estava escrito:

"MATE ELA"

"Estava escrito de vermelho, logo de cara achei que era apenas tinta, mais tarde descubro que era sangue, sangue de um cachorro que morava na nossa rua."

Alguns minutos depois [...]

Minha mãe acordou com o barulho, ela foi de cômodo em cômodo, até chegar na cozinha, foi quando ela me viu tentando limpar a faca, ela deu um grito, e quando eu me virei, ela simplesmente saiu correndo.

Eu entrei em choque, como eu iria explicar para alguém o porquê de estar limpando uma faca ensanguentada? Então, tomei uma decisão meio impulsiva, e simplesmente peguei a faca e saí correndo atrás dela, dei uma facada nas costas, e antes dela gritar de novo, deferi 7 facadas em seu peito.

Foi tão estranho, ela me olhar daquele jeito, ela estava tão... Assustada. Mas de alguma forma, eu senti prazer naquilo, senti prazer em correr um certo perigo, acho que eu gostei daquilo.

De todo jeito, pelomenos agora eu terei meu irmão de volta.

Peguei nós pés da minha mãe, e a arrastei até meu quarto, foi um pouco difícil por conta das escadas, e ficou um leve rastro de sangue por onde ela passava também.

Chegando lá, a coloquei dentro do pentagrama, recitei novamente as palavras, e voltei para o lugar em que estava antes.

Lá estava ele, dessa fez usando um corpo humano, ele ficou me encarando, até eu dizer:

- Eu cumpri minha parte do acordo, você vai trazer meu irmão de volta?

Ele com uma cara de sério e me olhando fixo, me respondeu:

- Claro, eu não sou de quebrar pactos, ele irá voltar em breve, apenas espere, mas... Acho que você deveria ir agora, tem alguém te procurando haha.

E ele simplesmente sumiu.

Acordei com um barulho de porta, quando olhei em minha frente, meu pai estava me olhando com uma cara totalmente em choque.

Quando ele viu a mamãe, ele saiu correndo pra cima de mim, parecia até que ele queria me matar - " Pra falar a verdade, acho que ele queria mesmo " - eu saí correndo para perto do cadáver, puxei a faca que estava enfincada em suas costas, e a enfiei no papai.

O esfaqueei cerca de 11 vezes, por final, cortei sua garganta para ter certeza de que ele morrera.

É, afinal de contas, realmente senti prazer em matar ele, na verdade, foi a melhor sensação que já tive em toda a minha vida, o sangue escorrendo dele, me traz uma sensação tão boa.

Último SuspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora