Último Suspiro

Capítulo 3 - Fetiches Estranhos

Cair nas mãos de alguém por amor, mesmo sabendo que está sendo engando, deve ser incrivelmente horripilante, e foi justamente isso que levou a morte de Gabriel.

Gabriel nunca estava sozinho, ele sempre foi uma pessoa com um dom para as garotas, e por isso, sempre estava com uma namorada ou ficante, nunca estava só.

Mas dessa vez era diferente, ele parecia estranho, estava mais sorridente, mais alegre, ele parecia uma pessoa apaixonada de verdade.

Mas eu não entendi, Gabriel não era assim, os seus relacionamentos nunca duravam nem sequer 1 mês. Porque dessa vez seria diferente? Porque justo por essa garota?

Há alguns meses atrás - " 2 para ser mais específico" - ele conheceu a Isabelle, uma garota meio estranha, mas bem atraente.

Ela tinha lindos cachos, com olhos castanhos, sua pele era sempre brilhante, e além de tudo isso, ela tinha aquele cheiro maravilhoso.

Mas uma pessoa nunca é tão perfeita, ela tinhas seus certos problemas, e não eram nada bobos, mas sim bem graves.

Um certo dia, eu e Gabriel estávamos tendo uma conversa, ele parecia meio agitado e distraído, perguntei o que ele tinha, e foi quando eu descobri.

Gabriel me falou que Isabelle tinha um certo fetiche meio estranho, Gabriel já era mais velho, então era normal que em seus relacionamentos existissem relações íntimas - " Para os não entendedores, sexo" - mas ele me disse que com ela era diferente, por algum motivo, ela gostava de fazer essas coisas dentro de um cemitério velho perto da pracinha, e algumas vezes, eles faziam até em cima de túmulos antigos, ela falava que sentia prazer e uma certa excitação naquilo.

Além disso, ele disse que ela tinhas certos livros e contos estranhos em sua casa, disse que ela chegava a ser assustadoramente macabra em certas partes. E isso vindo do meu próprio irmão, que convivia diariamente comigo, era algo de se assustar.

Ele também disse, que as vezes quando dormia na casa dela, ele acordava com ela olhando pra ele com um olhar fixo e muito assustador, ele chegava a ter medo dela, mas de alguma forma, se sentia encantado por isso.

Nunca fui com a cara dessa garota, meu irmão parecia enfeitiçado por ela, simplesmente não conseguia entender. E bom, no final das contas, eu estava certo, posso não ter como provar, mas tenho quase certeza de que ela tem a ver com a morte de Gabriel.

Era 27 de novembro, eu e Gabriel tínhamos marcado para irmos em um lugar. Passei o dia pensando nisso, estava esperando anciosamente por isso a muito tempo e finalmente tinha chegado o dia, até que, de última hora, Gabriel me liga, meio ofegante, como se estivesse correndo, e me diz que não poderia ir pois iria jantar na casa de Isabelle, e logo em seguida, sem nem esperar eu falar alguma palavra, ele desliga.

Tento retornar a ligação para ele, mas sem sucesso, caía direto na caixa postal. Preocupado, cheguei a informar meus pais, e estranhamente,  eles me disseram que ele havia avisado que iria jantar lá antes de sair - "Algo que eu nunca entendi, se ele tinha avisado antes de sair, porque ele deixou pra me falar na última hora? E porque na ligação ele estava meio ofegante e com a vós trêmula? Acho que nunca consegui acreditar naquilo que meus pais falaram, e exatamente por isso, acredito que dê alguma forma, eles estejam ligados a sua morte."

Bom, na hora, claro que tinha acreditado naquilo que tinha escutado. Eu simplesmente não tinha nenhuma informação sobre Gabriel, então não tinha o porquê desconfiar, mas ainda achava estranho ele não ter me avisado antes.

Algumas horas depois, ainda sem sucesso em entrar em contato com meu irmão, decido ligar a tv para me entreter, já que meu compromisso, o qual havíamos marcado a meses atrás, havia sido desmarcado em cima da hora, e eu simplesmente fiquei sem nada para fazer.

Quando liguei, vi algo que me congelou a espinha, senti um calafrio por meu corpo inteiro. Liguei e a televisão estava no jornal, e a pessoa que estava na reportagem, era ela, a Isabelle

Na reportagem falava que a casa dela tinha sido assaltada, e por consequência, o homem que teoricamente havia "assaltado" a casa, teria esfaqueado Gabriel e eles estava à caminho do hospital.

Corri para a sala, e meus pais já tinham saído às pressas, pois eles já sabiam sobre o acontecido, e eu sem poder fazer nada pois eles tinham me "esquecido" acidentalmente, poderia apenas esperar por notícias.

Algumas horas depois, meus pais chegaram em casa. Eles pareciam abalados, minha mãe se sentou no sofá e caiu em lágrimas, ela chorava feito uma criança.

Quando perguntei o que havia acontecido, ela me respondeu com lágrimas nos olhos e a voz incrivelmente rouca e trêmula, que o Gabriel não havia suportado.

Não sei como descrever o que tinha sentido, fiquei semanas abalado. E praticamente me isolei do resto do mundo, não ia a escola, não comia, simplesmente não saía do quarto.

Sendo sincero, é impossível acreditar na história de como Gabriel morreu, a casa da Isabelle, foi assaltada, apenas ele levou uma facada, e nada de grande valor foi roubado? É impossível de acreditar. E por qual motivo o assaltante daria mais de 27 facadas nele? Para mim, Isabelle era uma assassina a sangue frio, que matou meu irmão, e para não sofrer as consequências de tal ação, simplesmente inventou um grande mentira para se livrar da culpa. Ela era uma pessoa estranha, que tinha gostos assustadores, e jeitos macabros, exatamente por isso não duvido nada de que tenha sido ela.

Essa foi a história de como meu querido irmão morreu. Mas, Gabriel está voltando, daqui alguns dias ele está aqui comigo. E bom, enquanto ele não chega, eu tenho apenas um assunto a tratar;

MATAR ISABELLE.