A dor em seu peito era quase insuportável, quase como se apertassem ali com força ou como se alguém tivesse sentado em seu peito, deixando-o sem ar por algum tempo, porém aguentava não conseguia comentar sobre isso com ninguém. Tinha medo da reação por parte de seus pais, de seus amigos e familiares, aquela doença em si não era comum, não queria trazer toda a atenção ao seu redor para si. Também não queria preocupar ninguém, não gostava da atenção de todos em si queria ao máximo passar despercebido. Ao mesmo tempo, Eijiro queria muito entender porque consigo, se aquilo tudo era um castigo por amar demais ou por ser gay. Não queria pensar que era aquele motivo, preferia dizer que sempre teve um coração grande demais, sempre amou demais e por isso aquilo.
Kirishima não podia, também não queria, acreditar que estava morrendo mais a cada dia que passava, cada momento em que sua garganta coçava e o sangue molhava suas mãos junto a pétalas de rosas na mesma cor de seu sangue, num vermelho vibrante, bonito a primeira vista. Aquele havia sido seu começo, pequenas pétalas de rosas sem sangue, incomodavam um pouco sua garganta, mas não machucavam como agora. Em pouco mais de um mês as pétalas haviam mudado completamente sua vida, passaram de pequenas pétalas delicadas para brotos com alguns espinhos, aumentando cada vez mais que o tempo passava. Sabia que era por causa dele, apenas dele.
Fazia pouco mais de dois meses desde que havia conhecido o rapaz mais alto que si alguns centímetros, que mantinha um corpo malhado e tinha sorriso difícil de ser mostrado já que vivia com uma expressão fechada, como se estivesse bravo o tempo inteiro, tudo em conjunto à um humor ácido e gênio difícil demais de ser controlado ou diminuído. Esse era Katsuki Bakugou, seu mais novo colega de aula e por fim, seu amor não correspondido.
Bakugou podia ser considerado como dono do seu coração, pelo próprio rapaz de cabelo vermelho, mas também dono das flores que provinham de seus pulmões. Essas que eram lindas rosas, prováveis flores favoritas do loiro, Kirishima se sentia azarado demais para contar a seus amigos que a correria até o banheiro, normalmente em momentos inoportunos, era apenas por causa dessas malditas flores. Após muito tempo procurando na internet o rapaz ruivo descobriu suas opções e o que tinha. No começo não acreditava que hanahaki byou existia, claro tinha lido alguns relatos, mas nada além de ficções. Nenhum relato real ou que pudesse ser realmente verdadeiro.
Após aceitar seu fatídico destino descobriu suas opções, poderia tentar fazer Bakugou gostar de si, mesmo parecendo algo totalmente inviável já que o loiro parecia gostar somente de si, outra alternativa era uma possível cirurgia, onde tirariam as flores pela raiz, mas para fazê-la teria que falar com seus pais e não queria isso; Teria que falar de quem gostava, porque aquilo estava acontecendo consigo, não queria ser uma decepção para eles. Ao fim, poderia aguentar as dores, os possíveis ataques até sua morte, uma morte digna de filme ou pena, não sabia realmente dizer.
Mesmo acreditando em tudo, não conseguia imaginar que poderia morrer tão jovem, ainda mais por causa de uma doença tão estranha, não que as outras fossem, mas se perguntava como iam falar de si anos depois. "Nossa, ele morreu tão jovem. Como morreu?" Alguém perguntaria para seus pais, esses que provavelmente ficariam tristes demais por sua morte, assim esperava; "Um ramo de rosas nasceu em seu peito." eles diriam sabe-se lá com qual expressão. Como poderia deixar seus pais falarem isso? Seria bonito se não fosse tão triste para si.
O garoto apertou a borda da pia novamente, estava tendo uma crise por causa da doença, sua garganta doía e seus olhos ardiam cada vez mais, podia ver as gotas de sangue e mais algumas pétalas na cuba enquanto olhava seu reflexo no espelho mediano na parede. Observou desde o rosto pálido, os olhos arregalados e a boca avermelhada em alguns pontos pelo que havia acabado de fazer até mesmo o suor frio que descia pela lateral de seu rosto. Se sentia patético por parecer tão mal.
Após se limpar e tirar os brotos de rosas que, agora, vinham de sua garganta. Kirishima se jogou na cama novamente, pegou um pequeno caderno que sempre andava consigo, com um bom amante da arte sempre fez de tudo um pouco. Desde desenhar pequenos croquis até mesmo escrever textos sobre seus sentimentos ou pequenas histórias fictícias, por isso tinha esse caderno para que pudesse anotar suas ideias de histórias ou mesmo fazer pequenos croquis de suas artes na hora da inspiração. Pegou sua fiel amiga e companheira, uma caneta de tinta preta, e se pôs a escrever meios de se livrar da Hanahaki.
O que fazer para mudar a hanahaki:
Falar com Bakugou;
Morrer(?);
Cirurgia;
Conquistar Bakugou
Jogou o pequeno caderno para trás, olhando fixamente para o teto de gesso sob sua cabeça, os olhos cheios de lágrimas mostravam aquele lado sensível e triste do rapaz. Não poderia ter outra alternativa, não queria morrer, também não queria falar para seus pais sobre a doença e nem fazer a cirurgia. Iria se aproximar do rapaz, conquistá-lo e fazer aquelas flores pararem de brotar dentro de si.
Pegou a caneta novamente, riscando a segunda alternativa e abrindo um tópico de prós e contras; poderia conquistar Bakugou? Será difícil? Talvez, mas iria valer a pena? Com certeza. Pôs mais um risco em frente ao último item, seguiu para a cirurgia; teria que falar com seus pais, não iria conseguir esconder de quem era o seu interesse, eles iriam surtar? Muito, por isso deixou um risco negativo na alternativa. Poderia falar com o rapaz, mas como iria dizer "oi, tenho flores nascendo em meu peito por sua causa!", Isso era para outro momento, mais precisamente quando já houvesse conquistado o rapaz, onde já havia se livrado daquelas flores e assim poderia aproveitar o outro.
Kirishima Eijiro iria sim conquistar Bakugou, podia morrer tentando, mas ele iria conseguir.
*
notas finais: também postada no wtt se quiserem ler a fanfic toda é no meu perfil @angxxl lá no spirit e me chamem no twitter legosh_
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Como conquistar Katsuki Bakugou
FanfictionKirishima sabia o que aquelas dores em seu peito significava, sabia porque estava sentindo-a e como poderia acabar. Porém, cada dia que passava mais imaginava uma morte lenta e dolorosa, a verdade era que iria ter um belo ramo de rosas em seu peito...