II

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Jongho levou poucos segundos afetado pelas palavras do mais velho, pois logo o aroma do ômega voltou a inflar o lobo selvagem dentro de si. San, Yunho e Hongjoong precisaram segurá-lo enquanto gritava que Yeosang não era de Mingi e nunca seria, pois era por ele que o pequeno ômega estava implorando.

Seonghwa e Yeosang conseguiam ouvir tudo mesmo estando no último quarto no final do corredor. As vozes de alfas alterados, principalmente quando usavam o tom dominante, eram altas e poderosas, causando tremores até mesmo em betas. Já um ômega no cio, bem... Isso somente atiçava seus desejos, principalmente se fosse um ômega lúpus.

— H-Hyung, por favor, me toca, eu não aguento mais – Yeosang chorava, se contorcendo na cama e enfiando os próprios dedos em si mesmo, sem se importar se Seonghwa assistia ou não. O garoto não tinha consciência dos próprios atos, quem tomava conta agora era seu ômega desesperado por um nó ou simplesmente por ser fodido, mesmo se fosse um beta. — C-Chama meu alfa, chame qualquer alfa, eu preciso... – pensava em Jongho, nos toques em seu corpo, gemendo sozinho.

Pensava em Mingi, na voz potente e no corpo grande, pensava até mesmo em Hongjoong e Yunho, que eram os alfas mais "delicados", mas ainda assim deveriam fazer um belo estrago em seu corpinho.

Seonghwa precisou respirar fundo e reunir todo seu auto controle. Aquele ômega era capaz de tirar qualquer um do sério e, mesmo sem entender porque Mingi não deixava que ninguém o tomasse - nem mesmo ele próprio -, não ousaria desobedecer o líder da alcatéia.

— Eu não posso, pequeno, sinto muito. Você precisa passar por isso sozinho, eu sei que você consegue – sua voz estava repleta de ternura, mesmo saindo um pouco trêmula pelo desejo.

-H-hyung...- Yeosang engatinhou até o maior, apertando firme a coxa grossa do mais velho. -P-por favor... você é beta... uh?- Pediu manhoso. -Sei que sente meu cheiro...

Seonghwa se ergueu subitamente, se afastando aos tropeços do menino. Não queria de maneira alguma ter problemas com Mingi.

Respeitava demais seu alfa para desobedecer.

Respeitava demais o corpo de Yeosang para abusar dele em um momento desses.

Seong saiu do comodo e trancou-o com a única chave que abriria aquela maldita porta.

Não haveriam mais brigas, não deixaria que nenhum dos alfas tocasse o pequeno Yeosang.

Mingi passou por si em um furacão de fúria e destruição, os olhos azuis brilhando como um tsunami. O alfa parou subitamente, se mantendo sério ao observar Seonghwa.

-Hyung...- Seonghwa começou, sem saber ao certo como dizer para Mingi que, sim, concordava com Jongho e San.

Yeosang precisava de um alfa para si.

-Quero que Wooyoung ou você deem um jeito no fogo do Jongho.- Respirou profundamente. -Antes que eu mesmo quebre todos os dentes daquele fedelho.

Seonghwa fez um careta. Não gostava da ideia de ter os dois alfas lúpus brigando entre si.

— Hyung... Já está mais do que na hora de Yeosang ter um alfa. Ele mal consegue se conter, logo mais ele começará a tentar fugir pela janela e se algum alfa pegá-lo na rua... – Seonghwa sabia que estava pisando em ovos, mas o que poderia fazer? Se preocupava com o ômega. Ele era o pequeno de todos ali.

— Você sabe que não podemos! Não agora! Não enquanto... Enquanto não descobrirmos um jeito de lidar com a espécie dele – Mingi falava sério, mas Seonghwa percebia que ele sentia medo, além de estar se segurando muito. As mãos trêmulas entregavam que ele mesmo estava se contendo para não arrombar aquele quarto e tomar o pequeno ômega para si. 

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