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Para Dean e Sam, os minutos tornaram-se extremamente longos, a medida que aguardavam Jack convencer a garota ruiva de personalidade forte que a decisão mais oportuna naquele momento para ela era juntar-se aos dois, algo que causou uma inquietante ...

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Para Dean e Sam, os minutos tornaram-se extremamente longos, a medida que aguardavam Jack convencer a garota ruiva de personalidade forte que a decisão mais oportuna naquele momento para ela era juntar-se aos dois, algo que causou uma inquietante tensão em quase todos, quase, porque Mégara estava totalmente confiante, curiosa, ao contrário dos Winchester que pouco sabiam o que esperar como resultado de sua existência leviana e daquele confronto.

O garoto se aproximou do impala com a ruiva, deixando a cafeteria para trás, Jack parecia animado, o suficiente para não perceber a preocupação visível no rosto dos irmãos.

— Essa aqui é a Mégara. — Kline foi logo apresentando, com uma genuína felicidade.

Ambos Winchester encontravam-se paralisados: Sam, mal acreditando que a arma que poderia destruir o universo era aquela garota tão intrigante a sua frente, a primeira vista inofensiva como qualquer outra adolescente, com absoluta semelhança a Rowena e certo sarcasmo, talvez uma das características mais marcantes de Lúcifer. Já Dean, completamente receoso, mas sem demonstrar qualquer tipo de fraqueza.

— Podem me chamar de Meg. — ela inclinou os dedos, esticando a mão esquerda, mas nenhum dos irmãos a segurou, então ela cravou as unhas vermelhas em sua palma, a fechando — Sem cumprimentos? Entendi, vocês não querem apertar a bomba relógio com medo de que ela exploda, não é? Super entendo.

— A gente só não costuma confiar em demônios que se chamam "Meg". — o louro foi o primeiro a falar.

— Eu sou o Sam. — o mais novo se adiantou, com a voz embargada, esquecendo de apresentar ao outro.

— Então você é o alce? — ele foi pego de surpresa pelo questionamento —  Meu sonho é decapitar um alce e pendurar a cabeça dele no meu quarto. — Mégara precionou os dedos contra o peito, abrindo um sorriso largo, notóriamente contente com a possibilidade.

Sam praticamente engasgou, enquanto Jack tentava conter o riso tanto quanto Dean, o qual para a própria surpresa se pegou admirando instantaneamente a maneira irônica da ruiva de se pronunciar e logo se repreendeu em pensamento por isso.

— Que tal entrarmos? É melhor a gente não dar mole por aí. — incentivou Dean ao destrancar a porta do impala.

A ideia inicialmente agradou a Mégara que deu um leve tapinha no ombro de Kline, sem desconfiar do parentesco que ambos possuíam. Em segundos, todos estavam dentro do automóvel e ninguém falou nada até que o mais velho arrancasse com o carro.

— Mégara, onde esteve esse tempo todo? — a pergunta veio de Sam, que não deu vez a Jack, o qual parecia encantado com o jeito da ruiva.

— Fugindo, é claro. Até alcançar experiência o suficiente para me autoproteger.

— Então, Crowley criou você? — o mesmo tornou a questionar, apreensivo em imaginar o que a híbrida poderia ter passado.

— Como uma foca. — ela afirmou — E vocês o conheciam?

— É, acho que sim. — o caçula tentou desviar o assunto.

Dean apesar de se manter calado, pouco conseguia prestar atenção na estrada e a sorte é que ela não estava tão movimentada assim, o tempo todo olhava pelo retrovisor para os lábios marcantes e aqueles olhos maquiavélicos, tão diferentes dos inocentes de Kline, os quais pertenciam a criatura sentada no banco de trás de sua baby, sem que a mesma percebesse. Nenhum pouco confortável com a situação.

— O que quer dizer com isso? — o garoto não se conteve, fazendo a gentileza de indagar por todos.

— Você já viu o que uma foca faz com seus filhotes? — Mégara olhou para o lado, o encarando — Ela simplesmente os deixa por conta própria, a mercê de predadores, esperando que se virem sozinhos.

— Deixa eu advinhar, ele te abandonou? — Dean chutou.

— Não. Crowley era o mais interessado em mim nessa guerra contra Lúcifer, só depois que ele foi capturado é que eu fiquei sozinha. — as pupilas tornaram-se mais distantes, o demônio não era mesmo um exemplo de irmão convencional, talvez nem a considerasse, mas ela havia se apegado ao antigo rei do inferno de uma maneira que não sabia justificar — Ele também pediu para que eu confiasse em vocês.

— Tô lisonjeado. — o louro tornou a debochar.

— Quer dizer que você o escolheu como pai? — Jack rapidamente associou a situação da ruiva com a sua.

— É, meio que ele me fez chamá-lo assim até que eu pudesse entender as coisas.

— Então você nasceu com a aparência de uma criança? — intrometeu-se Sam — Quanto tempo demorou para evoluir?

— Querendo me estudar, caçador? —  seu semblante se modificou ao perceber o interesse dele estampado em cada palavra — Por que não me disseca no café da manhã, tentando advinhar?

— Ótima ideia! — o mais velho rebateu — É o que vamos fazer assim que chegarmos no hotel.

— É o que fariam, se soubessem como me matar. — Mégara corrigiu.

Houve uma breve falta de atenção de Dean ao volante, o comentário daquele ser que o mesmo considerava monstruoso, o desconcentrou. Ele jogou todo o corpo para esquerda enquanto tentava controlar o impala que quase atingiu um outro automóvel, tentando o afastar, correndo o risco do carro ser amassado ou posteriormente causar algum dano aos envolvidos. E a primeira opção era a mais preocupante para o Winchester. Seu irmão se assustou ao ser pego de surpresa pela instabilidade do outro, o impala girou na pista, sendo controlado pelo louro minutos depois, que o acabou estacionando a beira da estrada. Agora havia um Dean Winchester extremamente resmungão e grosseiro, mais do que de costume, pronto para dizer tudo o que pensava:

— Como sabe que não podemos te matar? — a pergunta soou arrogantemente direta.

— Da mesma maneira que sei que não permitiria que ninguém ousasse tentar. — a garota ressaltou.

— Tem certeza? Não somos como os outros caçadores, é melhor você tomar cuidado.

— Não, você é como qualquer outro humano, tem medo de mim. — Dean franziu o cenho ao ouvi-la — Acho que nunca esteve tão desesperado em toda a sua vida.

— Olha, não importa como, se você acha que isso de não sabermos como eliminar você é uma vantagem, está enganada. E se machucar algum de nós, não vai terminar bem pra você. Faz ideia de quanto tempo eu e o Sam estamos caçando coisas por aí? Não temos medo de você ou de quem quer que seja. A morte não é a pior coisa que já vimos, podemos usar outros métodos contra você, se for o caso.

— Ei, não precisa ameaçar a Meg! — rebateu o garoto.

— Quer ficar na sua, Jack?

— Eu aposto que nunca viram nada como eu. — a ruiva insistiu os desafiando.

— Ei, vamos nos acalmar! — Sam sugeriu com sensatez — O que foi isso que acabou de acontecer, Dean?

— Nem me pergunta, Sam. — o mais velho decidiu ignorar, acelerando o veículo novamente — Eu detesto dizer, mas se alguma coisa sair do controle, a culpa é sua.

STRANGER BEING - A Filha de Rowena「Supernatural」Onde histórias criam vida. Descubra agora