[...]
Já em casa, me sento no sofá para descansar um pouco, mesmo o colégio não sendo longe a caminha até aqui não é nada agradável. Encostada no encosto do sofá, fecho os olhos e respiro fundo, a melhor coisa do mundo pra mim é quando eu consigo ficar sozinha em casa.
Escuto a porta se abrindo e no mesmo instante abro os olhos para olhar Rodrigo que me encarava, alegria dura pouco mesmo.
— Espero que você tenha um bom motivo para estar sentada e não limpando a casa, caso contrário eu vou te espancar até você não conseguir andar.
— Apenas estou descansado um pouco, já estou indo limpar tudo. — Levanto do sofá e corro para o meu quarto.
Assim que estou em meu quarto caminho até a janela para olhar o céu, mesmo que o céu não esteja bonito como nos dias ensolarados, eu gosto de apreciá-lo. O objetivo era olhar céu mas acabo focando minha atenção no homem que brincava com uma garotinha de talvez cinco anos de idade. É perceptível a felicidade dos dois por estarem brincando na chuva, eu queria tanto ter tido momentos como esse com os meus pais.
— Que falta vocês me fazem. — Sussurro já sentindo meus olhos se enchendo de lágrimas e uma tristeza horrível me invadindo.
Antes que eu desabasse em lágrimas olhando essa cena fofa eu decido sair da janela e trocar de roupa para virar empregada do Rodrigo. Ajunto todas as minhas forças e começo a varrer o chão do andar de cima. Varrendo o chão nem me dou conta que Rodrigo estava por perto e para o meu azar, sem querer joguei sujeira em seu sapato social preto, sem me dar tempo para implorar por seu perdão sou pega pelo braço e em seguida sou jogada com brutalidade na parede.
— Desculpa...eu deveria ter prestado atenção. — Assustada e com dor, coloco a mão em meu braço que foi apertado com bastante força — Rodrigo...
Sou interrompida por um tapa forte que acaba de acertar meu rosto me fazendo cair no chão.
— Cala a boca, inútil! — Ele ordena.
Cabisbaixa e com o cabelo tapando meu rosto, coloco a mão em minha bochecha e tento ao máximo segurar as lágrimas que ameaçavam cair pela dor física que estou sentindo.
— Olha pra mim, Natasha!
O ignoro permanecendo cabisbaixa, nessa desobediência sou pega pelos cabelos e levantada do chão.
— Se isso acontecer mais uma vez eu te faço limpar os meus sapatos com a língua, entendeu? — Continua me encarando com nojo.
Não respondo.
— Eu perguntei se você entendeu. — Irritado ele me joga novamente na parede.
— Entendi, me desculpa. — Olho para ele retribuindo o olhar de nojo.
O mesmo sai me deixando sozinha.
Coloco o dedo indicador em minha boca e assim que tiro vejo sangue no mesmo, fico feliz por ter acontecido apenas isso e não coisas piores iguais as outras vezes. Enxugo meus olhos com a minha blusa e volto a varrer o chão fingindo que nada aconteceu e negando estar sentindo dor no corpo.
[...]
Lexie
— Dona de perfeição. — Digo me olhando pela última vez no espelho orgulhosa de mim mesma por ter me arrumado tão bem.
Estou usando um vestido vinho curto e colocado no corpo, me deixando completamente atraente e bela.
— Você deveria passar em um psiquiatra. — Olho para trás e vejo meu irmão encostado no batente da porta.
— E você deveria sumir do meu quarto. — Respondo indo pegar minha bolsa transversal preta.
— Quando eu sentir vontade. — Retruca entrando no quarto e indo em direção a minha cama — Vai sair com o Adrian?
— Isso não é da sua conta. — Olho para ele e dou um sorriso — Mas respondendo a sua pergunta, não, eu não vou sair com o Adrian.
— Então está indo pra onde? — Pergunta franzindo a testa.
— Mais cedo a Natasha me convidou para ir a casa dela.
— Sério mesmo que você quer ter amizade com ela? — Me olha demonstrando o seu tédio enquanto ia para a porta do quarto.
— Sim. — Sem dizer mais nada saio de casa já vendo Ivan vestido em seu uniforme perfeito enquanto me espera encostado no carro.
— Boa noite senhorita. — Sorri gentilmente para mim abrindo a porta do carro para que eu entrasse.
— Boa noite Ivan, desculpa por ter feito você me esperar por tanto tempo e obrigado por ter aberto a porta.
— Sem problemas. — Fecha a porta e em seguida da a volta para entrar e sentar no banco do motorista, o mesmo já sabendo o endereço não pergunta nada e começa dirigir.
Se o Ivan não tivesse idade para ser o meu pai, com certeza eu iria casar com ele, ele é tão gentil, educado, bonito e com o uniforme ele fica mais atraente.
Wesley tem razão, eu deveria parar com os meus pensamentos sacanas e ir procurar um psiquiatra. Olhando a rua acabo nem me dando conta que estamos em frente a casa da Nat, que por sinal é linda. Saio do carro e caminho até a porta.
— Quer que eu a espere? — Ivan pergunta saindo do carro.
Paro no meio do caminho e viro para o mesmo balanço a cabeça em negação.
— Pode ir para sua casa descansar, daqui eu pego um táxi, obrigado por me trazer e tenha uma boa noite. — Lhe ofereço um sorriso gentil.
— Apenas cumpro minhas obrigações senhorita, não precisa agradecer. — Retribui o sorriso.
— Parabéns por isso.
— Obrigado e tenha uma boa noite. — Entra novamente no carro.
Viro novamente e dou mais alguns passos até ficar de frente para porta pivotante, toco à campainha e espero até que alguém venha atender.
— Oi. — Digo sorridente assim que vejo Natasha, me aproximo para abraçá-la.
— Oi meu anjo, tudo bem? — Sorri retribuindo o meu abraço.
Assim que nos separamos acabo me dando conta que ela estava machucada então ignoro sua pergunta para fazer outra.
— O que aconteceu? — Olho para mesma com seriedade.
Antes que ela me respondesse um homem alto que aparenta ter 39 anos apareceu atrás da mesma.
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1.O Idiota Da Minha Sala
Novela JuvenilCom uma vida deplorável, Natasha só desejava paz e felicidade, coisas que ela não sentia desde a morte de sua mãe. Ao mudar de colégio, Natasha Cooper acaba conhecendo Wesley Forbes, um garoto que para ela é o próprio problema em forma de pessoa, o...