Capítulo 3

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[...]

Já em casa, me sento no sofá para descansar um pouco, mesmo o colégio não sendo longe a caminha até aqui não é nada agradável. Encostada no encosto do sofá, fecho os olhos e respiro fundo, a melhor coisa do mundo pra mim é quando eu consigo ficar sozinha em casa.

Escuto a porta se abrindo e no mesmo instante abro os olhos para olhar Rodrigo que me encarava, alegria dura pouco mesmo.

— Espero que você tenha um bom motivo para estar sentada e não limpando a casa, caso contrário eu vou te espancar até você não conseguir andar. 

— Apenas estou descansado um pouco, já estou indo limpar tudo. — Levanto do sofá e corro para o meu quarto.

Assim que estou em meu quarto caminho até a janela para olhar o céu, mesmo que o céu não esteja bonito como nos dias ensolarados, eu gosto de apreciá-lo. O objetivo era olhar céu mas acabo focando minha atenção no homem que brincava com uma garotinha de talvez cinco anos de idade. É perceptível a felicidade dos dois por estarem brincando na chuva, eu queria tanto ter tido momentos como esse com os meus pais.

— Que falta vocês me fazem. — Sussurro já sentindo meus olhos se enchendo de lágrimas e uma tristeza horrível me invadindo.

Antes que eu desabasse em lágrimas olhando essa cena fofa eu decido sair da janela e trocar de roupa para virar empregada do Rodrigo. Ajunto todas as minhas forças e começo a varrer o chão do andar de cima. Varrendo o chão nem me dou conta que Rodrigo estava por perto e para o meu azar, sem querer joguei sujeira em seu sapato social preto, sem me dar tempo para implorar por seu perdão sou pega pelo braço e em seguida sou jogada com brutalidade na parede.

— Desculpa...eu deveria ter prestado atenção. — Assustada e com dor, coloco a mão em meu braço que foi apertado com bastante força — Rodrigo...

Sou interrompida por um tapa forte que acaba de acertar meu rosto me fazendo cair no chão.

— Cala a boca, inútil! — Ele ordena.

Cabisbaixa e com o cabelo tapando meu rosto, coloco a mão em minha bochecha e tento ao máximo segurar as lágrimas que ameaçavam cair pela dor física que estou sentindo.

— Olha pra mim, Natasha!

O ignoro permanecendo cabisbaixa, nessa desobediência sou pega pelos cabelos e levantada do chão.

— Se isso acontecer mais uma vez eu te faço limpar os meus sapatos com a língua, entendeu? — Continua me encarando com nojo.

Não respondo.

— Eu perguntei se você entendeu. — Irritado ele me joga novamente na parede.

— Entendi, me desculpa. — Olho para ele retribuindo o olhar de nojo.

O mesmo sai me deixando sozinha.

Coloco o dedo indicador em minha boca e assim que tiro vejo sangue no mesmo, fico feliz por ter acontecido apenas isso e não coisas piores iguais as outras vezes. Enxugo meus olhos com a minha blusa e volto a varrer o chão fingindo que nada aconteceu e negando estar sentindo dor no corpo.

[...]

Lexie

— Dona de perfeição. — Digo me olhando pela última vez no espelho orgulhosa de mim mesma por ter me arrumado tão bem.

Estou usando um vestido vinho curto e colocado no corpo, me deixando completamente atraente e bela.

— Você deveria passar em um psiquiatra. — Olho para trás e vejo meu irmão encostado no batente da porta.

— E você deveria sumir do meu quarto. — Respondo indo pegar minha bolsa transversal preta.

— Quando eu sentir vontade. — Retruca entrando no quarto e indo em direção a minha cama — Vai sair com o Adrian?

— Isso não é da sua conta. — Olho para ele e dou um sorriso — Mas respondendo a sua pergunta, não, eu não vou sair com o Adrian.

— Então está indo pra onde? — Pergunta franzindo a testa.

— Mais cedo a Natasha me convidou para ir a casa dela.

— Sério mesmo que você quer ter amizade  com ela? — Me olha demonstrando o seu tédio enquanto ia para a porta do quarto.

— Sim. — Sem dizer mais nada saio de casa já vendo Ivan vestido em seu uniforme perfeito enquanto me espera encostado no carro.

— Boa noite senhorita. — Sorri gentilmente para mim abrindo a porta do carro para que eu entrasse.

— Boa noite Ivan, desculpa por ter feito você me esperar por tanto tempo e obrigado por ter aberto a porta.

— Sem problemas. — Fecha a porta e em seguida da a volta para entrar e sentar no banco do motorista, o mesmo já sabendo o endereço não pergunta nada e começa dirigir.

Se o Ivan não tivesse idade para ser o meu pai, com certeza eu iria casar com ele, ele é tão gentil, educado, bonito e com o uniforme ele fica mais atraente.

Wesley tem razão, eu deveria parar com os meus pensamentos sacanas e ir procurar um psiquiatra. Olhando a rua acabo nem me dando conta que estamos em frente a casa da Nat, que por sinal é linda. Saio do carro e caminho até a porta.

— Quer que eu a espere? — Ivan pergunta saindo do carro.

Paro no meio do caminho e viro para o mesmo balanço a cabeça em negação.

— Pode ir para sua casa descansar, daqui eu pego um táxi, obrigado por me trazer e tenha uma boa noite. — Lhe ofereço um sorriso gentil.

— Apenas cumpro minhas obrigações senhorita, não precisa agradecer. — Retribui o sorriso.

— Parabéns por isso. 

— Obrigado e tenha uma boa noite. — Entra novamente no carro.

Viro novamente e dou mais alguns passos até ficar de frente para porta pivotante, toco à campainha e espero até que alguém venha atender.

— Oi. — Digo sorridente assim que vejo Natasha, me aproximo para abraçá-la.

— Oi meu anjo, tudo bem? — Sorri retribuindo o meu abraço.

Assim que nos separamos acabo me dando conta que ela estava machucada então ignoro sua pergunta para fazer outra.

— O que aconteceu? — Olho para mesma com seriedade.

Antes que ela me respondesse um homem alto que aparenta ter 39 anos apareceu atrás da mesma.

1.O Idiota Da Minha SalaOnde histórias criam vida. Descubra agora