Porquê eu?

Capítulo 18

Entramos no bar, estava com alguma gente, mas nada de mais.

-Anda pago-te um shot!-puxou-me para o balcão
-Estas a tentar embebedar-me Pedro?-fingi-me incrédula
-Não, mas se ficares estás protegida.-riu
-Não faço questão de ficar.-falei bebendo de seguida o shot de whiskey.

Era noite de funk, estavamos a dançar, rodeados de gente que também dançavam, quando me apercebo que à minha frente está o Félix e aquela loira do ginásio.

-Substituiu-me rápido..-pensei para mim
-Pedro, vou beber mais um shot.-comentei
-Eu vou contigo!

Por infortúnio do destino, estava eu a brindar com o Pedro quando ouço a voz da loira.

-Pedro? Nem avisas que cá vens?-fala abraçando-o
-Vocês conhecem-se ?-ouço uma voz demasiado conhecida atrás de mim.
-Sim, somos melhores amigos, desde que me mudei para cá.-respondeu Pedro
-Bem, esta músicas é a minha deixa, adios.-falei com o copo na mão e fui para o meio da malta que estava a dançar.
Antes de lá chegar sinto o copo que estava na minha mao desaparecer.
-Ouve lá, essa bebi...-a cara de João quando me virei fez-me interromper os pensamentos.
-Acho que não precisas de beber mais.-falou
-Mas eu só bebi um shot, ta parvo?-resmunguei tentando alcançar o copo que o João segurava acima da minha cabeça.
-Pois, mas para teres vindo com aquele gajo aqui e não comigo é porque já deves ter bebido 3 garrafas!
-Tas a brincar? Ele é um amigo, tal como tu!-fiz questão de dar ênfase nesta última parte. Porquê? Também não sei, já devo ter bebido demais mesmo!
-Okay. Tens razão. Queres o shot?-disse, baixando o braço.
-Quero!-segurei o copo que ele ainda não largara.
-Então.. -aproximou-se do meu rosto..-toma.-sussurrou com os seus lábios quase encostados aos meus, sussurro este, que por conta do barulho foi mais uma leitura labial.

Assim que obtive o meu copo afastei-me do João e bebi o shot, estava mesmo a precisar!

-Aquele João dá cabo do meu coração!

-Dançamos?-perguntou com a mão no meu ombro
-AINDA ESTÁS AI?-Perguntei visivelmente assustada, será que ele ouvira?
-Vamos dançar ou não?-desviou-se da pergunta
-Mas já não estás acompanhado?
-Acho que eles estão a fazer companhia um ao outro.-apontou para os dois que estavam a conversar.
-Então vamos.
Dançamos, rimos, foi um momento incrível, até me esquecera dos problemas daquela semana. É nisso que o João é bom, em fazer esquecer os problemas, ele é fantástico!

Eu e o João já estavamos cansados então fomos ter com a tal Jéssica e com o Pedro. Eles ainda queriam ficar então o João teria de esperar pela Jéssica para ir para casa.

-Queres boleia?-ofereci
-Não sei se confio na tua condução.-brincou
-Então até logo!-acenei virando costas c as chaves do carro na mão.
-ESPERA POR MIM!-gritou o 79 das águias.
-Bem me parecia.-comentei quando este chegou à minha beira.
-Tou cansado, é a tua sorte!
-Imagino.-ri-me

Acenei para o Pedro e a Jéssica e fui em direção ao carro acompanhada pelo João.

-Certeza que não queres que eu conduza?
-Não!
-Mas tu bebeste!
-Tens razão, mas já lá foram umas horas, sinto me mesmo bem agora, confia!
-Pronto, mas qualquer coisa, dizes que eu conduzo!
-Confia.-sorri-apenas tens de me dizer onde moras.
-Depois estás sempre lá metida.
-Dispenso obrigada.-revirei os olhos ao entrar no carro.
-Estou a brincar, vamos.
Fomos na viagem de carro a ouvir música, enquanto o João me dava indicações.

Chegamos então à casa do João, parei o carro em frente daquela casa grande e baixei o som da música.

-Estás entregue são e salvo.-comentei tirando as mãos do volante para as pousar no meu colo.

-O que estás a fazer?-perguntou, visivelmente confuso.
-Estou à espera q saias.-falei com a mesma expressão facial que ele.
-Tu não vais para casa a esta hora sozinha!
-São 2 da manha, não é assim taaaao tarde.
-É demasiado tarde para uma mulher como tu andar por aí, ainda mais com álcool no sangue.
-Viste algum erro na minha condução? É que eu não!-falei chateada, tinha plena noção que estava sóbria!

-Não, pelo contrário, mas eu preocupo-me! Fica aqui esta noite, por favor..
-João, mas não há necessidade!
-Por favor!-agarrou a minha mão.
-Pronto..Onde posso estacionar o carro?
-Na garagem ao lado do meu.

Ele abriu a garagem e lá estacionei.
Subimos juntos para cima, e antes de abrir a porta de casa o João segura os meus ombros, virando-me para ele.

-És a primeira rapariga que trago cá a casa. Aqui só moro eu e o meu irmão, então não te admires se ele fizer algum comentário estúpido sim?

-Sim, eu não ligo, não te preocupes.-sorri para o tranquilizar
-Obrigada mesmo...-aproximou-se novamente do meu rosto, senti as bochechas a queimar.-Sabes, tenho pensado muito em ti..
-E-e-eu...-nada! Não conseguia proferir uma palavra.
-Não digas nada...-aproximou-se cada vez mais do meu rosto....

-JOÃO! Chegaste!-falou o irmão abrindo a porta de casa, assustando-nos aos dois!