Qual é a sua droga?

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12 de agosto de 2017

Já faz 10 anos que eu me aposentei, desde então, assim como um veterano de guerra, eu tenho tentado me adaptar a vida de civil. Minha filha me presenteou com o caderno em que escrevo agora, mas a decisão de registrar os acontecimentos peculiares que rodearam maior parte de minha vida, veio daquele que vos fala. Talvez seja o medo de ser gravado com um grampo que me impede de contar histórias sobre meu passado a qualquer um, eu não estou vivo por tanto tempo tomando decisões estúpidas, mas dia após dia os atos criminais que eu cometi perturba meu sono. Eu espero poder desabafar através deste diário.

Hoje tentei cozinhar um simples ovo para o meu café da manhã, o cheiro do fracasso ainda está impregnado em minha cozinha, mas apesar do meu ovo queimado dizer ao contrário, eu já fui muito bom em "cozinhar" , apesar de que não era eu que fazia na época. Um dos contribuintes a minha atual fortuna, foi justamente essa culinária peculiar, seguida por tráfico e venda de tais substâncias como a cannabis e a prima mais cruel da cafeína. Uma das histórias que passa minha mente é de quando comecei na vida que me tornou quem sou hoje, eu era como qualquer criança na extrema pobreza daquela época, eu vendia balinhas para sobreviver, apesar de que meus doces continham algo dentro para deixar eles mais "irresistíveis" e depois da primeira vez que eu fui espancado por um policial, eu aprendi a encontrar minha audiência e verdadeiramente analisar as pessoas, ao invés de julgar seu caráter pelas suas roupas. Eu comecei a fazer uma boa soma de dinheiro com as vendas, mas eu nunca vi a cor da maior parte dele, no começo eu trabalhava para um homem chamado Rony, seu apelido era Churrasco, por quê era o que ele fazia com seu corpo se você o traísse, não, Rony não era canibal, eu duvido que ele tenha a coragem pra isso, desde seu nome gringo ao seu apelido infantil, era tudo uma farsa, Rony era um covarde com um forte sotaque mineiro, e o único motivo de estar em tal posição foi por causa de sua família rica, mas mesmo ele sendo completamente desprezível, eu não podia fazer nada, qualquer dedo levantado contra ele, era cortado fora. Um dia, o policial que me causou o problema na coluna que tenho até hoje me pegou no flagra, sacos cheio de pó branco na minha mão, ele sacou seu cacetete e se aproximou de mim, o dia tinha sido difícil, então pela primeira vez eu não apanhei em silêncio, com um chute na canela ele caiu de joelhos, eu não consigo descrever como essa sensação foi boa. Mesmo rodeado por diversas drogas, meu vício sempre foi a adrenalina, eu dei dois socos em seu rosto e tirei o revólver da cintura dele, puxei o tambor e pressionei o cano contra sua testa, ele olhou para mim e começou a chorar, se visse essa cena com certeza sentiria pena do oficial, mas só de lembrar quantas pessoas esse policial corrupto já causou a morte de companheiros meus e até mesmo inocentes, fica até fácil demais puxar o gatilho, eu não me vejo como algum tipo de fora da lei justo, eu já causei a morte de pessoas que não mereciam, mas Deus sabe como foi bom me livrar daquele policial.

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⏰ Última atualização: Jan 17, 2020 ⏰

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