A AFLIÇÃO DO PEREGRINO

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Corro. Mas, quanto mais aqui eu corro, mais distante eu fico. Me aproximo daqui, e me afasto de lá.

Vivo. Vivo aqui. Aqui construo meus palácios, minha vida. Aqui está tudo aquilo ao qual meu coração se apegou. Porém, onde está o meu tesouro? Quanto mais vivo estou aqui, menos vida tenho lá.

Não pertenço á este lugar, mas por vezes deixo-me encantar pelas ambições territoriais. Sou mais um peregrino que parece ter se esquecido que seu verdadeiro lar é atemporal, é incorruptível e inigualável.

Aprisiono-me ás coisas daqui, agarro-me aos devaneios sem notar os grilhões em meus pés, prendendo-me e puxando-me para a gravidade deste lugar.

A liberdade está á um passo de mim, passo que não consigo dar. Estou confortável demais para caminhar, para querer voltar. A liberdade custa um preço que meu coração se desencorajou a pagar. Sou um cidadão de lá, que parece satisfeito em estar emancipado aqui.

Mas momentos de sobriedade me vêm. E são estes momentos que me fazem enxergar o vislumbre em que me apeguei.

Não sou daqui!

Farei como aquele jovem "levantar-me-ei e irei...". Se é necessário pagar um preço para ser livre, este preço já foi pago! Se é necessário trilhar um caminho rumo ao meu lar, este caminho já foi aberto! Só me resta tomar minha decisão.

Todas as coisas que vi e vivi neste lugar querem – e ás vezes conseguem – me encantar, mas vou seguindo aquela canção que diz "...mas contemplo o meu lar".

Pax!

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⏰ Última atualização: Jan 17, 2020 ⏰

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