O carro foi estacionado do outro lado da rua a poucos metros de um consultório de psicologia, no carro havia uma garota agora nos seus quase dezesseis anos com um cara que a fazia tremer, na verdade tudo o que estava para acontecer a fazia tremer, tentar resolver seus problemas ouvindo o que um desconhecido tem a dizer depois que ele ouvir o que você tem a dizer.
- Nós vamos entrar e você vai ter que dizer tudo o que sente e responder tudo que ele te perguntar... - Cris disse olhando para a garota encolhida no banco ao lado que continuou calada
Eu tenho que sair rapidinho para cumprir o serviço comunitário, mas assim que terminar eu vou estar aqui. - sorriu tentando passar confiança
Cris foi condenado a cumprir serviços comunitários como, limpar as ruas da cidade, ajudar no hospital, ajudar a cuidar de velhinhos no asilo e pagar um ano de cestas básicas para um orfanato; ele só não pegou alguns bons anos de prisão porque não houve uma denuncia direta feita pela família da vítima e porque ele mesmo se entregou.
Cris saiu do quarto e abriu a porta para Maria que ficou alguns segundo na mesma posição até que começou sair devagar e se colocou ao lado do de cachos. Em passos lentos eles entraram no lugar e minutos depois Maria já estava deitada no divã olhando o teto.
- Então senhorita, o que pode me falar sobre o ocorrido? - perguntou o homem com seus óculos de grau bem posicionados em seu rosto e com uma caderneta e caneta em mãos...
Silêncio foi tudo o que tinha naquela sala - Senhorita? Você tem que me falar para que eu possa te ajudar!
E então ele tentou, tentou e tentou, mas nada saía da boca da garota.
Quando a consulta acabou, Maria se sentou na recepção e ficou encolhida na cadeira do canto até que Cris chegasse.
Foi necessário semanas de consulta para Maria começar a se sentir segura o suficiente para começar a falar as primeiras palavras.
Um ano e nove meses depois
- Lauren não corra! - Maria gritava indo atrás da garotinha que está completando dois anos e não parava de correr em sua festa de aniversário
- Deixa ela Mari... Ela só esta se divertindo! - sorriu segurando no ombro da garota
- Mas ela pode se machucar... - disse olhando a garotinha que corria segurando alguns balões
- Sem 'mas' ok?! - ainda segurando os ombros da garota a guiou até onde Sophia, Luan e seus pais se encontravam.
- Ela cresceu tanto! - falou Luan com um tom dramático - Até parece que foi ontem que eu estava trocando as fraudas dela.
- Não exagere Luan... Quem trocava as fraudas sujas era eu! - Sophia deu um leve tapa no braço do namorado
- Tanto faz... Já passou mesmo! - empinou o nariz fazendo todos presentes rirem
- Eu achei que nunca mais teria minha menininha de volta... - Karen comenta abraçando de lado a filha
- E de fato não tem mãe! - Luan se pronunciou - Temos que admitir que a Maria está mais responsável, cuidadosa e se tornou uma mulher. - disse sorrindo enquanto encarava a irmã
- Até porque alguém a forçou crescer! - Jefferson deixou a indireta no ar, mas todos sabem a quem ela foi direcionada.
O clima ficou tenso de repente e todos presentes na conversa não ousaram a falar. Cris mantinha seu olhar preso no chão, enquanto Maria tinha seus olhos focados em seus dedos, desconfortável pelo rumo que o assunto havia tomado.
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Estupro
Non-FictionE se o seu irmão mais velho fizesse uma festa em casa escondido dos pais em que você não pode participar? E se mesmo sabendo que não poderia participar da festa você fosse dar uma espiadinha, nada demais?! E se algum bêbado da festa te visse escondi...