Prólogo

420 24 9
                                    

— Você vai, não é?– Carla me questinou, segundo ela, a balada era boa demais pra só uma de nós irmos, já que gabi tinha muito trabalho a fazer e não poderia acompanha-lá.

— Não sei, carla. Tenho que fazer duas horas de live e me preparar pra' algumas avaliações.

— Vamo', por favorzinho mari, só hoje, você nunca saí!

— Ah, mas…

— Mas se você se sentir desconfortável ou quiser ficar em casa tudo bem, ok? Só quero te tirar desse quarto, você merece.– Ela falou após me interromper, eu tinha um anjo como melhor amiga e companheira de casa, não precisava mais do que isso pra' comprovar.

— Tudo bem. Eu quero ir, acho que vai ser divertido.– Carla surtou, dando pulinhos de felicidade enquanto jurava que seria a melhor festa da minha vida, enquanto eu ria da sua histeria.

— A gente saí que horas mesmo?

— Às 23h, mas não teremos hora pra' voltar.

Assenti, pensando no look que usaria. O ecrã do meu celular marcava 21h37, então teria tempo o suficiente para me arrumar. Carla saiu do meu quarto, indo em direção ao seu. Rapidamente saí em busca das minhas roupas mais adequadas pra' uma balada no meu closet, meus olhos foram diretamente a uma blusa de manga longa cinza e preta, perfeita pra temperatura bipolar da noite paulista. Precisava de algo preto, e uma saia de coro era insubstituível na combinação de roupas. Um salto preto fora o escolhido, a maquiagem era uma mistura de cinza e prata, e as joias foram facilmente trocadas por um colar rústico preto com traços em cinza.

O meu cabelo longo e ondulado não precisava de retoques, mas ondulei um pouco mais a parte amassada como efeito das longas horas que fora mantido amarrado.

Tic-tac, e o relógio já mostrava o horário marcado de irmos para o rolê'.

— Você tá linda!– Carla falou, dando pulinhos.

— E você maravilhosa!— Disse tão empolgada quanto.

O uber chegou rápido, e em minutos já estavamos entrando no local. Não olhei a placa na entrada, mas com certeza essa era um dos melhores clubs de São Paulo, deduzi por conta da decoração.

A partir do momento em que a música alta invadiu meus ouvidos, impossibilitando de ouvir o que carla dizia, deixei para trás toda a semana ruim que tive, e me deixei levar.

— Você vai ficar com alguém?– Carla disse, quase gritando no meu ouvido.

— Olha pra minha cara, carla!– Ri, provavelmente a bebida já fazia o mínimo efeito sobre nós.

— Linda, maravilhosa… A pura perfeição!– Ri do surto da minha amiga, não tinha nem como não ficar feliz perto dela.

Carla me arrastou pra pista de dança, o funk que soava nas grandes caixas de som animava qualquer um, e em questão de segundos nós duas dançamos até nos esquecermos do horário. Se não fosse o cansaço, com toda certeza não iriamos sair de lá por mais nada.

Queria beber algo e deixei a pista para sair em busca de alguma bebida alcoólica, as opções eram bem diversificadas, das mais caras as mais em contas, acabei optando por uma vodka com limão ao barman. Aguardei o homem por a bebida, olhando em volta, me deparei com um homem me olhando da parte mais alta do lugar, devo dizer, me observando descaradamente. Mais que cara de pau!

Ele é lindo, os braços parecem bem musculosos, estava muito bem vestido- o que particularmente me fisgou. Seu cabelo estava platinado, arrumado em um topete. De longe conseguia enxergar a quantidade de tatuagens no seu braço desnudo, e teria detalhado ainda mais sua beleza se eu não estivesse parecendo uma boba.

Depois de beber a vodka, fui em direção de carla, que estava bem mais alterada que o normal. O meu relógio mostrava especificamente 3h05, e pra quem tinha que fazer lives e um sábado cheio, já havia passado do horário de descansar.

— Carla!- disse no ouvido dela, que logo se afastou da garota que dançava alegremente.

Bastou poucas palavras para carla entender que tava' na hora de ir, por sorte essa não fora uma das noites em que chegava em casa praticamente dormindo.

Deixei que carla fosse dormir logo, tranquei algumas coisas e logo fui dormir. A noite havia sido intensa, naquelas horas me diverti muito, mas ainda faltava algo. E noites como essa não conseguiriam preencher tanto espaço.

Às sextas-feiras Onde histórias criam vida. Descubra agora