O DIA de minha temida apresentação do TCC está mais próximo. Segundo meus mentores e professores ele está impecável mas, ainda assim, sigo estando nervosa.
Minha família toda quer ver, entretanto, no final das contas, decidimos, por bem, que apenas minha mãe, minhas irmãs e meu pai irão; caso contrário seriam muitas crianças e muitos maridos... sim, eles são importantes para mim também, porém não quero lotar o auditório.
Talvez precise fazer algo para comer; apenas para distrair minha mente, estou preparada, mas, ainda assim, preciso relaxar a cabeça. Ontem eu fui dormir tarde, beirava a meia noite quando consegui pregar os olhos e acordei agora, mais ou menos sete horas depois.
Estou com fome e com uma grande preguiça de me levantar e não, eu ainda não me decidi o que fazer para o casamento de minha melhor amiga.
Já conversei com, literalmente; todas as pessoas que eu poderia ter como um par, mas, advinha só: um trabalha; o outro viaja e um simplesmente não está a fim. Nenhum de meus colegas da faculdade parece estar disposto a me dar uma mãozinha e eu simplesmente não posso ir com o Bernardo. Não dá! Isso me dá um enjoo enorme e uma pontada extremamente incomoda no estômago.
Meneio minha cabeça em sinal negativo algumas vezes, no intuito de fazer o incômodo que sentia se dissipar. Objetivo que, devo dizer, atingi com maestria.
Levanto-me por fim. Arrumo a cama, desligo o aparelho de televisão e o ar condicionado; abro as cortinas do quarto e vou de camisola mesmo para a cozinha. Ninguém mora comigo, a não ser Tália, minha gata persa que meus pais me deram no primeiro mês da faculdade.
Chegando na cozinha, coloco um pouco de água para esquentar, para fazer chá, enquanto arrumo algumas torradas com mel. Depois de fazer o chá, sento-me sobre a bancada e pego o celular. Até que tem bastante mensagens.
"Bom dia amiga!
Hein, será que você consegue me dar uma resposta até terça? Amo você... ah; acredito em você, vamos simplesmente arrasar amanhã." — Era o que dizia a mensagem enviada por Alice"Bom dia Ali, tá bom, lhe dou uma resposta até segunda. Acredito em você também; até amanhã. — A respondo
"Bom dia meu bem, vai arrasar amanhã! Amo você." — Essa mensagem já era de Amora
"Obrigada... também amo você." — Digito rapidamente
E então lá estava ela; uma mensagem enviada por um número desconhecido. Não sei porque, mas o simples fato de não possuir o contato da pessoa que me enviou a mensagem faz com que uma sensação extremamente incomoda passe a assolar meu estômago. Respiro fundo e a abro.
"Lexie, é o Bernardo. Por favor, não ignora essa mensagem. Vamos conversar pessoalmente? Por favor!" — Respiro fundo
"Eu já mandei me esquecer da sua vida!" — Nem ao menos sei porque, cargas da água, resolvi respondê-lo, deveria simplesmente tê-lo ignorado
Sim, eu sei que deveria simplesmente ter excluído a mensagem e bloqueando o número; mas que mal tem eu querer ver o teatro da vez? Ele sempre me aparece com algo diferente. Admito que, depois de um tempo, seus teatros se tornaram cada vez mais, como posso dizer... divertidos.
Enquanto tomo meu chá aparecem três pontinhos no chat do Bernardo, que somem logo em seguida e, alguns instantes depois, voltam a aparecer.
"Podemos nos ver?" — Ele insiste
Penso por vários minutos, sem nem ao menos me dar ao trabalho de abrir a mensagem e, enquanto guardo as coisas em seus devidos lugares, minha cabeça começa a borbulhar em pensamentos. Lembrar de tudo o que ele me fez faz com que meu coração palpite e minha cabeça gire, faz com que eu me sinta um nada, uma trouxa.
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Lexie vai se casar? [EM BREVE]
ChickLitLexie vive em um dilema, numa família gigante formada por muitas mulheres, ela é a única que não se casou e nem tem pretensão de casar, o que arrasa os seus pais, que têm como sonho de vida ver todas as filhas casadas e com filhos. Lexie se vê numa...