CAPÍTULO II

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ORA ESSA vamos lá, Lexie. Você só vai se encontrar com o cara que deixou seu coração em frangalhos, o que pode dar errado? — É o que eu fico repetindo inúmeras vezes em minha mente

O que poderia dar errado... bem, muitas coisas poderiam dar extremamente errado, para ser sincera e, admito, estou começando a me arrepender de ter aceito vê-lo.

Passei por diversas terapeutas e, ainda assim, não me vejo livre da sensação de que fui eu a responsável pela decaída de nosso relacionamento, que a culpa de ele ter procurado outra é única e exclusivamente minha. Idiotice, eu sei, sobretudo porque tenho conhecimento que a culpa não é, de maneira alguma, minha.

Então, por que, cagas d'água, esse sentimento horrível não me abandona?

Estou sentada na mesa há mais de vinte minutos, o que me faz chegar à derradeira conclusão de que ele não virá. Lembro-me, vividamente, de sua exímia pontualidade, a verdade é que Bernardo nunca se atrasa; provavelmente o fato de eu — finalmente — ter aceito lhe ver tenha feito com que seu cérebro entrasse em parafuso.

Foram diversas tentativas falhas e, bem, não estou fazendo isso por ele, mas sim por minha melhor amiga; ela não merece ter dois de seus padrinhos imersos em um clima de amargura e eu me nego a não ser madrinha, depois de tudo o que fiz, mereço estar lá. Digamos que agora Parker se tornou um mal necessário e também não é como se eu precisasse olhar para a cara dele depois do casamento; afinal.

Checo o relógio uma vez mais.

Onde esse babaca se enfiou?  — Praguejo baixinho

Eu devo ser muito trouxa para estar me submetendo à algo desse nível, poderia estar em casa, assistindo a minha série favorita e me esbaldando com brigadeiro de colher, ou simplesmente treinando a minha apresentação em frente ao espelho.

Mas, não, aqui estou eu, esperando pelo cara que certamente merece o prêmio de maior babaca do século... me pergunto o porquê de ainda não ter ido embora. Sério, qual é a porra do meu problema?

Respiro fundo algumas vezes e a sineta da porta do café toca, indicando que alguém a abriu. Direciono meu olhar à ela apenas para constatar que não é Bernardo quem passa por ela, mas sim um moço exageradamente alto, com barba por fazer, pele bronzeada, cabelos negros e olhos em um tom que sou incapaz de descrever. Nego com a cabeça algumas vezes e volto a centrar meus olhos em meu relógio de pulso.

Ele foi presente de Parker, contudo, por algum motivo que julgo não conhecer, me provei incapaz de me livrar dele... tudo bem; devo admitir que talvez, mas apenas talvez, eu seja uma tola sentimentalista.

Pondero se devo, ou não, enviar mensagem à ele, algo em minha mente me diz que isso seria demonstrar desespero em demasia, mas, qual é, estou aqui há exatamentemeia hora agora e ele não tem o direito de me fazer esperar; ao menos não o tem depois de tudo o que me fez passar.

Bufo frustrada e me levanto. Não irei me prestar ao papel de ser a ex namorada trouxa por mais tempo do que o necessário. Traço meu caminho até a porta de entrada e, ao passar pelo balcão de madeira desgastado, sou capaz de vislumbrar de mais perto o rapaz que havia adentrado o estabelecimento instantes atrás. Seus olhos são de um tom âmbar e ele exala um perfume amadeirado.

Admito que há uma grande probabilidade de que toda a minha carência esteja me fazendo reparar em demasia em rostos alheios, eu não costumava ser assim antes de tudo. Abro a porta bege e, no exato instante que coloco meu pé direito para fora do local, Bernardo surge em minha frente.

Mas de onde foi que esse garoto surgiu? — Penso enquanto lhe direciono o meu melhor olhar de confusão

Estava de saída? — Ele pergunta e o simples fato de ter dirigido a palavra à mim faz com que meu coração acelere, minhas mãos soem frio e meu estômago se embrulhe

Sou extremamente grata por não ter ingerido nada no tempo no qual estava a esperar por ele, estou certa de que, caso tivesse ingerido algo, vomitaria tudo em cima dele; não é que ele não mereça isso, ele merece, entretanto seria extremamente humilhante para mim se isso acontecesse.

— Pensei que não viria mais, você não costumava se atrasar. — Me pronuncio, por fim

Parker estende a mão, num claro pedido para que eu adentre o café novamente, pondero um pouco, mas acabo fazendo o que me foi sugerido. Eu já estou aqui mesmo, não vou morrer caso ouça o que ele tem para me falar. 

Apesar de eu ser orgulhosa e extremamente incerta de tudo quando se diz respeito à Bernardo Parker, devo admitir que  ele está tão belo quanto antes, senão mais, lembro-me de que quando estávamos juntos eu fazia questão de frisar o quão sexy ele fica trajando preto e, por um acaso, ele está todo de preto hoje.

Meneio minha cabeça em negação na tentativa, bem sucedida, de afastar os pensamentos sobre meu ex namorado e nos sentamos na mesma mesa que eu estava anteriormente... o que eu não faço por Hollow?

— Eu não deixaria a oportunidade escapar. Fazem séculos que eu tento te ver e você simplesmente me ignora. — Sua voz soa calma e, por algum motivo, isso me irrita — Olha, eu sei que fiz merda, mas... — O interrompo na hora, não vou me dar ao mérito de falar sobre a sua traição e nosso relacionamento fracassado

Sei que não estou psicologicamente preparada para adentrar neste terreno sinuoso e estou me abstendo de chorar em público, de chorar em frente à ele. Já derramei inúmeras lágrimas por sua causa e tenho certeza absoluta de que Bernardo não é merecedor de nenhuma delas.

— Nós não vamos entrar nesse mérito. Esquece esse tópico, Parker, se veio aqui em busca de redenção, de perdão, pode dar meia volta... isso simplesmente não vai acontecer, ao menos não tão fácil assim. Estamos aqui para decidir o que faremos acerca do casamento de nossos melhores amigos, nosso "relacionamento" — gesticulo aspas com os dedos — é estritamente profissional. — Minha voz soa firme, disfarçando muito bem todo o nervosismo que estou sentindo

Ele suspira cansado, uma expressão triste passa a lhe adornar o rosto. Admito que deixá-lo triste ainda me parte o coração e, sim, tenho plena ciência de que estou sendo uma completa idiota, eu sou a última pessoa do mundo que deveria sentir pena dele.

Santa trouxisse, Batman!

HEY MEU POVO QUE COME PÃO COM OVO!

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HEY MEU POVO QUE COME PÃO COM OVO!

Como é que cês tão? Espero que estejam bem.

Eu não tenho data certa de postagem até o presente momento, contudo estarei atualizando a história sempre que possível e já a encaixei em meu cronograma de escrita.

Dito isso; o que acharam do capitulo?

Tia Bia ama o cês!

Kissus da tia Bia!

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⏰ Última atualização: Jan 21, 2020 ⏰

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