Estamos em maratona, cem comentários liberam o próximo capítulo, se não a gente se vê na semana que vem.
Laura Policarpo , morreu com vinte e cinco anos , grávida e casada.
Laura estudou em PoA (Porto Alegre) da escola primária até o ensino médio. A jovem então veio para São Paulo. Se especializou em arquitetura , mas nunca exerceu a profissão, casou-se com Alexandre Policarpo quando tinha apenas vinte e três anos.
Olhava o Google com tristeza, ela morreu segurando uma foto deles, provavelmente pedindo misericórdia, Alexandre era um monstro, como pode matar sua esposa assim?
Ela tinha duas irmãs vivas. Sua mãe ainda morava em Gravataí e suas irmãs em Porto Alegre. Ela estava grávida de dois meses quando foi assassinada, cliquei no nome de Alexandre Policarpo. Na época do crime, também tinha vinte e cinco anos, desde então era viúvo.
Não houve nenhuma namorada apesar de ter recebido muita atenção feminina depois do crime.
Alexandre Policarpo era filho único de uma família pobre, recebeu ajuda diretamente de um magnata e transformou-se em poucos anos em um dos melhores presidentes executivos do Brasil, o casamento com Laura fora praticamente um conto de fadas, os dois se deram bem assim que se conheceram na faculdade, ele foi o primeiro namorado sério dela, casaram logo, e ele alegou que só soube da gravidez depois do crime.
— Acho que entendo porque ninguém queria ser a sua secretária — sussurrei pra mim mesma.
As duas semanas que se passaram depois que eu o acusei, estranhamente dissiparam a tensão entre nós dois, pelo que percebo hoje ele se sentia melhor quando acusado diretamente.
Alexandre era um profissional extremamente competente, a empresa começava a entrar nos eixos, depois de uma crise e vi que o tal CEO assassino era o profissional perfeito para aquilo.
Ele sabia planejar como ninguém, entendia sobre tudo e não dava nenhum passo em falso. Além de estar sempre com piadas inteligentes e boas tiradas.
Com o tempo passei a lamentar o fato dele ter matado alguém, aquela situação volta e meia vinha a minha mente.
Um homem legal não mata a mulher grávida, ou mata?
Na manhã que zeramos os emails e simplesmente tudo foi colocado em dia, sentei-me na cadeira em frente à mesa dele e Alexandre me encarou com um sorriso estampado no rosto.
— Devo confessar que estou surpreso... O que você fez aqui foi muito bom, você é muito ágil, apesar de um pouco pedante, você é uma excelente profissional, Isabel.
— Bem, isso foi trabalho conjunto, Estou cansada, você me deixou morta — engoli em seco, e ele abaixou os olhos, visivelmente culpado, senti meu corpo todo tremer, como podia rir com um assassino?
— Vamos almoçar? — ele disparou.
— Juntos? — mordi os lábios.
— Não tenha medo eu não vou te matar, só estou com fome e acho que seria bom...
Ele olhou para mim enquanto se levantou, deu algumas voltas pela sala, sorri com cautela para ele, havia algo de diferente ali, o jeito como ele me olhou me fez ter certeza de que uma investigação se fazia necessária.
Depois de alguns minutos naquele silêncio, o viúvo sorriu. Embora ele ainda parecesse tão culpado como na primeira vez que o vi, houve uma dúvida em mim.
— Desculpe! Não quis falar isso! — murmurei e ele riu tristemente enquanto encolheu os ombros.
— Está tudo bem. Estou acostumado com isso...— Alexandre olhou para baixo.
— Me desculpe Alexandre... Quer dizer, senhor Policarpo — ele me encarou e balançou a cabeça, haviam lágrimas em seus olhos? Não saberia dizer.
— Alexandre me chame por meu nome , não sou um senhor tão mais velho que você, ou sou?
— Dois anos, quer dizer, não muito, mas isso não importa — corei novamente como pude dizer que sabia a idade dele? Suspirei e Alexandre riu.
— Vamos comer? Acho que ambos estamos com fome...
— Comida, melhor pensamento do dia — minha mente estava confusa, mas talvez aquela proximidade fosse boa para investigar, quanto mais perto mais eu saberia, certo?
— O meu advogado não foi dos melhores. E meu caso precisava do melhor.
— O que você disse? — olhei para Alexandre que colocava o paletó.
— Eu disse que precisava de um bom advogado para provar que eu não era o culpado, porque juro pela minha vida que não a matei, e da forma como tudo ficou, há um assassino solto e vivendo normalmente por aí — ele me pareceu tão sincero quando disse aquilo que parei pra ouvir, mas se Alexandre conseguiu convencer a polícia a deixar ele livre, não seria um olhar que tiraria a minha suspeita.
Descemos para o almoço e não olhei para ninguém pelo caminho, sentia que era uma cúmplice ao descer com ele para comer, não podia falar que eu o considerava culpado e decidira provar isso.
Fomos direto a um bom restaurante e só voltamos a nos falar depois que foram servidas as entradas.
— Tirando a solidão, é muito melhor morar em São Paulo.
— Gosta daqui? As pessoas geralmente reclamam da impessoalidade e...
— Hum... bem, é exatamente isso que me atrai, ninguém me olha diretamente, estou cansado. Nem mesmo minha mãe ficou ao meu lado, sei que me acha tão culpado feito eles, mas você não me conhece, portanto dói menos — Alexandre desembrulhou os talheres do guardanapo — Imagino como deve soar estranho para você, eu me abrir dessa forma, mas hoje é meu aniversário e minha mãe se recusou a falar comigo, quando ela soube que Laura estava grávida, ela me excluiu da sua vida. Pelo visto ela queria neto — ele riu e abanou a cabeça — Esqueça e coma sua salada.
— Hoje é seu aniversário?
— Sim, trinta e um anos, e não sei quanto tempo ainda vai nisso. Estou muito cansado.
— Imagino, mas se fosse inocente... — engoli em seco, aquilo escapara de meus lábios.
— Eu sou, infelizmente não tinha um álibi tão bom na época, o que eu fazia me tornava culpado, entende?
— Você a traía? — ele abaixou os olhos e eu soube que havia acertado.
— Sim, eu havia descoberto que Laura tinha uma vida paralela, eu era fiel até ali, mas não aguentei ver o que vi, quando Laura foi assassinada eu transava com uma amiga. Se você quiser eu te conto como foi aquela noite, quer ouvir a minha versão do assassinato?
Ajeitei-me na cadeira, mal sabia que minha vida mudaria completamente depois de ouvir aquilo, mas infelizmente não haviam escolhas, eu precisava ir até o final.
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Obscuro CEO *Degustação*
Misterio / SuspensoAlexandre é o mais novo responsável pelas empresas Fiorelli. O jovem CEO, está voltando para São Paulo depois de um bom tempo no Rio Grande do Sul, trazendo além de sua competência, um grande mistério. A morte de sua primeira esposa, um fato que nun...