Capítulo 2

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 Tá tudo acabado, é isso. Minha casa pegou fogo, eu não tenho pra onde ir, não tenho como pagar uma casa temporária, estou ferrada, muito ferrada!

— Não fica triste minha filha, você sabe que nossa casa também é sua, você pode voltar quando quiser — diz minha mãe ao telefone.

— Eu sei, mãe, mas a empresa está no meio de uma crise, a Marta vai me demitir se eu pedir uma licença. E eu não posso ser demitida de forma alguma, preciso ajudar com a faculdade da Tessa.

— Eu sei minha filha, e se eu pudesse tirava esse peso das suas costas, mas você sabe que depois do acidente seu pai não consegue mais arrumar emprego, e já está bastante difícil pra mim pagar as contas da casa.

— Não se preocupe, mãe, eu sei o que você tá passando, jamais exigiria isso de você.

— Mas não se meta e algo que você não vai poder lidar, minha filha, tenho certeza que a Tessa vai entender se você não puder mais pagar pela faculdade dela.

— Calma mãe, essa vai ser a última opção, talvez a zoe fique em um hotel ou algo assim, posso ficar com ela, vou dar meu jeito, não se preocupe. Preciso desligar agora, tenho umas coisas pra resolver.

— Ok minha filha, se cuida, te amo!

— Também te amo, mãe! Da um beijo no pai por mim. Tchau. — digo desligo logo em seguida.

Ando pelo corredor do prédio em direção ao meu apartamento, ou ao resto dele, para poder ver o que o bombeiro tem a dizer. Eles estavam investigando a causa do incêndio.

— Boa noite, senhorita .

— Boa noite, moço! Não me enrola, diz logo se o senhor conseguiu descobrir algo.

— Na verdade, consegui sim, foi bem fácil descobrir que o incêndio veio da cozinha, até porque foi a parte mais afetada de toda a casa, não sobrou quase nada. Mas não conseguimos identificar de onde começaram as chamas, ficou quase tudo irreconhecível, a senhora se lembra de alguma coisa? algum eletrodoméstico pifando, ou comprado recentemente, qualquer coisa pode ajudar na investigação.

— AI MEU DEUS! — Lembro, já sentindo as mãos começarem a tremer sentindo o desespero me atingir, zoe ia simplesmente me matar, como pude ser tão irresponsável.

— A senhorita se lembrou de algo?

— Lembrei sim, eu deixei o forno ligado com uma pizza dentro no café da manhã e sai correndo para trabalhar. — admito me sentindo muito envergonhada.

— Então provavelmente encontramos a causa do incêndio.

— Mas os fornos elétricos não deveriam ter algum tipo de mecanismo que impede que isso acontecesse?

— Sim, na teoria deveriam mesmo, mas dependendo da marca do seu forno elétrico, pode ser que ele não seja de tanta qualidade, e por pagar mais barato num produto você acaba perdendo funcionalidades e a senhorita acabou de descobrir o risco dos produtos baratos. Preciso que assine aqui — me diz entregando duas cópias de um mesmo papel e sinalizando onde eu precisava assinar — Essa cópia é da senhora, e essa aqui é nossa. Esse documento é para que a senhora possa entregar a seguradora do apartamento, e esse fica conosco por segurança, caso a senhora perca a sua cópia pode requerer outra.

— Ok obrigada — digo fingindo que estou analisando o papel, mas na verdade eu só quero que ele vá embora para eu chorar sozinha. — Bom se é só isso, estou indo embora, o lugar não corre risco de desabamento, pois não afetou nada além dos móveis, já está liberado para obra. — E com isso ele se vai.

120 Dias Com Ele (Em Att)Onde histórias criam vida. Descubra agora