Capítulo 1

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Thainá

Eu levantei cedo, meu pai ainda estava dormindo então eu peguei as lenhas no quintal e acendi o fogão.
Era sábado, eu não tinha que ir pra escola ~ Graças a Deus ~ então eu não ia ver o Laerte, fico um pouco desapontada, nunca nos vemos nos fins de semanas, eu tenho aula de música, estou aprendendo a tocar piano e tenho meus afazeres em casa.

Assim que terminei de coar o café, meu pai adentra a cozinha já com os pães.

- Bom dia pai, achei que estava dormindo. - Eu falo.

- Não, querida. Levantei cedo, o patrão pediu para que eu fosse deixar tudo pronto para a chegada da nova carga de gado. - Ele diz e se senta a mesa.

Meu pai trabalha para o maior fazendeiro da região, e consequentemente, o pai do Laerte. Ele é um senhor pouco agradável, a moda antiga.

- Mas pai, é sábado. - Eu digo e assim tomamos café em silêncio.

Assim que termino, tomo um banho e vou para a aula.
O caminho até a casa da Sra.ilda é tranquilo. Segurando meu chapéu para que o vento não o leve, eu vou observando o caminho no qual eu sempre percorro, a velha praça com sua grande Cruz de madeira, e a igreja católica com suas enormes portas abertas na qual várias crianças adentram para começar assim, as aulinhas de catequese. Eu cumprimento alguns conhecidos, e desconhecidos.

- Thai! - Marilia, minha amiga, me avista de longe e acena.

- Mari, como está? - eu pergunto indo a seu encontro, e dando lhe um abraço.

- Eu estou bem, venha, vou contar lhe porque andei sumida. - Ela diz toda empolgada.

Marilia é filha do prefeito. Ela é muito linda e influente entre as meninas aqui, ela não sai muito de casa (Apenas fora da vista dos pais) e passou um tempo na França.
Fomos até uma pequena cafeteria para por o papo em dia.

- Enão, me conte o que estava fazendo na França, como foi lá?! - Eu pergunto muito empolgada.

- Meu pai queria que eu tivesse uma educação melhor, frequentei uma academia de etiquetas, fiz alguns cursos como Culinária e de como ser uma boa mãe. Amiga, eu estou prometida, vou casar! - Ela fala e eu noto sua expressão mudar, ela estava feliz, empolgada, mas seu olhar era pura incerteza.

Marília tem 18 anos, sempre a achei muito afrente do seu tempo, muito imponderada e ouvir isso dela, com certeza, foi o baque e tanto.

- Amiga, eu fico realmente muito feliz, mas é isso que você quer? - Eu pego em sua mão e a acariciou, ela olha pra mim com os olhinhos brilhando e eu entendo. - Tudo bem, eu te apoio e te respeito. Me convide para cerimônia certo?!

Nos abraçamos e eu fui para as aulas de piano.
O resto do dia foi tranquilo, mais tarde me encontrei com algumas amigas para tomar algo. Álcool, que palavra gostosa, e a bebida então? Melhor ainda
Não há problemas quando se tem álcool.

- UMMM. DOISSSS. TRÊSSSS. - Ana, Gabriela e Carolina, gritavam as três coletivamente enquanto eu virava mais uma dose de uísque.

Eu estava na casa da Ana desde as 15:00 da tarde, os pais dela trabalham até muito tarde, e ela sempre esconde algumas bebidas da despensa do seu pai no quarto.
Já estava meio ~ Muito ~ tonta, precisava ir para casa, já eram seis da tarde e meu pai voltara as sete da reunião.
Eu me despedi das meninas e meio pra lá e pra cá, fui andando.
Havia muitas crianças na rua, mas nem sinal de adultos. Que isso?
O beco onde dava para o meu bairro estava muito escuro, mas como eu estava alterada, pouco me importei.
No meio do pequeno beco eu sinto duas mãos puxarem minha cintura, enquanto meu coração se enchia de angustia e adrenalina eu tento correr. Inútil
Com um pouco de esforço consigo ver o rosto de um homem barbudo, eu daria uns 45 anos, o qual eu lutava para escapar dos seus braços sem cessar.

- Por favor, me solte. - Eu falo um pouco baixo, estou em choque.

- Uma moça da sua idade, e bêbada, o que acha que eu vou fazer com você? - Ele aperta meus braços, agora de frente pra ele, e cola sua boca na minha.

Eu o xingo, e cuspo em sua cara. De imediato levo um tapa.
Com o coração na mão e desesperada eu imploro por misericórdia.
Devera ser o meu fim? Por que me atrevi a chegar essas horas em casa, e bêbada? Era culpa minha?

Antes de terminar meus devaneios, um outro rapaz se aproxima, e de imediato me puxa para longe, e cai em cima do velho pervertido, eu não consegui correr, eu só pedia pra parar e me tirar dali. Então, deixando o homem caído, agora posso ver a face do meu herói, era o José.
Um amigo meu, deixamos de nos falar quando ele deixou claro que tinha intenções de pedir minha mão, eu não queria, ainda era muito nova.

- José! - eu o abraço chorando.

- Calma. - ele acaricia meus cabelos e andamos em direção a minha casa.

- Eu não sabia que tinha voltado. - Eu disse depois de um tempo em silêncio, mais calma e indo em direção a minha casa.

- Desculpe por ter sumido, eu devia ter avis... - interrompo

- Não. Tá tudo bem, eu te tratei super mal aquele dia, não devia ter dito daquela forma, com aquelas palavras... -me desculpo.

- Tá tudo bem Thai, eu senti sua falta. - Ele me abraça.

- Thainá! - era o Laerte, sua expressão enfurecida me fez tremer. Ele saiu andando, estava me esperando na frente de casa.

Me despedi depressa de José, e corri ainda tonta em direção ao Laerte. O que ele vai pensar de mim? Chegar em casa uma hora dessas, com um rapaz e bêbada. Meu Deus!

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Esta saindo alguma coisa, AAAAAAAA.

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