– HAN JISUNG!
Chan gritava pela quinquagésima vez naquela tarde. O punho doía de tanto bater na porta, mas ainda não obtinha respostas.
– Sai dessa merda de quarto agora! – ordenou em vão. – Caralho, Han! Eu não vou comer até você sair! – tentou comover ao menor sem conseguir arrancar um resmungo que fosse.
Nervoso, acabou correndo de volta à sala de jantar. Seu estômago roncava incessantemente e a fome sempre o deixava ainda mais furioso. Foda-se Jisung e sua maldita frescura. Ele não saberia se comesse uma coisa ou outra.
Agarrando um pão doce, mordeu mais da metade de uma só vez. Mastigou-o rapidamente, com os olhos ávidos já buscando pelo próximo quitute... o que logo percebeu ser um erro.
Sim, um erro.
Cometera um erro ao tirar o foco do maldito pão.
Por que? Bem, pois suas vistas encontraram algo além do diversificado menu.
Sim, o urso.
Seus olhos encontraram o fodido urso e seu semblante julgador.
Olhando-o de volta.
Chan grunhiu em exaspero. Sua garganta repentinamente o desobedecia, não deixando-o engolir o doce que aguava sua boca. Céus.
Esse urso... esse urso iria para a lixeira no dia seguinte, acabara de decidir.
Desistente, pegou o primeiro guardanapo que encontrou e nele cuspiu o conteúdo mastigado. Deixou-o em cima da mesa.
– HAN JISUNG, SAI DESSA MERDA AGORA! – gritou movido pelo ódio ao se dirigir mais uma vez ao corredor. Parado de frente à porta do menor, socou-a outras três vezes. – Eu vou tirar cada linha que você tem nas próximas músicas, eu não vou te deixar produzir, você tá entendendo?! – ameaçou.
Nada.
Jisung seguia trancado há ao menos quarenta minutos.
– Você bateu a cabeça ou algo assim?! – Chan continuou a soltar toda a raiva e confusão em si presos. – Para com essa bosta de princesa e sai desse quarto! Vamos comer, tomar umas cervejas, jogar um jogo, sei lá!
Nada.
Com mais um grunhido, o líder resolveu ir à sala novamente. Dessa vez, usou toda a força que tinha para ignorar a mesa posta e ao urso possuído pelo espírito de uma velha ranzinza. Foi direto à televisão, ligando-a no último volume em um jogo de futebol que sabia que passava. Era o time favorito de Jisung.
Isso deveria tirá-lo do quarto.
Sentou-se no sofá e esperou. Estava no trigésimo minuto do primeiro tempo. Bufou. Logo Han apareceria, tinha certeza... ainda mais quando, para comover ao menor, Chan gritava gol o mais alto que conseguia e narrava exageradamente cada falta que os times tomavam. Chegou até a repetir ao menos dez vezes o nome do jogador favorito do caçula e inventar uma lesão no mesmo. Mesmo assim, nada.
Ao vigésimo segundo minuto do segundo tempo Chan percebeu que se enganara.
Mais preocupado que irritado, voltou a bater na porta do quarto.
– Han. – chamou-o agora calmamente. – Abre pra mim, cara. Você tá perdendo o jogo do seu time, eles tão ganhando. – nenhuma resposta. – Ei, vamos assistir juntos, você não quer?
Silêncio.
Bang agora suspirou. Bosta.
– Han... me desculpa. – mudando a tática, buscou o tom mais arrependido que sabia fazer. – Eu estraguei nosso lanche, eu não entendi a brincadeira. Foi mal, me desculpa, cara.
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Princesa.
RomanceEm um raro fim de semana a sós, Jisung convidou Chan para um café da tarde. O comportamento do mais novo, contudo, estava no mínimo... atípico. => Ou: Jisung acha que é uma princesa. Boa sorte, Chan. [TODOS MAIORES DE IDADE] [Princess play]