Ultraviolence

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Pov. Camila:

    Ela costumava me chamar de DN, como uma abreviação para "Deadly Nightshade", como se eu fosse a sombra mortal de suas noites, porque eu era cheia de veneno, mas fui abençoada com a beleza e a raiva.

Lauren se aproximou, ela me bateu, mas eu senti como se fosse um beijo. Me trouxe de volta no tempo, me recordando de quando éramos apenas crianças.

-Você é fraca, Camila. -Lauren dizia enquanto estava em cima de mim, segurando meus pulsos. Estávamos "brincando" de lutinha, e como sempre, ela me vencia.

-Talvez eu goste disso. -Eu disse.

-Vocês duas, brigando de novo? -Disse minha mãe, vindo pro quintal com um pano de prato jogado em seu ombro direito. Eu e Lauren nos levantamos. 

-É a Lauren que começa! -Eu disse.

-Não foi eu quem deu o primeiro tapa. -Lauren disse.

-Estou cansada já de vocês duas, vocês deveriam agir como irmãs!

-Ela não é minha irmã! -Eu gritei.

-Vocês cresceram juntas, não há motivo pra se odiarem tanto! Agora vamos cantar parabéns, os convidados estão esperando. -Minha mãe disse entrando.

-Eu te odeio, Lauren! -Eu disse antes de seguir minha mãe.

-Feliz aniversário, sua pirralha. -Lauren disse

-Estou fazendo 16 anos, não sou mais uma pirralha.

-E ainda assim, continua agindo feito uma. -Ela passou por mim, me dando as costas.

Lauren e eu crescemos juntas, sua mãe faleceu em seu parto, e depois disso o pai de Lauren começou à beber e culpá-la pela morte de sua esposa, então ele era agressivo com Lauren, o que resultou na perda da guarda, que ficou com uma tia dela, irmã de sua falecida mãe. Essa tia morava em uma casa de frente com a minha, e ela era muito amiga da minha mãe. Como a tia de Lauren trabalhava o dia inteiro, pedia pra que minha mãe cuidasse de Lauren, o que ela fez com gosto, já que eu não tinha ninguém com quem brincar, Lauren foi minha única amiga na infância. 

Apesar de termos quase a mesma idade, Lauren já era bem maior que eu, e sempre foi mais bruta e violenta. Gostava de brincadeiras de luta, videogames e esportes em um geral. Já eu gostava de brincar com bonecas, e quando Lauren brincava comigo, ela sempre era o marido, mas não entrava muito no espírito da coisa, já que ela só fingia estar trabalhando e quando voltava, me tratava mal, como se estivesse brava comigo sem motivos. Com o passar do tempo, desisti dessa ideia e passei a brincar sozinha dessas coisas, mas ainda tentava acompanhá-la em seus passatempos. 

Quanto mais fomos crescendo, mais eu me sentia confusa em relação à Lauren, parecia que eu tinha começado à gostar de quando ela me maltratava, e percebi que isso estava fora de controle na primeira vez que me toquei. Eu tinha 15 anos, estava descobrindo meu corpo, naquele dia Lauren e eu tomamos banho juntas depois de um dia inteiro na rua andando de bicicleta. Fazíamos isso frequentemente, mas especificamente naquela noite, o corpo de Lauren parecia mais bonito que o normal. Ou talvez tenha sido a primeira vez que parei pra reparar em seus seios, sua pele, as curvas de seu tronco, o jeito que ela se ensaboava de olhos fechados enquanto a água caía em seu rosto...

-O que foi? -Lauren perguntou e me assustei.

-Ahm... O que?

-Por que está me olhando com essa cara? 

-Eu... Estou? -Disse e Lauren riu.

-Está gostando de me ver molhada? -Ela disse com um sorriso de lado, pegando sua toalha e saindo do banheiro. 

Live Fast, Die Young (Camren/One Shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora