The life

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-Quanto é o programa?

Acordei com aquela frase ecoando em minha mente. Já faziam mais de 30 anos que eu não era garota de programa, mas aquela pergunta maldita que me fizeram todas as noites por 5 anos não saia de mim.
Levantei às 7:00, como todos os dias. Fui ao banheiro, fiz minha higienes pessoais e sai do quarto amarrando meu robbie, vendo minha filha caçula, Natália, chegando em casa ainda com a roupa da festa em que havia ido noite passada

-Não tá muito cedo pra senhorita chegar em casa? Perguntei em tom de brincadeira, mesmo sendo sério

-Desculpa, mãezinha. Nath veio até a porta do meu quarto -Eu tava com as meninas da faculdade e nem vi a hora passar, juro que não vai se repetir. Ganhei um beijo na testa e a vi indo deitar.

Desci e não vi a mesa do café posta, supus que Ana, nossa empregada há mais de 15 anos, ainda não havia acordado. Fui até a cozinha e preparei uma vitamina qualquer pra mim e subi com a taça em que a pus. Entrei em meu closet e procurei uma peça de roupa qualquer, não ia trabalhar naquele dia, estava em uma semana sabática, digamos assim. Peguei um vestido branco e o vesti. Tomei a vitamina deitada em minha cama enquanto mexia em meu celular, mas fui interrompida por uma ligação de Carlos, meu marido.

-Finalmente se lembrou que é casado, hein! Disse ironizando pois faziam 5 dias que não nos falávamos

-Desculpa, amorzinho, mas você sabe que aqui é praticamente impossível sinal

-Falando nisso, como está aí?

-Mais ou menos, nada fora do normal. Liguei pra avisar que volto domingo pela manhã, segunda é aniversário da mamãe e gostaria de fazer uma festa supresa pra ela, me ajuda?

-Claro, meu bem! Disse tentando parecer animada, mas Carlos sabia que eu não suportava a mãe dele, mas também sabia que esse sentimento era recíproco dela por mim

-Eu te amo, Magali. Não se esqueça disso! Obrigado e tchau

Carlos desligou, haviam o chamado para atender algum paciente como já era de praxe. Me levantei e fui até Luiz Felipe, meu filho mais velho e me sentei a seu lado na cama

-Psiu, você tem aula hoje, mocinho. Fiz carinho na bochecha dele -Anda, Lipe, levanta. Você já tá se atrasando!

-Sai, mãe! Eu não vou hoje!

-Como não? Você não quer mais ser o futuro Doutor Luiz Felipe Nóbrega e assumir os hospitais do seu pai?

Era só tocar nesse assunto que ele se animava. Luiz Felipe fazia de tudo para agradar Carlos, até mesmo se apaixonou pela profissão do pai só para segui-la e o deixá-lo se gabando com os amigos médicos.

Na cadeia...

-Mas que merda de vida!

Estou há 3 anos na prisão, isso aqui é um inferno! Cada dia que passa eu só queria ter morrido naquele acidente de carro, nunca teria me tornado delegado, me envolvido naquele crime e ainda estaria perto da minha falecida mulher e da minha Joaninha. Minha esposa, Manoella e minha filha Maria Joana haviam morrido em um trágico acidente de carro, diferente de mim, que sobrevivi.

-A culpa não foi minha, o babaca do caminhoneiro que avançou! Disse a um colega de cela. Muito menos fui eu quem matou o Juiz Eurico, matei alguns homens, mas aquele juiz filho da puta não! Gritei para mim mesmo.

A promotoria estava para mandar um advogado há 1 ano e meio, mas até agora nada. Meu sonho é sair desse lugar nojento, refazer minha vida e ver meu Vasco jogar em São Januário, nem que seja a última coisa que faça na vida!

-Que saudade eu tava de você, minha gostosa! Carlos apertou minha cintura com vontade enquanto me beijava, já querendo me jogar na cama

-Espera aí, apressadinho! Me conta da viagem! Disse tentando desviar o pensamento dele, já que não estava afim de sexo naquele momento

-Nós temos a vida toda pra conversar, Magali! Praticamente gritou voltando a me beijar enquanto me pegava no colo, já tirando minha calcinha.

Carlos sabia como me provocar. Ele tirou aos poucos minha camisola, já que ainda era de manhã cedo, nem 6:00 ainda. Olhou meu corpo totalmente despido e o beijou, pedaço por pedaço, me fazendo arquear na cama. Enquanto beijava meu pescoço, colocava seus dedos em meu ponto mais frágil, me fazendo gemer e rapidamente mudar de ideia sobre fazermos amor.
Tirei a camisa polo dele e a joguei em qualquer canto do quarto, repetindo o ato com a calça e com a cueca, apenas me preocupando em deixá-lo nu para satisfazermos nossos desejos. Subi em seu colo e rebolei em seu membro devagar, o fazendo gemer e me virar na cama, penetrando-me numa rapidez que só ele tinha, me fazendo gritar de prazer, mas meus gritos logo foram contidos com seus beijos calmos e quentes ao mesmo tempo enquanto me penetrava mais fundo, fazendo-me arranhar suas costas com vontade.
Anunciei que chegaria ao meu ápice apenas com os olhos e ele entendeu, nós nos entendíamos sempre, ainda mais naquele momento.
Carlos também chegava em seu nível máximo de prazer, jorrando seu líquido quente dentro de mim, me fazendo beija-li com amor e saudade

-Que recepção calorosa, amor. Disse me abandando enquanto ia a caminho do chuveiro para acalmar meu corpo

-Você merecia ter esse bom dia sempre, minha princesa, mas eu não consigo estar aqui, mesmo querendo. Ele apareceu na porta do banheiro e entrou no banho comigo, me ajudando a lavar os fios castanhos suados.

Nos deitamos e dormimos até umas 9:00, quando fomos acordados por Natália e Luiz Felipe brigando perto de nosso quarto, coisa de irmão.

-Vocês não me dão um minuto de sossego! Apareci de camisola na porta do quarto -Que que tá acontecendo pra essa gritaria toda?

-Ele é um babaca, mãe. Só isso!

-Babaca é você, sua mimadinha de merda!

Quando Lipe falou aquilo, eu senti muito, não pela Natália ser mimada, mas sim por Carlos nunca dar bola pra ele quando está em casa, mesmo o menino fazendo de tudo para agradar o pai

-Eu já falei que não quero irmão brigando com irmão aqui dentro! Carlos apareceu nitidamente bravo na porta do quarto, quando ganhou um abraço caloroso de Nath, que pulou em seu colo como se fosse uma criança

-Que saudade, paizinho!

-Eu também tava, loirinha

Natália foi pro quarto batendo os pés e repetindo o ato com a porta, quando Lipe ia também, corri atrás e o impedi

-Você não vai falar com o seu pai, filho?

-Não, ele só gosta da Natália, não precisa do meu oi

Eu defendia assassinos e vítimas em tribunais, mas percebi que não defendi meu próprio filho da solidão que ele tinha dentro do peito. Voltei a me culpar e achar que a culpa disso era minha, mas logo esse sentimento passou e desci para tomar café com meu marido.

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