Jackson

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Três dias depois.

- Nunca pensei que um dia você e aquele idiota teriam paz. Sério. Já estava na hora de vocês serem felizes um pouco. - Bambam disse e eu ri. - Não estão mais brigando?

- Batemos o nosso recorde. - Falei. - E você e Yugyeom?

- Estamos bem, voltamos. Mas eu ainda estou meio magoado com o que ele fez.

- Vão ficar de conversinha ou vão fazer as atividades? - A professora chamou a atenção.

- Esses garotos não calam a boca. - Mina reclamou. - Eu quero me concentrar, que saco.

- Garota, você está mexendo em seu celular. - Revirei os olhos.

Im Jaebum's P.O.V

- Jaebum? Aqui é o professor de Chin-Sun. - Aquele boiola me ligou.

- Qualé que deu, boi... hã... qual seu nome mesmo? - Perguntei.

- Sook. - O cara disse simples. - Eu liguei para lhe dizer que sua filha está passando mal, ela vomitou duas vezes, eu aconselho você a pegá-la e levá-la em um médico, percebi que é uma pequena virose, mas mesmo assim a leve, para não se tornar algo grande. - Desliguei o celular na cara dele e saí correndo para pedir permissão para poder sair dessa porra, eu corria por aqueles corredores em direção da sala da diretoria, até que trombei em alguém.

- Puta que pariu. Não olha por onde... Youngjae? - Ele estava parado em minha frente.

- Preciso ir ao banheiro. - Ele disse. - Qual o motivo da sua pressa?

- Chin-Sun... Sook ligou e disse que ela vomitou, eu tenho que ir para lá o mais rápido possível.

- Nós temos. - Ele me corrigiu e eu ergui uma sobrancelha.

- Ah é? E como você vai sair?

- Peça sua permissão e me espere lá fora, eu farei tudo o mais rápido possível. - Ele disse seguro e eu entrei como um furacão na sala daquela diretora.

- Senhor, Jaebum. - Ela ajeitou a gola da camisa. - Precisa de algo?

- Sim, preciso sair, minha... minha filha está doente e eu tenho que pegá-la na creche.

- Você tem uma filha? - Ela estranhou o fato. - Tão novo...

- É, acontece. - Tentei ser o mais educado possível. - Posso sair?

- Sim, claro. Melhoras para a sua filha. Deve ser tão linda quanto o pai. - Ela tentou fazer uma voz sensual, mas estava velha demais para isso, então a única coisa que aconteceu foi meu estômago ter embrulhado.

- Obrigado. - Saí rapidamente da sala e corri para o estacionamento onde estava meu carro, Youngjae estava com a perna quebrada, então deduzi que ele não iria fazer nada rápido, mas mesmo assim, esperei, ele era o único que saberia o que fazer perante á essa situação.

Youngjae P.O.V


- Ai. - Falei meio alto para chamar a atenção assim que eu entrei na sala. - Não estou me sentindo bem. - A professora olhou-me rapidamente achando que fosse algum efeito do acidente.

- Tudo bem, Youngjae? - Ela perguntou.

- O que aconteceu, Jae? - Bambam perguntou inocentemente.

- Aquelas dores de novo. - Falei.

- Você não quer ir até a enfermaria? - A professora perguntou.

- Bambam, vamos comigo? - Ele assentiu rapidamente e nós saímos.

- O que aconteceu? - Ele perguntou enquanto esperávamos o elevador. - Você está bem? - Sorri e contei que era fingimento, eu apenas precisava sair, contei o fato de Chin-Sun.

- Ah, sim. Vou te ajudar. - Entramos no elevador e em seguida estávamos no andar da diretoria, ignoramos totalmente a enfermaria.

- Senhora, Abigail. - Bambam entrou e eu estava abraçado nele, como se precisasse de algum apoio, mesmo estando com as muletas ali.

- O que aconteceu? - Ela olhou rapidamente.

- Youngjae não está passando muito bem. - Fiz cara de dor.

- Preciso ir para a casa e descansar meu corpo, está doendo. - Tentei ser o mais realista possível.

- Vou ligar para o seu pai, só um minutinho. - Ela disse pegando o telefone.

- NÃO. - Eu e Bambam gritamos em uníssono, a diretora nos olhou assustada.

- É que... ele está trabalhando, você sabe e não é nada grave, só que o médico disse que se eu sentisse alguma dor, era para eu descansar. - Menti.

- Tudo bem, você está liberado. - Ela me entregou um papel que eu tinha que mostrar na saída. Foi mais fácil do que eu pensava, porém eu precisava ser rápido.

- Vou te levar até a saída, hoje à noite levo seu material para você. - Ele era o melhor amigo do mundo.

- Jaebum? - Chamei sua atenção, ele estava encostado no carro, impaciente.

- Porra, Youngjae que demora. - Ele meio que me xingou. - Entra de uma vez. - Ele disse rude pegando minhas muletas e colocando no banco de trás, em seguida me ajudou a entrar, tomou seu lugar e nós saímos, antes eu chequei para ver se ninguém estava olhando.

- Desculpa, não precisa ser grosso. - Ele não disse nada, continuou com os olhos na direção, vi preocupação em Jaebum e preferi nem discutir, afinal eu também estava preocupado com Chin-Sun.

[...]

- Onde está minha filha? - Jaebum entrou meio alterado na creche, até esqueceu que minha perna estava quebrada e eu não conseguia acompanhá-lo.

- Calma, Jaebum. Ela está bem. - Senhora Mary tentou acalmá-lo. - Está dormindo, vou pegá-la, espere. - Ela disse e saiu rapidamente, em seguida, voltou com Chin-Sun adormecida em seus braços e a entregou para Jaebum que pegou a pequena com carinho. Me aproximei deles e acariciei os cabelos de Sun, ela era tão perfeita.

- Nós vamos levar ela em um médico próximo. - Falei. - Obrigado, por cuidarem dela.

- É o nosso trabalho. - Sook disse sorridente.

- Vamos, Youngjae. - JB disse, olhando feio para Sook, ele havia pegado uma implicância muito grande com o cara. - Saímos e fomos para o carro, Jaebum disse que a levaria em um médico amigo seu que havia uma pequena clínica por perto, apenas assenti. - Chegamos. - Ele disse descendo do carro, Jaebum estava tão estranho, tão grosso, tão seco, eu já estava começando a estranhar.

Desci também com uma pequena dificuldade, enquanto Jaebum pegava Chin-Sun no banco de trás, ela acordou e olhou em volta tentando reconhecer o lugar que estava.

- Awn princesa, acordou. - Beijei suas bochechinhas, ela estava com uma carinha de sono tão fofa. Coloquei minha mão em sua testa e Sun estava quente, deduzi que era febre. - Ela está com febre, Jaebum. - Falei meio assustado. - Vamos logo.

- Droga. - Ele disse assustado. - Será que foi o DVD do Tupac? - Revirei os olhos e fiquei quieto.

[...]

- Então, o que essa princesinha tem? - O médico perguntou, Jaebum estava meio nervoso, então eu que tive que falar.

- Ligaram da creche dizendo que ela vomitou duas vezes e antes de nós entrarmos coloquei a mão na testinha dela e vi que ela estava meio quente. - Disse. - Febre.

- Sim. Coloque ela aqui. - Ele disse para Jaebum se referindo á pequena maca que havia ali. JB colocou Chin-Sun ali com cuidado e sentadinha, ela estava tão muxinha e desanimada que meu coração se apertou.

Fui para perto dela e comecei à acariciar seus cabelos lisos, ela levantou os braços pedindo para que eu a pegasse no colo e começou a chorar, mas tentei a tranquilizar pedindo para ela ficar sentadinha ali, enquanto o médico a examinava, arranquei um riso dela, o que me deixou muito feliz.

- Bom, pelo visto é uma virose.

- É, o professor dela disse isso. - Jaebum falou simples.

- O que o senhor recomenda? - Perguntei.

- Vou fazer a receita de um remedinho para vocês darem à ela, é líquido, então será mais fácil. - Ele disse fazendo a tal receita. - Deem para ela de doze em doze horas durante cinco dias. - Ele disse. - Se não melhorar, tragam-na aqui novamente. - Você tem belos pais, princesinha. - Ele brincou com Chin-Sun e a deu aqueles palitinhos doces, Jaebum me olhou rapidamente e eu estava sem reação.

Ele a pegou e nós nos despedimos do médico.

- Desculpe. - JB disse. - Estão sempre achando que você é o outro pai e talvez você não queira isso. - Ele deu de ombros.

- Não tenho problema em relação à isso. - Falei. - Mas tem algo me intrigando... - Resolvi abrir o jogo.

- O que? - Ele perguntou enquanto saímos do local indo em direção ao carro.

- Seu humor. - Fui franco. - Aconteceu algo? Você está encuzado.

- Não aconteceu nada. - Havia mentira em sua voz. Ele pôs Chin-Sun na cadeirinha. - Vou passar na farmácia para comprar o remédio.

- Então vamos. - Falei tomando meu lugar no carro. - O que aconteceu, Jaebum? - Acariciei sua nuca, ele olhou-me.

- Não aconteceu nada, porra. Sempre fui assim, fechadão, grosso. Que caralho.

- Desculpa, pensei que você havia mudado comigo.

- É, mas eu não mudei. - Ele disse firme e eu fiquei quieto, não queria discutir na frente de Sun, ela estava enjoada, não merecia isso.

Jaebum pediu para que eu esperasse no carro e saiu rapidamente para pegar o remédio, sai do banco do carona e fui para trás com Chin-Sun, não queria suportar o mau humor de JB. Levei minha mão novamente ao seu rostinho e a febre já havia passado.

- Será que a pequena Chin-Sun está bem? - Sorri para ela, ela disse uma coisa estranha a qual eu não entendi e eu ri. - Você é muito linda. - Beijei sua pequena mãozinha.

Jaebum voltou e entrou no carro ignorando tudo e todos, a única coisa que ele disse foi:

- Você vai lá pra casa? - Eu apenas assenti, tinha algo errado, algo muito errado.

Fomos para o elevador e Jaebum estava quieto demais, fui obrigado a perguntar novamente o que havia acontecido, ele simplesmente mandou eu calar boca, disse que eu era chato demais e que eu já ia descobrir o que aconteceu, confesso que tivemos uma pequena discussão.

JB abriu a porta do apartamento e a primeira coisa que observei foi Jinyoung e Yugyeom sentados no sofá com cara de cu, bom, o fato de Yugyeom estar com cara de cu, eu ignorei, pois era o normal dele, mas agora, Jinyoung... Bom, foi estranho. O clima estava bem tenso e percebi que Jackson não estava.

- Oi? - Disse meio receoso, Jinyoung me olhou por um tempo e murmurou um oi. - Aconteceu algo? - Ninguém disse nada. - Vou dar o remédio para Chin-Sun. - Falei pegando o mesmo, antes provei uma gotinha e vi que era doce, então não seria difícil que Sun aceitasse e foi o que ela fez. Chamei Jaebum no quarto, o clima estava muito pesado.

- Jaebum... Tem algo errado, e você vai me contar o que é. - Exigi.

- Jackson. - Ele disse trocando de roupa, sua voz emitia tristeza.

- O que tem ele? Está no casarão resolvendo algo, não?

- Não. - Jaebum deu de ombros, ele estava sendo curto demais e isso estava me irritando.

- O que aconteceu, JB? - Firmei minha voz, enquanto Chin-Sun estava em meu colo brincando (mais obviamente puxando) com os meus cabelos.

- Jackson é gay. - Ele cuspiu as palavras.

- O que? - Perguntei incrédulo, mas ao mesmo tempo um sorriso estava quase surgindo em meu rosto. - Como assim?

- Ele nos contou isso ontem. Não quero um veado de merda na minha gangue.

- Jaebum... Ser gay não é nenhuma doença, e não tem nada a ver, Jackson sempre foi um gangster igual à vocês todos, sempre teve pose de homem perante esses bagulhos de gangue, deixa o cara.

- Vai defender ele agora, Youngjae?

- Sim, vou defender, porque o errado não é ele, é você. Que o julga, mas é igual a ele, não só você como Yugyeom tamém. O cara é seu amigo há quinhentos anos e você tá emputecido porque ele é gay, isso é coisa de gente ignorante.

- Cala a boca, Youngjae, me dá Chin-Sun aqui e vaza. - Sim, ele me expulsou do quarto. Saí e bati a porta do quarto com força, devo ter assustado Sun, mas nem pensei em nada na hora, eu caminhava por aquele enorme corredor mancando, até chegar na sala.

- Não acredito que vocês estão cagando no Jackson porque ele resolveu assumir que é gay. - Gritei para Jinyoung e Yugyeom. - Onde ele está? Vou atrás dele.

- Jaebum mandou ele embora. - Jinyoung disse. - Encheu ele de porrada ontem.

- O que? - Minha garganta ficou seca. - Não acredito nisso. Vocês também estão do lado do Jaebum?

- Você já viu um gangster gay? - Yugyeom se pronunciou. - É vergonha para os Got7.

- Olha quem está falando. Não é vergonha porra nenhuma, ele não é nenhuma bicha espalhafatosa que vai atirar glitter na hora de alguma treta, ele só tem uma opção sexual diferente, ele é neutro em relação à isso. Tanto que eu nunca percebi, fiquei sabendo disso agora. Vocês estão sendo umas merdas. - Joguei algo sólido que estava em cima da pequena mesa no chão.

- Calma, Youngjae. Eu não me importo tanto com isso. - Jinyoung disse. - Porque como você disse, ele nunca demonstrou nada, quando ele ia para as boates ele pegava várias minas. Talvez...

- Ele seja bi, bissexual. Igual a você e Jaebum. - Falei apontando para Yugyeom. - E daí? Ele é gente igual.

- Pô, mas vai queimar nosso filme. - Yugyeom disse.

- Vocês vão jogar uma amizade de anos fora por causa disso? Legal, querem um balão?

- É estranho, mas Jaebum exagerou, ficou emputecido, fez um escândalo. - Jinyoung disse.

- Quer saber? A bicha é ele. - Falei.

- Você não cansa de falar merda não? - JB apareceu na sala bravo. - Não quero mais Jackson nessa gangue, não quero mais ele aqui, isso é desonra. - Fui até ele e lhe dei um tapa na cara. - Mas o que é isso? Ficou louco?

- Não, isso é o que você merece, JB. Você bateu em Jackson também, fiz isso por ele, ele não merece ser tratado como animal pelos melhores amigo, e se vocês vão dar as costas para ele, só lamento, mas eu não vou. - Eu estava com muita raiva e ódio da atitude de Jaebum e dos garotos. - Qual o número dele? - Ninguém disse nada. - Qual o número dele, porra? - Jinyoung ditou. Salvei em meus contatos. - Vou embora.

- Quer que eu te leve? - Jaebum perguntou, ele só havia perguntado por causa da minha perna.

- Não, quero que você fique longe de mim por enquanto. - Falei indo em direção à porta.

- Garoto idiota, sua perna...

- Pode ter certeza, que o único que está tendo atitudes idiotas aqui é você, aliás, vocês. - Falei. - Vou pegar um táxi. - Disse indo para o elevador, Jaebum veio atrás.

- Youngjae, não precisa de tudo isso.

- Isso é pouco comparado ao que você fez, julgou o garoto, bateu nele e ainda o expulsou, sendo que vocês eram a única família que ele tinha aqui em Seul, agora me diz, onde ele está? Com quem? E se ele estiver por aí como um cachorro?

- Não, ele não está, Jackson. Ele tem uma boa quantia de dinheiro.

- Não interessa. - Gritei. - Agora sai, quero embora, você está me fazendo pegar nojo.

- Jae... - Ele amaciou a voz e pegou meu braço. - Não vou deixar você sair com a sua perna assim.

- Me larga, Jaebum. Vai ser bem melhor. - Ameacei. - Não piore as coisas, porque se o nojo que eu estou sentindo realmente se estabelecer, diga adeus Youngjae e olá novamente para as suas vadias.

- Isso quer dizer que você vai acabar? Por causa do Jackson? Não precisa desse exagero.

- Eu amo o Jackson, eu criei uma amizade maravilhosa com ele, assim como também criei com Jinyoung e não quero nenhum filho da puta humilhando ele por suas escolhas e o que me dói mais, é saber que vocês eram melhores amigos, se você fosse verdadeiro não o humilhava desse jeito. Tanto você quanto Jinyoung e Yugyeom. - Cuspi as palavras. - Agora sai. - Para a minha sorte o elevador abriu e eu entrei, Jaebum não fez nada para impedir, apenas ficou lá com uma cara triste que se eu não estivesse tão puto da vida, até teria dó. Mas meu querido namorado, havia sido um filho da puta e eu não iria ficar de jeito nenhum com alguém que fosse preconceituoso, eles deveria apoiar Jackson, aceitar suas escolhas, garanto que ele nunca iria fazer merda nenhuma para eles passarem vergonha.

Peguei meu celular e disquei o número de Jackson, liguei cinco vezes e só chamava, mas não desisti, continuei ligando, ligando, na décima vez, ele atendeu, eu estava na frente do prédio de Jaebum.

- Alô. - Ele disse com uma voz triste.

- Jackson? É o Jae. - Falei.

- Vai me julgar também? Igual a porra do seu namorado fez? - Ele disse com ódio na voz. - Você já sabe de tudo não é?

- Quase ex namorado, porque nós brigamos. - Falei. - Aliás, eu briguei com ele, o que ele fez foi um absurdo. - Falei. - Eu estou do seu lado, Jackson. Você não está sozinho. Saiba disso.

- Jae... - Senti que Jackson ficou sem palavras. - Nem sei o que dizer, só sei que foi um inferno, resolvi contar achando que meus amigos iriam me apoiar, mas...

- Eles são uns idiotas, Jack. Eu fiquei tão triste quanto você, eu joguei tudo na cara deles, principalmente na do Jaebum. Pode parecer exagero, mas eu não admito essa atitude ignorante deles, principalmente do Jaebum. - Parei para respirar, pois falei tudo de uma vez.

- Obrigado, Jae. Mas não tem jeito, fiz eles me odiarem.

- Me diz onde você está, por favor. Quero te encontrar, falar com você. - Supliquei.

- Acho melhor não. Estou indo para bem longe.

- Jackson, onde você está?

- No aeroporto, voltando para o Estados Unidos. - Meu coração disparou e a vontade de chorar se estabeleceu.

- Jackson, não por favor, não vai. Deixa eu falar com você. - Eu suplicava. - Eu vou matar aqueles idiotas. - Quase gritei, as pessoas que passavam me olhavam. - Que horas é seu voo?

- Daqui a cinquenta minutos, tchau, Jae. Amei te conhecer, você é um melhor amigo e tanto. - Pude sentir que ele estava dando um sorriso forçado. - Te amo, não esqueça de mim. - A linha ficou muda e eu comecei a chorar, precisava de um táxi.

- Peça um táxi para mim imediatamente, por favor. - Implorei ao porteiro. Ele fez o que eu disse nervoso, quase derrubou o telefone.

- Você ainda está aqui? - Jaebum surgiu com um cigarro na boca, Yugyeom e Jinyoung estavam juntos.

- Vocês não podem deixar Chin-Sun sozinha. E se ela se sentir mal novamente? - Falei e ainda tinha vestígios de lágrimas em meu rosto.

- Ela está com a vizinha. - Jaebum disse. - Temos que ir no casarão.

- Exatamente, enquanto o amigo de vocês está quase voltando para o Estados Unidos. - Vi que eles se assustaram.

- O que? - Jinyoung disse e o táxi chegou.

- Vocês são uns vacilões, se Jackson ir, eu juro que eu nunca mais olho na cara de nenhum de vocês.

- Você estará me fazendo um favor. - Yugyeom disse e eu entrei no carro.

- Youngjae, caralho. Onde tu vai, porra? - Jaebum se alterou, mas eu o ignorei.

- Para o aeroporto. - Falei para o taxista. - O mais rápido que você puder. - Coloquei pressão. - Se você conseguir fazer isso em três minutos, eu te agradeço.

- Eu não faço milagres. Desculpa.

- Pois então, faça. - Fui grosso, e até que consegui meter um psicológico no cara, pois ele dirigia rapidamente, até chegarmos na avenida principal e termos que enfrentar um engarrafamento do caralho, comecei a ficar super nervoso, minhas mãos suavam e as lágrimas caiam sem eu perceber, nem eu havia me dado conta do quanto Jackson significava para mim, eu adorava seu jeito, ele era engraçado, divertido e quando eu precisei ficar na casa de Jaebum ele foi ao primeiro ao concordar com a minha estadia. Eu pensava em tudo isso e ficava mais triste ainda, não me contentava com a ideia de Jackson voltar para o Estados Unidos porque seus amigos eram uns filhos da puta e eu nunca mais vê-lo. Merda, droga, porra, caralho.

Quinze minutos se passaram, e sim, aquilo era muito para mim.

Quinze minutos.

Quinze.

Finalmente o carro andou e o cara aumentou a velocidade novamente, ele pegou um atalho onde as ruas eram mais calmas e não tinha tanto movimento, porém ele me disse que era um caminho mais longo, quase o matei, parecia até que ele não tinha noção do problema. Ah, claro que ele não tinha.

Vinte e cinco minutos se passaram.

Vinte e cinco.

Vinte.

E eu tinha que chegar á tempo de impedir Jackson.

- Cara, falta muito?

- Tá apressado, pega um avião. - O cara tentou me dar um corte.

- Não sei se você percebeu, mas se eu tivesse que pegar um avião, eu teria que ir para o local ONDE VOCÊ TEM QUE CHEGAR RÁPIDO. - Gritei e o cara me olhou com cara de assustado.

- A culpa não é minha, é do trânsito. Desconta nele. - Ele disse e eu percebi que estávamos parados novamente.

- Boa ideia. - Desci do carro no meio do engarrafamento e comecei a gritar igual à um louco. - CARROS SÃO FEITOS PARA ANDAR, ENTÃO MOVAM ESSAS MERDAS DE UMA VEZ, PORRA. - Voltei para o táxi.

- Você é louco ou?

- Puta que pariu, trinta minutos, moço. - Falei mostrando o relógio para ele. - Trinta minutos. - O carro resolveu andar.

Trinta e cinco minutos se passaram.

Trinta e cinco.

Trinta.

Eu só tinha mais quinze minutos, eu já estava quase perdendo as esperanças, eu não queria perder meu amigo, não porra.

- Tá muito longe? - Perguntei.

- Não, só mais uns doze minutinhos.

- DOZE MINUTINHOS? - Gritei. - Você fala como se fosse pouco.

- Para mim é. - Ele disse.

- Claro, não é o seu amigo que vai voltar para o Estados Unidos.

- Na verdade, tenho um amigo, ele vai para lá amanhã. - Ele começou a dizer. - Adoro aquele cara, com certeza ele vai pedir para que eu o traga no aeroporto.

- Não deixe ele cometer esse erro, me dê o número dele agora que eu vou recomendar um jabuti maravilhoso para levá-lo, pois é mais rápido. - Tudo bem, eu sei que eu estava culpando o cara, sendo que a culpa era do maldito trânsito.

Olhei as horas novamente porra, quarenta minutos.

Quarenta minutos.

Quarenta.

- Quer saber, garoto? - O taxista se irritou. - Cansei. Larga do meu táxi. Não gosto de trabalhar sobre pressão.

- Não, mas...

- Desce, você é chato demais, fica tagarelando, falando de um tal amigo que vai pro Estados Unidos, contando quantos minutos faltam.... Vaza daqui, aproveita que o aeroporto só está à três quadras.

- Minha perna está quebrada, eu não vou chegar á tempo, a menos que eu corra, mas não posso fazer isso. - Falei.

- Foda-se. - Ele disse. - Quero meu dinheiro.

- Não, não vou pagar porra nenhuma, vocês só ficou parado nesse trânsito e porra, dez minutos - Desci do táxi e saí mancando pelo meio dos carros, eu nunca havia andado tão rápido com a perna quebrada como eu andei. Eu tinha que chegar em dez minutos, mesmo sabendo que era quase impossível, ainda mais com a perna desse jeito. Atropelei algumas poucas (várias) pessoas que impossibilitaram minha passagem, bati em algumas com a muleta, mas isso não vem ao caso.

Eu não sabia se eu mancava, ou se eu me apoiava nas muletas, não interessa, os dois estavam sendo experiências horríveis, tanto que eu comecei à chorar, pois senti uma certa dor em minha perna.

Eu já estava ficando com falta de ar, mas eu continuava, porém a coisa foi apertando, logo eu não conseguia respirar direito e minhas energias estavam acabando, andar rapidamente com a perna quebrada não eram coisas compatíveis então fui consumido pelo fracasso e fui obrigado a parar. Apoiei as mãos em meu joelho tentando tomar ar, pois eu estava precisando, até que percebi que estava na frente do aeroporto...




Fiz  umas pequenas mudanças no capítulo para que ele pudesse fazer sentido. Porém acho que não deu muito certo. 

Me desculpem. 

Possessive IJB x CYJOnde histórias criam vida. Descubra agora