Capítulo I

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Cidade Nova Iorque, Outubro de 2019

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Cidade Nova Iorque, Outubro de 2019

- Any! Any! Já chega, vai acabar piorando dessa maneira! - A voz de Diarra preenche a grande sala espelhada interrompendo a música que antes tomava conta do local. Todos os olhos estavam voltados para Any Gabrielly a jovem atriz que seria a protagonista do musical que a equipe trabalhava há quase 3 anos. Ela estava nervosa, desconfortável na própria pele e um observador atento perceberia de longe o quanto a jovem atriz e cantora estava frustrada.

-Eu não estou com dor Di! Já te falei que não sei o que está acontecendo. - Responde Any passando a mão no pescoço com impaciência como se pudesse tirar com a mão o problema de rouquidão que enfrentava há cerca de um mês.

-Achei que você tinha dito que ia ao médico. - Comenta Lamar Morris, parceiro de composição e arranjos de Diarra e que no momento estava no piano.

- E eu fui! Em dois médicos diferentes! E ambos disseram que era uma laringite viral comum que se resolveria com repouso e hidratação! - Diz a negra em meio a um suspiro frustrado. Ela tinha ido aos médicos como devia, tinha ficado semanas sem cantar, carregava sua garrafa de água a onde quer que fosse, mas nada parecia consertar seu timbre de voz que de uma hora para outra assumira uma rouquidão que antes não existia.

Any cantava desde que se entendia por gente, já tinha passado por mudanças na voz com o amadurecimento, sempre se cuidava muito bem, então ela sabia que algo não estava normal, ela já não conseguia alcançar as notas mais altas como antes. Todo o arranjo, tudo girava em torno da voz dela e agora ela não conseguia cantar as músicas em que trabalhava há mais de um ano.

"Você está acabada Any Gabrielly, vai encerrar uma carreira que nem começou" Era tudo que ela conseguia pensar num rompante de raiva e tristeza.

-Procure um terceiro médico então! - Esbravejou a diretora, e então virando-se para o resto do elenco fala. - Heyoon! Assuma o papel de Claire. Any você está dispensada por hoje! - Finalizou Diarra em um tom que não deixava margem para qualquer argumento. A coreana que até então observava o desenrolar da conversa sentada em um canto da sala rapidamente se levantou, e com um sorriso satisfeito se colocou ao lado do piano.

Já Any não podia estar mais frustrada e ver a expressão no rosto de sua substitua apenas piorava a situação. Fazia quase dois anos que ela trabalhava ao lado de Diarra, ajudando de certa forma a moldar sua personagem, a sonhadora Claire, ela tinha se apresentado durante as previews em vários pequenos teatros do país e era muito difícil ver alguém assumir um papel que já estava internalizado como seu. Mesmo que Heyoon fosse sua standby e logo só estava fazendo seu trabalho.

Não que Any duvidasse de que a coreana ficaria extasiada caso ela estivesse realmente impossibilitada de levar o papel adiante. Sem olhar novamente para o piano vestiu seu casaco e pegou sua bolsa com pressa, pronta para encarar o outono novaiorquino. Por força do habito pegou o celular e checou suas mensagens, uma chamada perdida de sua mãe que ela teria que retornar depois, algumas mensagens de Sabina sua melhor amiga e outras de Krystian. Abriu a conversa com o chinês sabendo que deveria ser o esboço de algum figurino da peça, sorriu ao ver que não foi desapontada. Em uma cena específica sua personagem comparecia à um jantar elegante e o esboço do novo vestido era tudo que ela sonhara.

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