Capítulo IV

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Cidade de Nova Iorque Outubro de 2019

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Cidade de Nova Iorque Outubro de 2019

Chegar em casa e encontrar o apartamento vazio nunca tinha sido um problema para Any, não até aquele dia pelo menos. Ela queria sua mãe, queria seu pai e sua irmã mais nova que sempre era capaz de fazê-la rir. Mas ao mesmo tempo ela não queria nem falar com eles. Ainda não estava pronta para preocupá-los, e se fosse um alarme falso no fim das contas?

Fizera todo o trajeto do Queens até seu prédio no modo automático, ainda sentindo-se envergonhada por ter atrapalhado os rapazes que animavam as crianças no hospital.

-Noah e Josh. - Murmurava os nomes para si mesma, tinha que arrumar uma maneira de se desculpar de verdade com os dois, talvez pudesse cantar algumas músicas, se é que a voz dela fosse permitir.

"Ainda por cima menti para eles...na verdade não menti porque nem sei se tenho alguma coisa...Ok sim, eu menti na cara dura. Não tenho tia nenhuma lá! Bom não é como se as primeiras pessoas pra quem eu fosse contar que eu POSSO ter um câncer que pode afetar pra sempre minha voz e acabar com a minha carreira devessem ser dois estranhos"

Os pensamentos rodavam em velocidade e a jovem sentia-se prestes a explodir, de repente eram tantas novas informações, tantas possibilidades que ela não sabia como agir, e ao mesmo tempo tinha noção de que precisava aguardar pelo tal exame com a agulha para ter alguma certeza.

-Isso é loucura, isso é loucura... - Murmurou sentada em seu sofá encarando as paredes de tijolinhos de seu pequeno flat. Any Gabrielly há muito tempo tinha o controle da própria vida, se algo não estava como queria ela ensaiava e treinava para no fim, as coisas acontecerem, mas agora era como se estivesse em um trem descarrilhado.

Antes que pudesse ir mais fundo dentro da própria cabeça resolveu que era hora de chamar reforços, o único reforço possível se fosse ser honesta:

-Sabi? Você está ocupada? - Perguntou no telefone. - Eu preciso de você aqui! - Continuou ela não se importando em soar levemente desesperada.

Exatos 43 minutos depois sua campainha tocava, um latido de cachorro podia ser ouvido e pela primeira vez em horas Any respirou completamente aliviada. Tudo estava bem, tudo iria ficar bem. Abriu a porta para encarar uma Sabina com um olhar preocupado, equilibrando uma caixa de pizza em uma das mãos e com a outra segurando uma sacola com um pote de sorvete e a coleira de Shelby seu labrador.

-Ah Sabi! Como você sabia que eu precisava disso? - Perguntou Any se ajoelhando para afagar Shelby que abanava o rabo com animação tendo reconhecido a cacheada.

- Sou sua melhor amiga Any, faz parte do emprego saber quando você precisa da artilharia pesada. - Respondeu a morena desviando para entrar no apartamento e poder colocar a pizza na mesa e o sorvete no congelador. - Além disso ele te ama. - Continuou ela vendo a festa que a melhor amiga e seu filho de quatro patas estavam fazendo juntos.

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