Um amor incomum 2 e 3. GB.

Voce nao acerta uma vez!

Já em casa coloco as crianças pra dormir com o Tio Reinier, porque ou dormiam com ele ou morriam. E ele tá todo se sentindo, sei que ele veio pra passar um tempinho e arranjar uma casa pra ele depois mas quero ele aqui pra sempre.
Vou pro meu quarto e vejo o Gabriel já pronto pra dormir.
- já venho, só vou tomar um banho rapidinho.
- não to com sono, pode demorar se quiser.
Ele diz e eu vou pro banheiro, tomo um banho relaxante e vou pra cama, me ajeito no peito dele e fico lá enquanto ele usa o celular
- dá pra parar de mexer no celular e prestar atenção em mim? digo fazendo manha e ele sorri
- o que está passando na cabeça da Senhora Barbosa?
- não me acostumo nunca em ouvir isso- digo dando um sorriso e ele me dá um selinho- Depois que a gente resolveu a sua loucura do mês, eu fiquei com a Dhio na cabeça. Eu não deveria ter falado com ela daquele jeito
- ela tava merecendo aquilo vem te tratando mal a semanas- ele diz sem dar importância
- eu sei, eu sei! Mas não faz com que eu me sinta melhor. Eu amo a sua irmã, como se fosse minha.
- eu sei que sim Carol, você tava nervosa com o que eu fiz e ela ficou provocando, mas vocês vão se resolver
- acha que ela sairia comigo se eu a convidasse?
- ela não tá doida de negar.
- sei lá, depois do nosso casamento ela se fechou pra todo mundo. Sempre foi tão carinhosa, prestativa, paciente e do nada ela ficou assim.
- eu queria entender sabia, sinto falta da minha menininha. Será que teve haver com o Reinier?
- quase certeza, amanhã eu tiro isso a limpo com ele. Espero que ele não tenha feito merda como sempre. O papo tá ótimo, mas amanhã você tem treino e o Mister vai comer seu coro
- nem me lembre, ele deve estar puto com o que eu fiz
- bem feito, tomara que ele faça você se arrepender. Vou fala com ele antes do treino.
- Ih, é? Depois fique viúva e reclame- ele diz rindo, o abraço e dou boa noite antes de apagar o abajur e me aconchegar no abraço dele.

Acordo cedo no outro dia e vou fazer o café da manhã, pego de tudo um pouco e coloco na mesa. Estou quase terminando quando vejo o Reinier descendo as escadas.
- bom dia- ele diz ainda bocejando
- bom dia! Animado pra hoje?
- com certeza, saudade do Ninho do Urubu é como se eu estivesse voltando pra casa.
- e você está- fico em silêncio algum tempo até não aguentar- Rei, eu queria te perguntar uma coisa.
- eita, assunto sério?- ele pergunta e eu balanço a cabeça- pode mandar
- o que aconteceu no dia do meu casamento?- pergunto e ele me olha como se não entendesse- Entre você e a Dhio.
- porque da pergunta?- ele diz parecendo chateado
- Sei que não é um assunto que você gosta, mas ela nunca mais foi a mesma. Sempre sarcástica, irônica, se afastou de todo mundo, e nunca mais foi feliz- digo e ele parece nervoso, mas suspira e começa a me contar.
- a gente passou a noite juntos, estávamos felizes. No outro dia ela tava disposta a ir pra Paris, mas eu disse que tínhamos que pensar com calma antes de voltar. Nós brigamos feio e eu fui tomar banho, quando sai a francesa que eu tava ficando tinha mandado uma mensagem. A Dhiovana ficou transtornada, se sentiu usada e enganada, ela achou que eu só tinha usado ela e a gente brigou mais, antes que eu fosse embora e deixasse ela lá.
- Você não acerta uma vez Reinier, mas que merda você tem na cabeça?- grito com ele que me olha assustado- Você acabou com ela, e com um pedaço de todo mundo aqui! Eu te perguntei mil vezes, e você não foi capaz de me contar pra tentar ajudar ela
- ei ei ei, o que tá acontecendo aqui? o Gabriel aparece correndo no topo da escada.
- pergunta pro Reinier- digo subindo as escadas
- se você quiser eu posso ir embora- ele fala pro Gabriel e eu escuto
- eu to puta com você, mas nem por isso te desampararia- pego meu celular e ligo pra Dhiovana, nada dela atender, ligo de novo e nada. Troco de roupa e vou acordar às crianças, arrumo eles e levo pra tomar café.
- cadê o tio rei, mamãe?
- deve estar tomando banho, filha! Ele vai pro Ct com o papai.
- a gente pode ir lá depois da aula?
- mamãe vai falar com o papai, tá bom?- digo e eles ficam animados com a possibilidade.
O Gabriel desce com o Reinier.
- você pode levar eles pra escola, hoje?
- claro amor, vai sair?
- vou na casa da sua mãe
- manda um beijo pra vovó, mãe- o Bernardo fala, me despeço deles e vou pra casa da Tia Linda.
Bato na porta e a Dhiovana abre, ficamos caladas um tempinho meio constrangidas
- será que eu posso entrar? pergunto e ela parece acordar de um transe
- pode, mas minha mãe não tá aqui- ela diz enquanto fecha a porta
- na verdade eu vim pra falar com você- ela fica surpresa mas não fala nada- Eu vim te pedir desculpa, pela forma que eu falei com você ontem. Eu tava nervosa mas isso não justifica eu falar daquela forma com você.
- tudo bem Carol, to acostumada
- não tá tudo bem, fazem seis anos que não tá tudo bem Dhio. E hoje eu sei porque não tá tudo bem, me desculpa pequena! Eu deveria ter insistido mais em saber porque você tava assim, me perdoa
- como assim você sabe?- ela pergunta e sua voz já está trêmula
- fiz o Reinier me contar o que aconteceu no dia do meu casamento. Se abre comigo Dhio, coloca tudo isso pra fora.
- eu já superei isso, são águas passadas- ela diz e vira de costas pra mim
- eu te amo tanto Dhio, nunca vou me perdoar por ter fechado os olhos pro que tava acontecendo. Eu errei, e agora to aqui porque você não tá bem. Você não superou, você se fechou pra tudo e todos. Tá tudo bem se você estiver sofrendo, se a chegada dele te abalou. Mas fala comigo, me deixa te ajudar- digo me aproximando dela que nada fala, viro ela pra mim e vejo os olhos vermelhos da minha cunhada, a abraço e assim que faço isso ela chora. E não foi pouco, choro junto e o sentimento de culpa toma conta de mim, eu deveria ter feito isso a muito tempo.
- ele me usou Carol, de novo o Reinier me machucou.
- minha pequena, a gente vai passar por isso!
- vai doer menos?
- vai, mas o primeiro passo é reconhecer que dói.