Alma de favela

Capítulo 16

Gabriela Santini

   Algumas semanas depois

   Já havia passado algumas semanas passei o natal em casa com a Juliana e o Victor, segurei maior vela pra eles e o ano novo passei em casa também, sozinha vendo a queima de fogos pela sacada mesmo, tive ânimo zero pra festas de final de ano.
  Já faz um tempo que não vejo o Pedro, a última vez que nos vimos foi quando ele apareceu aqui em casa falando que tinha que se afastar por um tempo, acabamos discutindo por conta da foto que eu tinha visto no celular dele e ele acabou indo embora mas antes disso ele jogou algumas coisas na minha cara do tipo "nós não temos nada" e "Não era para você ter mexido no meu celular". Mas ele tava certíssimo eu é que não quis admitir e desde então não nos falamos mais ele até que tentou me ligar, mas meu ego ainda estava ferido demais
   Faltava 20 minutos para fechar a agência e eu arrumava minha mesa pra hora de ir embora, passei no banheiro e me troquei, vesti a roupa da academia, sim comecei a fazer academia comecei a malhar pra poder manter o corpo e poder comer e não me preocupar em engorda, nada contra as gordinhas, mas como sou guia turística tenho que ter o corpo em forma pra fazer trilhas caminhadas e corridas que os turistas gostam.
   Fui pra academia a pé mesmo porque era bem perto do trabalho, só era longe da academia pra casa, mas aí eu chamaria um Uber ou iria de ônibus mesmo, não iria ficar na academia por muito tempo hoje é sexta feira e não vou me matar lá quero ir pra casa tomar um banho e me jogar na cama.

   Assim que terminei meus exercícios peguei minhas coisas e me direcionei até a saída peguei meu celular pra chamar o Uber e acabei indo responder umas mensagens enquanto eu andava e mexia no celular me dava a sensação de que alguém estava me seguindo, olhei pra trás e não tinha ninguém continua andando e me sentei em um banco que tinha ali e mais a frente tinha um parque e do nada alguém se sentou do meu lado me assustando e quando olhei pra pessoa meu sangue gelou.

   __ Achou que iria se ver livre de mim Gabi? - Matheus falou segurando meu braço.

   __ Me solta seu filho da puta!- Tentei me soltar, mas ele apertou mais.

   __ Hoje não tem a vadia da sua amiga pra te ajudar, levanta vamos lá na frente onde tá meu carro, vou te dar uma lição pra você aprender a não me fazer de otário.- Ele se levantou e tentou me levantar junto mas eu comecei a puxar meu braço pra me soltar.

   __ Me solta.- comecei a gritar, mas não tinha ninguém na rua e meus gritos não o incomodava, então aproveite sua distração e dei uma mordida não mão dele onde ele me segurava e quando ele me soltou comecei a correr sem nem olhar pra trás, entrei no parque e procurei um lugar pra me esconder comecei a chorar de medo que ele pudesse me encontrar, eu o odeio tanto ele me fez coisas horríveis achei que nunca mais o veria mas ele apareceu aquele dia na boate e agora tá me perseguindo, comecei a chorar desesperadamente
   Eu ainda estava segurando meu celular e rapidamente procurei pelo número dele, só ele poderia me ajudar agora se eu chamasse a polícia nada poderia ser feito como daquela vez que tudo saiu em pune. O celular dele chamou algumas vezes pensei que ele não fosse atender porque não atendi as ligações dele a semana toda, mas enfim ele atendeu e eu respirei aliviada.

  
          Ligação

Pedro: Gabi?
Eu: Pedro, você pode vir me ajudar por favor vem rápido eu preciso de ajuda
Pedro: Calma você tá chorando? O que aconteceu? Onde você tá?
Eu: Eu tô naquela praça perto do meu trabalho aquele que é em frente aquela academia com a faixada vermelha
Pedro: Ok sei onde é tô chegando

         
          Ligação

   Agradeci mentalmente por ele não ter feito perguntas, comecei a tremer quando escutei passos perto dos arbustos que eu estava escondida e pude ver Matheus com uma arma na mão me procurando permaneci em silêncio e ele ficou ali me procurando por alguns segundos e saiu dei graças a Deus mas não me movi dali tenho medo de que ele ainda estivesse por ali a minha procura.
   Se passaram alguns minutos e ouvi me chamarem e a voz era do Pedro, respirei aliviada sai do meio dos arbustos e fui de encontro a ele desesperada.