♡ ཻུ۪۪۵✎﹏ˀˀ ꒰jupiter jazz꒱ ◞♡°

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"Sentindo um vazio em seu peito tão grande quanto Júpiter e sentindo seu coração tão confuso quanto os mistérios sobre o buraco negro, Eunsang só procurava encontrar a si mesmo e lidar com seus infinitos e dolorosos problemas enquanto estava deitado no chão do quarto de Dohyon, enquanto ouvia o mesmo tocar uma sonata para Júpiter em seu piano que produzia notas que o lembravam jazz."

A verdade era que não importasse quantas vezes você olhasse para o imenso céu acima de suas cabeças e decorasse as constelações, ele sempre pareceria diferente e Eusang sabia daquele segredo e o protegia com todas as suas forças, pois o céu de fato sempre foi o seu grande companheiro. Desde pequeno era apaixonado por qualquer coisa que remetesse as estrelas e a prova de sua obsessão poderia ser comprovada olhando-se para o teto do quarto do ruivo quando estivesse escuro, já que estrelinhas fluorescentes brilhariam neste momento e todas as noites quando Eunsang ia dormir ele costumava a olhar para as mesmas de maneira esperançosa.

Porém a verdade é que Eunsang possuía um buraco em seu peito maior que Júpiter e que nada poderia preencher.

Pelo menos é isso que ele estava choramingando há mais de uma hora para um de seus melhores amigos, Dohyon, que já estava acostumado com as histórias melancólicas e astronômicas. Eunsang estava deitado e mirava o teto branco do quarto de seu melhor amigo e se sentia aliviado por não ter que lidar com as estrelas de seu quarto naquele momento, pois pela primeira vez em dezoito ano ele sentiria um enorme peso em seu coração se mirasse as estrelas naquele momento e tudo se dava por conta do ocorrido daquela mesma noite, horas mais cedo e enquanto ouvia as notas melancólicas do piano branco de seu amigo Eunsang fechou os olhos e se deixou viajar até as seis horas, quando o seu frágil e pequeno coração havia sido partido pela primeira vez.

Ele sempre costumava dizer que era uma pessoa completamente comum, o que, de fato, era. Nunca foi uma pessoa que se destacava bastante em uma coisa ou que tinha algum talento que deveria ser admirado ou um aspecto de personalidade esplêndido, ele sempre foi um garoto ruim nos esportes e de poucos amigos e que nunca chamou muita atenção para si mesmo e que não tinha os seus gostos bem definidos e nem um objetivo ou motivação forte que o fizesse estar ansioso para um futuro próximo ou que fizesse com que ele se esforçasse em determinada coisa, Eunsang sempre foi uma pessoa que apenas seguia o rumo das coisas e se contentava com o que vinha e estava feliz com tudo aquilo e sem sombra de dúvida tinha grandes ambições e era muitas as vezes em que questionava-se se ele realmente se conhecia, pois não tinha grande certezas nem convicções em suas falas ou gostos e Eunsang sempre foi uma pessoa um pouco ciumenta.

Uma coisa que ele havia certeza de que gostava e fazia questão era o clube de astronomia que ele havia entrado no seu primeiro ano do ensino médio e por mais que os membros fossem poucos isso não importava, já que as estrelas eram milhares e as risadas lhe eram agradáveis aos ouvidos. Não demorou muito para que ele se apaixonasse por um dos garotos que eram um dos integrantes de lá e ficou encantado pelos cabelos brancos do mesmo e pelo o amor que nutria especialmente por Júpiter e o seu coração foi totalmente de Kang Minhee até aquela noite, onde ele finalmente decidiu que iria se declarar, o que, para ele foi a pior decisão que já cometera até os dias atuais.

As estrelas estavam visíveis naquela noite e por isso Eunsang acordou determinado e foi movido inteiramente pela sua impulsividade que sempre o colocava em situações complicadas e vergonhosas. Após as atividades do clube Eunsang e Minhee estavam indo para casa juntos, como era de costume pois moravam relativamente perto e tudo estava correndo como planejado quando Eunsang parou abruptamente, chamando a atenção de Minhee para si e cerrando os punhos e olhando com coragem para o seu amado o ruivo declarou com toda a sua coragem:

— Eu gosto de você. — antes que percebesse as palavras já haviam saído de sua boca e pairavam pela rua vazia que era iluminada pelos postes de luz e pelas estrelas tímidas e a meia lua tímida que se fazia presente no céu azul. Minhee passou a mão pelos seus cabelos prateados e lisos e com o seu típico sorriso no rosto, respondeu:

— Eunsang, eu também gosto. — minhee aproximou-se do mesmo perto o suficiente para que pudesse sussurrar na orelha levemente avermelhada de Eunsang por conta do nervosismo e do frio que estava fazendo naquela noite e como se o tempo parasse as seguintes palavras que ele ouviu fez com que ele sentisse o seu coração parar por um milésimo de segundo. — De estrelas.

Após a resposta dada pelo o garoto este apenas virou de costas e seguiu até o caminho de sua casa, deixando Eunsang parado na rua com o seu coração em pedaços, lágrimas nos olhos e cabeça confusa e assim que olhou para o céu naquela mesma noite a lua estava borrada devido as tímidas lágrimas que se acumulavam no canto de seus olhos e demonstrava o quanto ele precisava se esconder e chorar em um local seguro e por isso correu até a casa de Dohyon e chorou durante a noite inteira e durante a noite inteira a trilha sonora que acompanhava sua dor e as suas lágrimas foram de músicas de Jazz.

Eusang abriu os seus olhos para novamente mirar o teto branco e sentou-se no chão após um longo tempo naquela mesma posição e após levantar-se e dar alguns passos sentou-se no banco do piano junto com Dohyon.

— Se não vai me consolar então não faz diferença se você ficar ou não. — disse eunsang, com uma voz falha por conta das horas que passou em silêncio e tal fala fez com que surgisse um sorriso no rosto de seu melhor amigo.

— Então eu ficarei. — respondeu. — Cada uma das estrelas brilham para você hoje, Eunsang.

O som de Brilha brilha estrelinha preenchia o local a medida que a lua se escondia atrás das nuvens e o choro de Eunsang através da música.

2002Onde histórias criam vida. Descubra agora