5 anos antes...
-Filha por favor! Mamãe não tem condições de comprar nada. -Falo enquanto olhava minha filha chorar por fome.
Meu coração se despedaça. Era a coisa mais triste para uma mãe se ver.
-Eu quelo omer mamãe. -Ela pede chorando mais e mais.
Nós duas estávamos trancadas naquele muquiço que eu era obrigada a chamar de casa. Lorena e eu estavamos sozinhas aqui, passando fome enquanto o pai dela deve está enchendo a cara com alguma puta.
Eu não tenho opção pra nada aqui, mas se Deus quiser eu não vou ficar nem mais três horas aqui.
Eu e minha amiga, Júlia, já tínhamos um plano pra eu sair daqui. O plano é bem simples...
Eu conseguindo sair daqui, eu vou direto pra rodoviária de Itaperuna, falo com ele pra me levar até o Rio de Janeiro que quando eu chegar lá ela vai se resolver com ele.
Eu espero que isso dê certo!
-Vem cá minha princesa. -Falo e ela vem se sentando em meu colo.
-O ti foi mamãe? -Pergunta e eu limpo suas lágrimas.
-A gente vai sair dessa e é hoje filha, só espera mais um pouquinho tá? -Falo e ela me olha confusa, porém, não discute e concorda.
Vou até debaixo da cama, pegando a minha mochila colocando algumas roupas minha e dela dentro, jogando outra vez debaixo da cama.
Começo a brincar um pouco com ela pra vê se a distraí um pouco e parece que deu certo já que agora ela não parava de sorrir e falar.Brincamos mais um pouco até que um estrondo faz nós duas nos assustarmos.
Encaro Rodrigo que apareceu em minha frente, logo em seguida me puxando fazendo com que eu derrube Lorena.
Ele estava bêbado e com um forte cheiro de maconha.
-Essa verme, esse demônio não é minha filha sua desgraçada, sua vadia! -Grita e dá um tapa estralado em meu rosto que fica quente.
Eu já não aguento mais apanhar, passar fome, sofrer por esse idiota que dizia que a minha vida seria um mar de rosas se eu ficasse e não fosse com a minha mãe pra São Paulo.
E o que mais me machuca é ver ele insultando nossa filha dos piores nomes, batendo nela, fazendo ela passar fome.
Ela é só uma criança de 1 ano!
-Pala com isso! -Ela fala puxando seu braço, mas eu acho que não foi uma boa ideia já que ele voltou seu ódio todinho para ela.
Por alguns segundos ele fica encarando ela, eu queria que ele só ficasse assim mas não, ele pegou Lore pelo pescoço e começou a apertar com força.
-Solta ela Rodrigo, por favor! Você vai matar ela. -Puxo o seu braço mais ele é muito mais forte em que eu em todos os quesitos.
Procuro alguma coisa que possa fazer ele parar com isso até que a visto uma garrafa de vidro no canto da sala.
Vou correndo pegar, ele percebe soltando Lore que já estava desmaiada vindo atrás de mim.
-Solta isso agora! -Fala apreensivo.
-Encosta um dedo em mim pra você vê como eu te mato, só tenta. -Falo e ele solta uma gargalhada debochada.
-Você não teria coragem!
-Será? -Falo me aproximando dele e ele sorri.
-Fui eu que te fiz mulher Gabriela. Fui eu que te botei de quatro pela primeira vez na tua vida, fui eu que te ensinei a fazer sexo, você não faria isso com o seu homem né?! -Ele fala embolado, segura o meu rosto e eu abaixo a garrafa.
Eu sentia nojo desse homem, eu queria mais é que ele fosse pro inferno conhecer o grande idolo dele...
O capeta!
-Vamos conversar, e logo depois fazer uma boa transa como todas as vezes. -Ele fala alisando o meu rosto e eu taco a garrafa de uma vez em sua cabeça e ele na mesma hora desmaia.
-Lorena! Filha, acorda. -Sacudi ela um pouco mas pelo visto ela não vai acordar agora.
Corro pro quarto, pegando a mochila, volto pra sala pegando Lore pondo uma jaquetinha nela, o celular do babaca e as chaves da casa.
Saio e tranco a porta jogando a chave bem longe daqui.
Eu não tô acreditando que eu tô conseguindo!!!
Saio correndo pra fora do matagal que a gente morava, meu coração batia tão rápido que eu nem sabia o que fazer. Ligo o aparelho vendo que era duas da madrugada, disco o número da minha amiga e na mesma hora ela me atende.
"-Oi miga.
-Eu consegui Juliana! Eu tô indo pro Rio. -Falo chorando e eu escuto os seus gritos.
-Eu não tô acreditando nisso, vocês estão vindo mesmo? -Interroga desacreditada.
-Sim, eu já tô chegando aqui na rodoviária, por favor fica aí quando eu chegar ok? Eu te ligo quando eu tive perto.
-Ok, te amo amiga!
-Também te amo! ".
Desligo o aparelho pondo no bolso da minha calça, olho outra vez para Lorena e percebo que ela estava despertando lentamente.
-ela tia Jujuba? -Pergunto e eu concordo.
Eu conheci Julia na vez em que ela veio passar suas férias na casa da sua avó que era aqui, nós tínhamos por volta de sete anos de idade quando nos conhecemos, todo dia eu ia lá pra casa da dona Juana pra nós brincarmos e em todas as suas férias dela ela vinha pra cá. Uma vez ela me convidou pra eu e ela dividirmos um apartamento lá em São Paulo junto com a minha mãe mas como eu estava perdidamente apaixonada por Rodrigo eu não aceitei, por isso, passámos um bom tempo brigadas por que ela sempre me dizia que me envolver com uma pessoa que nem ele cedo demais me traria tantos problemas e ela estava certa desde o começo. Se passaram alguns meses e ela voltou a falar comigo dizendo que por mais absurda seja as minhas escolhas, ela me apoiaria sempre. Hoje em dia, ela mora no Rio sozinha e é sustentada pela sua mãe que mora em outra estado vem distante do dela.
Já a minha mãe não que nem saber da minha existência e eu entendo o seu lado. Qual mãe que iria gostar de ver a filha sendo agredida por um animal daqueles e iria achar aquilo bonito?
E o pior é que nossa última briga foi no dia em que ela me disse que nós íamos morar em outro lugar, eu não queria ir de forma alguma e muito menos me mudar pra ir estudar em um lugar que eu não conhecia absolutamente ninguém.
Eu me arrependo tanto por isso...
-Mamãe, po te tu ainda da holando?
-Pergunta e só ai eu percebo as lágrimas cai do meu rosto.-Nada não filha, vamos! -Ando em direção ao ônibus que iria pro Rio e logo vejo a motorista do ônibus.
-Olá, em que posso ajuda-la? -Ele pergunta e eu suspiro mostrando um sorriso pra ele.
-Bom, eu não sei. É que eu e minha filha estamos tentando ir pro Rio, só que o dinheiro tá com a minha amiga, por isso eu queria saber se o senhor tem como me levar, eu juro que eu vou pagar o senhor. -Falo em tom de voz desesperado.
Ele fica me olhando por alguns segundos alternando seu olhar pra mim e pra Lore.
-Claro que posso, subam ai! -Ele fala e eu quase pulo de alegria.
Subimos no ônibus sentando nas últimas poltronas.
Eu consegui! Eu vou ser feliz.
-Obligada mamãe! -Lore fala rindo.
-Te amo. -Abraço ela e ela retribui.
Seja o que Deus quiser apartir de hoje!
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Mexeu Comigo
RomanceSendo mãe solteira e muito nova no Brasil, Gabriela terá que arca com as consequências de sua relação passada e terá que cuidar da sua filha, Lorena que é uma menininha de 6 anos, fruto do amor (ou não) de Gabi e Rodrigo. Apos Gabriela fugir do seu...